A fadista ribatejana Cristina Branco chamou “Mãe” ao seu novo registo. Trata-se do seu 18º álbum, e é uma homenagem ao Fado Tradicional. “Ser mãe é como um caminho de volta a casa, é como recomeçar uma civilização. Neste disco, quis enfrentar a minha própria batalha ao debruçar-me sobre o que me foi dado viver através da música, de como ela me acolheu, de como ela derrubou todos os obstáculos que me impediam de sair da minha ilha. Ao ter esta mãe como companheira de muitos anos aprendi a ser apenas eu, abrindo espaço para criar músicas, um fado fora do fado tradicional e dentro dele”, explica.

“Mãe” é, então, a música, o seu porto seguro, o lugar onde sempre se aconchegou – mas, no disco, que foi editado a 22 de Setembro último, Cristina Branco tem o Fado Tradicional como ponto de partida. E de homenagem.

“O fado é quase magia, é um processo pelo qual se tem de passar – de viver, de aprender, de respeitar. Fui olhando sempre para o fado com imenso respeito mas também com medo. De há uns anos a esta parte, voltei a cantar mais fados, como processo de aprendizagem, e fui ganhando uma paixão imensa pelo fado. Muito mais do que tinha no início. Hoje, faz mesmo parte de mim e era muito importante fazer um disco apenas de fado”.

É de fado, e de Fado Tradicional, que se fala em “Mãe”, do Fado Cravo ao Fado Rosita, do Fado Santa Lúzia ao Fado Carriche. “Quando se começa, e se vem com a frescura da juventude, pensa-se ‘eu sou do fado, vou fazer fado’ mas, à medida que o tempo foi passando, fui-me distanciando dessa linguagem e começando a perceber que o fado era muito mais do que aquilo que eu lhe estava a dar.

Precisei de aprender e respeitar, com humildade, o género para o poder abordar”, conclui Cristina Branco.

“Mãe”, o 18º álbum de Cristina Branco em 26 anos de carreira, movimenta-se na solenidade que envolve o fado, na magia que se encontra quando se mergulha na música, mas também na emoção que as palavras traduzem, nas respirações das suas vírgulas, na intensidade dos seus silêncios.

Para apresentar “Mãe”, Cristina Branco vai subir ao palco da Casa da Música, no dia 30 de Novembro e, posteriormente, ao Auditório Municipal de Lagoa, no dia 1 de Dezembro. A 2 de Fevereiro de 2024, Cristina Branco actua no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, incluída no ciclo “Há Fado no Cais”.

Leia também...

A herdade no Alviela e o pergaminho que ia para o lixo

Pergaminho do século XII salvo do lixo em Vale de Figueira.

Lenda da Sopa da Pedra chega às crianças de todo o mundo através da Expo 2020 Dubai

A lenda da Sopa da Pedra, prato típico de Almeirim, foi incluída…

Sete doces regionais do distrito de Santarém nos nomeados às 7 Maravilhas Doces de Portugal

Os Arrepiados e os Celestes de Santarém, o Bolo de Cabeça e…

Bordalo II instala poupa gigante no Centro Histórico de Santarém

Artur Bordalo da Silva “Bordalo II” (à esquerda na foto) e a…