Margarida Nazareth Barbosa, influenciada pelo seu pai, Paulo Nazareth Barbosa, entrou no mundo Rotário através do Rotaract Clube de Santarém em 2016. Em 2021, tornou-se membro do Rotary Clube de Santarém e, recentemente, fez história ao assumir a presidência do clube, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo. Com um forte compromisso com a inclusão e a diversidade, Margarida partilha, nesta entrevista, as suas prioridades, desafios e visão para o futuro do clube.

Como é que o Rotary surge na sua vida?

O Rotary entrou na minha vida através do meu pai, Paulo Nazareth Barbosa, que foi Rotário no Rotary Clube de Santarém e me fez conhecer o movimento. Tive o meu primeiro contacto mais directo com o movimento Rotário ao ingressar no Rotaract Clube de Santarém em 2016, no ano da sua reactivação. 

Em 2021, fui convidada a  juntar-me ao Rotary Clube de Santarém como Rotária.

Como se sente ao ser a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente do Rotary Clube de Santarém?

Ser a primeira mulher Presidente do Rotary Clube de Santarém deixa-me grata. Este marco era inevitável, dado o contexto atual, com o movimento Rotário empenhado em promover a inclusão de mulheres na liderança. Isso reflete uma evolução significativa em direção à diversidade e igualdade de género.

Quais são as suas principais prioridades e objetivos para o mandato?

Para o ano Rotário 2024/2025, eu e meu conselho diretor priorizamos a união dos companheiros do clube e o trabalho em equipa com o Interact Clube de Santarém, Rotaract Clube de Santarém e NRDC. Vamos promover atividades junto à comunidade, onde sentimos que podemos fazer a diferença, utilizando os recursos de que dispomos para ajudar no que for possível. O nosso objetivo é contribuir para o bem comum e promover o desenvolvimento pessoal e profissional.

Que desafios antevê enfrentar como a primeira mulher na liderança do clube?

Ser Presidente de um clube Rotário é um dever que assumo com orgulho, como Rotária. Este cargo exige dedicação total para o benefício de todos os companheiros do movimento e da comunidade.

Os desafios que prevejo enfrentar na liderança do clube, sendo mulher e jovem, não parecem ser muito diferentes, neste momento, dos enfrentados por meus antecessores no cargo. Atualmente, no Rotary Clube de Santarém, não antecipo enfrentar desafios específicos por ser mulher, que seriam distintos dos desafios enfrentados por um Presidente masculino. Estou confiante de que encontrarei soluções adequadas com o apoio de todos os associados caso assim seja necessário.

Quais são os principais projetos ou iniciativas que planeia implementar durante o seu mandato?

Ainda não tive a oportunidade de refletir com o meu conselho diretor –  sendo o mesmo composto pelo Companheiro Mário Rebelo enquanto Vice-Presidente, pelo Companheiro Carlos Assunção ocupando o cargo de Secretário, pelo Companheiro Marcelo Morgado desempenhando a função de Tesoureiro e pelo Companheiro Paulo Carlos sendo Protocolo -, sobre projetos e ideias concretas para o ano Rotário de 2024/2025,  atento o tempo que tivemos desde a minha eleição enquanto Presidente, dia 28 de Maio de 2024, não tendo tido muita margem para tal por contingências que por vezes surgem. Temos um esboço do que gostaríamos de desenvolver, mas, no momento ainda é cedo para divulgar informações específicas. 

Como vê o papel do Rotary Clube de Santarém na comunidade local e que mudanças gostaria de ver?

O Rotary Clube de Santarém tem realizado um bom serviço à comunidade local, desenvolvendo diversas atividades ao longo dos anos. No entanto, acreditamos que sempre podemos fazer mais e devemos direccionar esforços nesse sentido. O nosso desejo é implementar projetos que auxiliem a comunidade em diversos âmbitos e dar continuidade aos projetos já existentes, como a atribuição de bolsas escolares a estudantes locais e a entrega de prémios escolares aos melhores alunos das escolas da cidade de Santarém.

De que forma o Rotary Clube de Santarém pretende incentivar a participação activa dos seus membros em prol da comunidade?

A união no seio de um clube é algo fundamental e deve ser fomentada diariamente. A nossa integração enquanto associados no movimento Rotário já demonstra a dedicação de cada um em contribuir para uma sociedade melhor, com mais e melhores recursos. A participação ativa dos membros do Rotary Clube de Santarém é sempre bem-vinda, seja de que forma for, conforme as habilidades e possibilidades de cada um. Tenho plena confiança de que cada membro desempenhará um trabalho bem desenvolvido e significativo.

Que mensagem gostaria de deixar às jovens mulheres que aspiram a cargos de liderança em organizações comunitárias?

Gostaria de dizer às jovens e não tão jovens mulheres que temos toda a capacidade de liderar qualquer organização comunitária e não só. A capacidade de um ser humano não se mede pelo género, pela cor, pela orientação sexual, pela condição económica, mas sim pela competência ou não de fazer o que nos é proposto e desafiado. Os tempos estão a mudar. Ainda não chegámos onde deveríamos estar em termos de inclusão, mas estamos no caminho certo, e a sociedade está a evoluir positivamente. Com coragem, determinação, resiliência e competência, podemos chegar onde quisermos.

Leia também...

“No Reino Unido consegui em três anos o que não consegui em Portugal em 20”

João Hipólito é enfermeiro há quase três décadas, duas delas foram passadas…

O amargo Verão dos nossos amigos de quatro patas

Com a chegada do Verão, os corações humanos aquecem com a promessa…

O Homem antes do Herói: “uma pessoa alegre, bem-disposta, franca e com um enorme sentido de humor”

Natércia recorda Fernando Salgueiro Maia.

“É suposto querermos voltar para Portugal para vivermos assim?”

Nídia Pereira, 27 anos, natural de Alpiarça, é designer gráfica há seis…