O segundo livro de poesia de Miguel Raimundo, O Musgo das Horas foi apresentado na sexta-feira, dia 14 de Dezembro de 2018 no Centro Cultural Regional de Santarém. O livro reúne 35 poesia escritas fundamentalmente em Coimbra e em Santarém, mas acompanhado as deambulações do autor entre Serpa e Lagos, entre Beja e Viana do Castelo. A obra foi publicada na “Livros de Ontem”através do crowdpublishing, sendo possível graças ao contributo de 43 mecenas e alguns contributos anónimos,conta com projecto gráfico de Nádia Amante e gravuras de Cátia Figueiras(natural de Santarém, antiga aluna do autor). Ao mesmo tempo reúne contributos de Lia Nunes, Ricardo Carrilho e posfácio de Mário Rui Silvestre.

Na apresentação, Mário Rui Silvestre em cerca de 30 minutos apresentou o considera ser as causas da decadência da poesia e como esta influenciava a história política (resistência na 2.ª Grande Guerra e Revolução de 1974) e ou deixou de fazer, considerou presente as metáfora da poesia na televisão e nos relatos de futebol (sem consciência de disso), mas errónea a acerção de que uma imagem vale por mil palavras. “Amor é fogo que arde sem se ver”, que imagem pode representar verso de Camões. Recuando aos clássicos e a Idade Média, relembrou que os grandes poetas árabes, entre eles Ibn Sara, continuam ausentes da toponímia de Santarém. No século XX criticou os académicos que se auto elogiam entre e também os prémios que funcionam como um negócio. Em Miguel Raimundo considerou ser um poeta religioso e com a escrita resgata da morte dois entes queridos neste livro, entre outras situações onde o verso não é hermético e vivo do quotidiano da vida.

João Batista apresentou sumariamente a Livros de Ontem, destancando a afluência de público em Santarém, situação que nem sempre acontece em Lisboa, onde trabalha, e já chegou a ter salas desertas.Considerou que o financiamento dos livros em crowdfunding aproxima os leitores dos autores e dos editores também.

Helena Nogueira focou na proximidade com o autor que conheceu no meio laboral numa boa equipa no ISLA de Santarém e para além de outros projectos em comum focou na familiaridade da escrita com situações vividas e, como para ela, a leitura de poesia é uma situação mais intima pediu ao autor que lesse o poema Regressos. A sessão continuou com diálogo entre todos os participantes, depois de autor ler texto de José Raimundo Noras, evocando o aniversário da morte de Carlos Loureiro Relvas (1882-1919). Partilharam poemas do livro, próprios e de outros autores: Catarina Abreu, Judite Leitão, José Miguel Noras, Luis Melo, entre outros, que fizeram numa convivência mais particular.

O livro ficará disponível em Santarém na Feira do Livro do Centro Cultural Regional de Santarém e depois disso através de contacto direto com Livros de Ontem (pelo Facebook), sendo também representada em Santarém pela Livraria Costa.

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