O Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) deu início a uma greve nacional por tempo indeterminado para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica, tendo impugnado os serviços mínimos definidos pelo Governo.
A greve teve início às 00:00 desta segunda-feira, 15 de Abril, e estão a decorrer várias concentrações pelo país, nomeadamente em Aveiras. Barreiro, Sines e Matosinhos junto à Petrogal são os outros locais dos protestos.
O presidente do SNMMP, Francisco São Bento disse que “a greve abrange todos os trabalhadores do sector do transporte de matérias perigosas, terá início hoje pelas 00:00 e irá prolongar-se por tempo indeterminado até que as entidades competentes decidam sentar-se à mesa para chegar a um consenso”, disse Francisco São Bento.
Este apelo diz respeito, em particular, à Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e ao Governo, que procurou mediar um encontro entre as duas partes no dia 8 de Abril, sem sucesso, segundo um comunicado daquela entidade.
“Apesar do pré-aviso de greve suscitar várias dúvidas quanto à sua legalidade, a ANTRAM decidiu estar presente na reunião, que teve lugar a 8 de Abril, nas instalações da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, procurando dar a conhecer as razões pelas quais se demarca das pretensões apresentadas pelo SNMMP. Com efeito, a ANTRAM não reconhece qualquer legitimidade às reivindicações pretendidas e como tal não está disponível para iniciar qualquer negociação com este Sindicato”, pode ler-se no documento com data de 9 de Abril.
Dois dias depois, a ANTRAM publicava outro comunicado no qual indicava que “da parte das forças de segurança, a GNR deu já a conhecer que irá estar atenta ao desenrolar dos protestos e que, caso alguma intervenção venha a ser necessária, desencadeará os respectivos meios para repor a segurança”.
Pedro Pardal Henriques afasta qualquer ideia de violência e salienta que o que os motoristas reivindicam “é o reconhecimento da categoria profissional porque são considerados apenas trabalhadores de pesados apesar de existirem diferenças [e de serem] obrigados a ter formação especial”, havendo ainda “riscos suplementares”.
Adicionalmente, é exigido que cessem os pagamentos de ajudas de custo “de forma ilegal”, que levam a que os trabalhadores sejam prejudicados, por exemplo, em momentos de baixa.
Pedro Pardal Henriques adiantou ainda que as empresas “têm feito uma pressão tremenda sobre estas pessoas”, inclusive através de ameaças de despedimento por pertencer ao sindicato, criado há 14 meses através da conversão da Associação Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas.