O Movimento pelo Tejo alertou esta terça-feira, 2 de Junho, para o regresso das “águas negras poluídas” ao rio Tejo, tendo instado o Ministério do Ambiente à “identificação da origem” dos focos de poluição, “à sua eliminação” e “à responsabilização” dos agentes poluidores.

Em carta “denúncia” enviada ao Ministro do Ambiente e da Ação Climática e a outras entidades, e a que a agência Lusa teve hoje acesso, o movimento ambientalista proTEJO dá conta de uma “preocupante vaga de poluição que voltou a assolar o troço principal do rio Tejo”.

Segundo o movimento, com sede em Vila Nova da Barquinha, desde Dezembro de 2019 que “as águas negras poluídas voltaram ao rio Tejo a partir da zona de Vila Velha de Ródão”.

Os ambientalistas afirmam que o “ressurgimento” destes focos de poluição “em tudo se assemelham aos incidentes de poluição que ocorreram entre 2015 e 2018, estendendo-se para jusante de Abrantes”, tendo o Movimento pelo Tejo dado conta de ter apresentado, por este motivo, “várias denúncias”, nomeadamente ao Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR.

Em declarações à Lusa, o porta-voz do proTEJO, Paulo Constantino, disse que o movimento pretende “obter resposta quanto à origem desta poluição” e “saber se as novas licenças de rejeição de efluentes emitidas estão a ser cumpridas, nomeadamente a da empresa Celtejo”, em Vila Velha de Ródão.

O ambientalista lembrou a necessidade de “adequar as condições de descarga do efluente tendo em atenção as condições de qualidade e quantidade das águas do rio” Tejo.

“Os efeitos destes acidentes de poluição persistem há mais de uma semana pelo que se observa o requisito necessário para a adopção do período excepcional mais restritivo das condições de descarga do efluente, tendo em atenção as condições de qualidade e quantidade do meio receptor, que deve ser imposta mediante notificação da Agência Portuguesa do Ambiente” (APA), defendem os ambientalistas.

Nesse sentido, o Movimento pelo Tejo requereu ao ministro do Ambiente e da Ação Climática que “determine à Agência Portuguesa do Ambiente e à Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT) a tomada de medidas para eliminar o ressurgimento de focos de poluição no rio Tejo”.

O protejo requereu ainda à comissão parlamentar de Ambiente que “solicite audições” com diversas entidades para “apurar quais as medidas que estão a ser tomadas para eliminar o ressurgimento de focos de poluição (…) e se estão a ser cumpridas as novas licenças de rejeição de águas residuais” passadas aos agentes económicos.

Por fim, os ambientalistas pedem à APA e à IGAMAOT que “accionem os meios de fiscalização necessários à identificação da origem dos focos de poluição no rio Tejo e tomem as acções necessárias à sua eliminação, bem como procedam à responsabilização dos agentes poluidores”.

Leia também...

Voluntariado para limpar a cidade de Tomar na Semana Global pelo Clima

Tomar assinala a Semana Global do Clima a partir de sexta-feira e…

BE pede medidas para resolver derrames poluentes na Resitejo

Uma das lagoas de lixiviados da Resitejo, no Eco Parque do Relvão,…
lusa

Concluída remoção de 15 mil m3 de lamas das águas do Tejo com “excelente qualidade”

Os trabalhos de remoção de lamas no rio Tejo, junto às Portas…

Movimento pelo Tejo quer aumento caudal mínimo anual do rio

O proTEJO – Movimento pelo Tejo reclamou esta quarta-feira, 27 de Novembro,…