A última grande peregrinação do ano ao Santuário de Fátima está a frustrar as expectativas dos comerciantes, que se queixam que o negócio está fraco e “culpam” as dificuldades financeiras por que passam os portugueses.
“Fica caro vir a Fátima, com o combustível, as portagens e a alimentação. E as pessoas têm prioridades na vida”, disse à agência Lusa Lúcia Oliveira, que tem há dois anos uma loja numa das pracetas junto ao santuário.
Já no ano passado “também estava fraco” mas, na sua opinião, “este ano está pior”.
“As pessoas não compram ou compram a peça mais pequenina. Há quem corra as lojas a comparar preços antes de comprarem uma coisinha de um euro”, lamentou.
O mesmo referiu António Lopes, que gostaria que regressassem os dias da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em que as vendas melhoraram significativamente.
“As vendas estão muito fracas. Tivemos muitas pessoas na altura da jornada, mas depois abalaram e acabou. A jornada só teve efeitos naquela altura”, contou.
Também Cátia Martins afirmou à Lusa que “durante a Jornada Mundial da Juventude o negócio foi muito bom, mas depois não houve diferença”.
“Tivemos sempre muito trabalho, mas quando acabou a JMJ voltou tudo ao normal”, referiu.
Na sua opinião, a situação financeira das famílias influencia as poucas compras, quer pela falta que o dinheiro faz para as despesas de casa, quer pelo preço dos artigos religiosos.
“Os preços subiram muito e não foram só os dos produtos alimentares. Aqui tivemos artigos que subiram quase 50%”, sublinhou.