Santarém – Monumental Celestino Graça – Dia 5 de Junho, às 17 horas. Corrida à Portuguesa. Cavaleiros: António Ribeiro Telles, Rui Fernandes e João Moura Júnior; Grupo de Forcados Amadores de Santarém, capitaneado por João Grave; Ganadaria: Murteira Grave (525, 580, 570, 545, 525 e 555 kgs.); Director de Corrida: Manuel Gama; Médico Veterinário: Dr. José Luís Cruz; Tempo: Ameno; Entrada de Público: Cerca de 7.000 espectadores.

Em tarde agradável e no segundo dia da tradicional Feira do Ribatejo, a Monumental “Celestino Graça” abriu as suas portas para acolher o primeiro festejo da feira taurina de Santarém, o qual ficou marcado pela reaparição do cavaleiro António Ribeiro Telles, após a grave colhida que sofreu em Reguengos de Monsaraz, no fatídico dia 15 de Agosto do ano passado. O público distinguiu o marialva da Torrinha com uma calorosa e prolongada ovação, que o “Maestro” agradeceu comovidamente.

Os toiros de Murteira Grave estavam muito bem-apresentados, tinham idade e cumpriram na generalidade, apenas saindo mais reservado o que saiu em terceiro lugar, e os toureiros, cada qual fiel ao seu estilo pessoal, entenderam-nos e lidaram-nos adequadamente.

António Ribeiro Telles comprovou nesta tarde que mantém intactas as suas excelentes capacidades de lidador, conhecendo como poucos os toiros que tem pela frente, e ajustando, por isso, os terrenos e as distâncias mais convenientes. Cada lide de António Telles é uma lição! Diligente na brega e certeiro na colocação da ferragem, António Ribeiro Telles desincumbiu-se galhardamente do seu compromisso e deleitou uma vez mais os seus confessos admiradores. De facto, apreciar a maneira como este marialva mexe com os toiros, as distâncias que lhes dá nos cites a direito e o aprumo na colocação da ferragem, é uma autêntica apologia ao toureio equestre. Depois, vêm os detalhes que fundamentam os primores técnicos na brega e a subtileza artística com que os valoriza. Olé, Maestro!

A Rui Fernandes coube lidar o mais pesado e o melhor toiro da corrida e tudo fez para o merecer, pois, desenvolveu uma lide extraordinária, entusiasmando o público com a sua brega dinâmica e tremendista, e especialmente com os ferros poderosíssimos em sortes frontais, executadas bem na cara do toiro. Estes ferros valem pela emoção que nos transmitem, mas, igualmente, pelo risco a que o cavaleiro se expõe. Rui Fernandes – que pouco tem actuado nas arenas portuguesas – não desperdiçou esta oportunidade para afirmar que é, na actualidade, uma das grandes figuras do toureio equestre. Frente ao quinto toiro da corrida, Rui Fernandes voltou a estar em bom plano, porém, alguns furos abaixo do que havia protagonizado anteriormente. Entusiasmou o conclave na emotiva colocação da ferragem curta, no entanto, a lide teve menos brilho, com o público a desagradar-se da “lambada” com que citou as últimas sortes, coroadas, contudo, com ferros valiosíssimos. Foi, assim, uma lide controversa, com excelentes detalhes, perante um público conhecedor e exigente como é o de Santarém.

João Moura Júnior regressou a uma praça onde tem sido muito feliz, dando sequência à carreira de seu pai, mas desta feita teve em seu desfavor um toiro, o primeiro do seu lote, que não colaborou com os intentos do marialva de Monforte. Ainda assim colocou-lhe dois bons ferros compridos e esforçou-se por colocar a ferragem curta em sortes frontais, citadas de largo, mas a ter de encurtar distâncias para cravar em terrenos de compromisso. No último toiro da corrida as coisas correram de melhor feição e João Moura Júnior logrou rubricar uma actuação de elevado nível técnico e artístico. Bregou com acerto, elegendo os melhores terrenos, e colocou a ferragem em sortes de muita valia, destacando-se com as já célebres “mourinas”, que suscitaram grandes ovações.

O Grupo de Forcados Amadores de Santarém rubricou uma actuação de luxo, consumando ao primeiro intento cinco pegas e apenas a pega ao terceiro toiro foi consumada à sexta tentativa. João Grave esteve portentoso aguentando uma viagem duríssima, com o toiro a derrotar com violência; Francisco Graciosa concretizou a sua sorte com muita garra, tendo o toiro derrotado muito alto, mas o jovem forcado não cedeu e o Grupo ajudou muito bem; Francisco Paulos foi seis vezes à cara do toiro e esteve sempre bem, mas o hastado derrotava com tal violência que despejava o forcado da cara e os ajudas, sendo vencido apenas na última tentativa, em sorte, justificadamente, mais carregada; José Branco Fialho consumou pega fácil, em que tudo saiu perfeito, o mesmo sucedendo a Salvador Ribeiro de Almeida e a Francisco Cabaço. Tarde de glória para a Forcadagem escalabitana. Bom desempenho das quadrilhas e direcção acertada de Manuel Gama, assessorado pelo médico veterinário José Luís Cruz.

Leia também...

Músico dos Santos & Pecadores morre vítima de acidente de trabalho em Tremez

Rui Martins, um dos músicos da banda Santos & Pecadores, morreu na…

Médico detido por abuso sexual de menores

Um homem de 27 anos foi detido esta manhã no Bairro de…

Alterações ao Código da Estrada entram em vigor amanhã com multas agravadas

As alterações ao Código da Estrada aprovadas em Novembro entram na sexta-feira,…

O amargo Verão dos nossos amigos de quatro patas

Com a chegada do Verão, os corações humanos aquecem com a promessa…