Rodeada de sobreiros e de uma paisagem tranquila a perder de vista, longe do aglomerado populacional está a nascer uma das maiores Estações de Tratamento de Águas Residuais da região. A nova ETAR de Samora Correia, construída na Herdade de Palhavã, em Porto Alto, está em fase de conclusão.
A empreitada de quase cinco milhões de euros incluiu a construção do emissário com cerca de 10 km de condutas e três estações elevatórias para encaminhar o “esgoto” para a ETAR. As novas estações intermédias estão a ser implantadas nos locais onde existiam as ETAR de Quinta dos Gatos, Bordalo Pinheiro e Pendente 2 (Porto Alto) em final de vida útil.
A obra representa o maior investimento de sempre feito com capitais próprios da Água do Ribatejo EIM, uma vez que a empresa intermunicipal assumiu cerca de quatro milhões de euros numa decisão inédita que contou com a solidariedade dos seis municípios accionistas que integram a AR com Benavente. O Fundo de coesão por via do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos POSEUR PORTUGAL 2020 garantiu apenas 850.377 euros.
Na Freguesia de Samora Correia existem actualmente cinco estações de tratamento de águas residuais: Esteveira (construída em 2009), Murteira (requalificada em 2019), Quinta dos Gatos, Bordalo Pinheiro e Pendente II. Com a entrada em funcionamento ficarão três ETAR que garantem um tratamento eficaz e seguro dos efluentes produzidos por cerca de 19 mil utilizadores domésticos e centenas de empresas e espaços comerciais.
O novo Sistema de Tratamento de Águas Residuais de Samora Correia tem um horizonte temporal de 30 anos e capacidade para receber o efluente doméstico dos aglomerados populacionais de Arados, Porto Alto e Samora Correia.
De realçar que as obras em curso nos últimos meses deram um forte contributo para a dinamização das economias locais e para a criação de dezenas de postos de trabalho por parte da empresa construtora, subempreiteiros, fornecedores e outros prestadores de serviços.
A Águas do Ribatejo prevê investir cerca de 20 milhões de euros até 2022 nos sistemas de tratamento de águas residuais e de abastecimento de água dos sete concelhos que serve. Algumas das intervenções de ampliação e requalificação de sistemas serão realizadas apenas com capitais da AR.
“Teremos de suportar, quer com recursos próprios, quer com financiamento bancário, cerca de 13,4 milhões de euros”, explica o presidente do conselho de administração da AR, Francisco Oliveira, que preside igualmente à Câmara de Coruche.
A AR destaca, no abastecimento, a construção de uma nova estação de tratamento de água (ETA) em Fazendas de Almeirim e as ampliações das de Almeirim e de Alpiarça, bem como a ampliação e requalificação do reservatório do Cerejal, que abastece a cidade de Torres Novas e será alvo de “uma profunda intervenção”.
No saneamento, “onde já foram investidos mais de 80 milhões de euros”. Estão concluídas as ETAR da Malhada Alta (Coruche), Lapas/Ribeira Branca e Fungalvaz (Torres Novas).
Em fase de conclusão estão as empreitadas de Samora Correia (Benavente), Chancelaria/Pedrógão, Lamarosa e Rexaldia, todas em Torres Novas.