O Núcleo de Santarém da Liga dos Combatentes, comemorou o 107º Aniversário da Batalha de La Lys, e o Dia Nacional do Combatente, numa cerimónia que teve lugar no passado dia 11 de Abril de 2025, pelas 11h00, no jardim das Portas do Sol, junto ao Monumento do Soldado Desconhecido, na cidade de Santarém. Cerimonial que decorreu no âmbito do plano de atividades deste Núcleo de Santarém, inserido nos valores da conservação das memórias da Nossa História.

O Presidente do Núcleo, Sargento-Chefe de Cavalaria, Carlos Pombo, no seu discurso alusivo à efeméride, destacou a importância do momento: “Encontramo-nos hoje aqui reunidos, em sinal de respeito, saudade, gratidão e evocação a esta tão sentida, justa e nobre Homenagem aos Militares que serviram a nossa Pátria. Onde muitos, colocaram ao seu serviço, o bem mais precioso e sagrado que possuíam: A Própria Vida”. Historiou ainda os acontecimentos que se verificaram a 09 de abril de 1918, na Batalha de La Lys, a Sul da Flandres, em plena 1ª Guerra Mundial, onde as Forças Portuguesas comandadas pelo General Gomes da Costa e constituídas por duas divisões pertencentes ao Corpo Expedicionário Português, com um efetivo de 20 mil homens, devidamente apoiados por 88 peças de artilharia, encontravam-se instaladas no terreno pertencente ao Campo de Batalha, ocupando uma frente com 11 quilómetros. 

Os Combatentes portugueses, foram esmagados por uma Força Alemã muito superior em número, constituída por oito divisões, pertencentes ao 6º Exército Alemão, com cerca de 100.000 homens e apoiados com 1.700 peças de artilharia.

Apesar disso, Carlos Pombo enfatizou que “a tropa portuguesa conseguiu, bater-se com imensa determinação, garra e coragem, resistindo até ao limite das suas forças, no cabal cumprimento do seu dever e missão”.

A Batalha de La Lys, foi considerada, lembrou, “o maior desastre português, depois de Alcácer-Quibir, verificada em 1578”.

Destacou ainda “a bravura do nosso herói português, Soldado Aníbal Augusto Milhais, acabando por ficar conhecido na nossa História pelo ”Soldado Milhões”. 

As Forças Portuguesas, foram trucidadas e reduzidas a pouco mais de uma divisão, sofrendo milhares de baixas: cerca de 1.300 mortos, 4.600 feridos, 2.000 desaparecidos e mais de 7.000 Prisioneiros. 

O Soldado Desconhecido, é o nome que recebem os monumentos erguidos, à semelhança deste que se encontra à vossa frente localizado neste local, considerado, um ex-libris da Cidade de Santarém, para honrar os seus soldados que morreram em tempo de guerra sem identidade conhecida. O Reino Unido foi pioneiro nesta prática cerimonial de homenagem, quando na Primeira Guerra Mundial, o país sepultou um combatente desconhecido, em nome de todos os Exércitos do Império britânico. Ato este simbólico tendo levado outras nações a seguirem este nobre exemplo, a fim de honrar os mortos por identificar da Primeira Guerra Mundial, que lutaram heroicamente pela Pátria e se tornaram credores do nosso maior respeito e admiração”, sublinhou Carlos Pombo.

Após as breves palavras do Presidente do Núcleo de Santarém da Liga dos Combatentes, Carlos Pombo convidou o Exmo Presidente da Câmara Municipal de Santarém, Dr. João Teixeira Leite a proferir também algumas palavras alusivas à efeméride. O Presidente João Teixeira Leite, evocou a importância das mulheres, realçando a criação do movimento: “Cruzada das Mulheres Portuguesas” que terá mobilizado “um número de notáveis mulheres, constituído essencialmente, pelas mães, esposas, namoradas e irmãs, centrando-se estas em inúmeras iniciativas beneficentes e assistenciais no apoio às famílias dos Soldados mobilizados para integrar o Corpo Expedicionário Português, na Flandres e no auxílio aos Combatentes, gaseados, mutilados e prisioneiros de guerra portugueses. 

A cerimónia decorreu com a deposição de flores, junto ao Monumento do Soldado Desconhecido, seguido-se o Toque de Homenagem aos Mortos, entoado com uma trompete, pelo Sargento-Ajudante Músico Luís Laia, terminando-se com uns breves momentos de silêncio e reflexão. 

  Evento onde fizeram presença vários sócios, familiares e amigos, assim como também alguns representantes das Forças de Segurança e outras Instituições pertencentes à da Cidade de Santarém. Cerimónia revestida de grande significado patriótico e histórico, honrando o nome  de todos quantos combateram, com sacrificio e coragem por Portugal.

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