Pedro Mateus e Sofia Lúcio, naturais de Santarém, são o primeiro casal em Portugal a praticar o Fit Pairs, uma vertente do fisioculturismo que une um atleta de Men’s Physique e uma atleta de Bikini Fitness. Ela, engenheira de qualidade alimentar, e ele personal trainer, conheceram-se num ginásio, em 2014, mas só passados quatro anos é que o gosto pelo exercício físico os uniu. Com os treinos, veio a competição e numa delas surge um convite da Federação de Culturismo e Powerlifting de Portugal para implementar a modalidade de Fit Pairs. O par quer agora dar a conhecer esta nova vertente da modalidade no País e levar o nome de Portugal às várias competições internacionais.

Em primeiro lugar, como é que iniciaram o vosso percurso no mundo do fisiculturismo e desde quando é que se tornaram federados na modalidade?
Eu comecei cedo, pelos meus 15 anos, onde já ia treinar num ginásio antigo, mas claro que não tinha noções. Mais tarde acabei por tirar formação como instrutor e Personal Trainer, comecei a trabalhar na área e continuei sempre a treinar. Fez sempre parte do meu estilo de vida. Na altura em que decidi competir, tornei-me federado e com isso levei mais a sério o processo de treino e alimentação. Tanto eu, como a minha namorada Sofia. Ela começou a treinar mais tarde. Conhecemo-nos num ginásio em 2014, em 2018 ficamos juntos. Rapidamente resolvemos ir competir e fazer parte de uma equipa. Iniciamos a competição a nível individual e só agora no final do ano é que fizemos o Fit Pairs, sendo os primeiros em Portugal.

Foram recentemente convidados pela Federação de Culturismo e Powerlifting de Portugal para implementar no País uma nova modalidade, o Fit Pairs. Como é que surgiu esta oportunidade?
Esta oportunidade surge quando eu e a Sofia fomos juntos com a Federação e outros atletas, competir no Arnold Classic Europe que ocorreu em Sevilha. Uma grande prova icónica a nível internacional, com atletas de todo o mundo. Aí, o José Monteiro, presidente da Federação, viu que eu e a Sofia somos um casal e que as nossas categorias encaixavam no Fit Pairs, pois a modalidade tem de ser composta por um atleta homem da modalidade (Men’s Physique) e uma atleta mulher (Bikini Fitness). E assim foi, a conversa/convite até foi em tom de brincadeira, mas lá aconteceu e em conjunto acabamos por nos chegar à frente perante tal privilégio e desafio. Duas semanas após a prova do Arnold Classic, estreamos em Fit Pairs no Campeonato Nacional, em Santa Maria da Feira. Fomos os estreantes desta modalidade, temos o objectivo de chamar mais atletas para esta prática e queremos dinamizar ainda mais este desporto.

O que é e como é que se pratica o Fit Pairs?
Antes de nós, o Fit Pairs já se fazia nas provas internacionais, por isso tivemos que ver vídeos de estrangeiros, para termos uma ideia do que realmente poderia ser a modalidade. O Fit Pairs é um Men’s Physique mais uma Bikini Fitness, que em conjunto tem que apresentar uma coreografia em palco onde se “desfila”. Apresentam as poses obrigatórias das suas modalidades individuais, mas tem de alguma forma de as interligar. O júri avalia em palco a nossa confiança, a aparência física e harmonia corporal, a ligação com o seu par nos movimentos e ligação em palco e por fim compara entre todos as poses obrigatórias, o chamado “shape”.

Quais são as diferenças desta modalidade para o fisiculturismo, que ambos praticaram?
Esta modalidade está inserida no fisioculturismo e acaba por ser apenas uma vertente com um nome diferente. Dentro do fisioculturismo podemos encontrar muitas vertentes que diferem pela condição física do atleta, Men’s Physique, Classic Physique, Culturismo, Bikini Fitness, Wellness, entre outras. Dos mais leves aos mais pesados em palco. Fazem poses e rotinas diferentes em palco, variando de categoria para categoria. Acaba por ser como no futebol, onde temos o futebol 7, futebol 11…

Numa recente competição ganharam uma entrada directa numa prova internacional. Onde é que vai ser realizada e quais são os vossos objectivos para esta competição?
Ganhamos essa prova em Angra do Heroísmo, entre os dias 19 e 21 de Novembro, onde garantimos a entrada para a Diamond Cup. Infelizmente acabamos por não conseguir participar na Diamond Cup, por um lado não aguentamos os encargos financeiros associados e eu também acabei por me lesionar no menisco logo após a prova nos Açores, lesão que me levará a uma operação com sutura meniscal.
Apesar de falharmos a presença, vimos a competição à distancia e acredito muito que tínhamos qualidade para lutar pelo pódio.

Sentem que este é um tipo de modalidade que o público desconhece?
Sim, sem dúvida. As pessoas conhecem vagamente, ligam-na sempre aos culturistas, que são das categoria mais pesadas, e pensam que tudo o que esteja associado à modalidade é algo negativo.

Até onde é que sonham chegar nesta modalidade?
Este ano já terminamos a época desportiva. Para o 2022 ainda não temos nada pensado a 100 por cento, porém gostávamos muito de participar numa prova Europeia ou Mundial. O que sem apoios fica impossível e o pior é que este é um desporto onde estamos sempre em constante prova e preparação, não sendo apenas com dois ou três meses de antecedência. Se tudo correr bem iremos voltar na parte final do fecho competitivo, tal e qual como foi neste ano.
Para conhecerem e acompanharem a nossa rotina e estilo de vida, podem fazê-lo através do Instagram, em @pedmateus e @sofialucio, e dessa forma ficarem mais “dentro” do que é este desporto e como é praticado em casal.

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