O Natal é uma época festiva comemorada em todo o mundo. Ninguém fica indiferente, mesmo para as confissões que não o celebram, quanto mais não seja pela amálgama de cores luzes e culturas que agregam o Natal. As cores tradicionais são o vermelho e o verde, devido ao interesse pela natureza das crenças pagãs: durante os festivais do Solístico, o verde era a cor da natureza e o vermelho é a cor do azevinho, planta usada tradicionalmente nestes festivais, um arbusto que floresce no Inverno, que se cobre de bagas vermelhas. As civilizações pagãs tinham por hábito decorar as casas durante o Solístico de Inverno com plantas que asseveravam ter poderes mágicos. Nos primeiros tempos da época cristã estes enfeites não foram aceites, contudo, passaram a ser consentidos como um símbolo de vida.
Independentemente da crença espiritual ou religiosa que cada um de nós professa, ou até mesmo da sua total abstenção, concordamos que o Natal é a celebração do nascimento de Jesus. Existe a crença e o mito. Somos um país laico, mas de tradição cristã, coexistindo em harmonia e respeito, estes dois valores, na celebração do nascimento de um Menino, que nos legou valores, que ainda hoje amparam e modelam arquétipos da nossa sociedade. O presépio simboliza a tríade divina, a família consagrada, o alvéolo da sociedade, sem o qual a vida não é nem exequível, nem fácil, mas que cabe aos pais, ascendentes, educadores o dever de proteção. Até os animais estão presentes na composição do presépio, mostrando que o Todo se faz com Todos, em plenitude e simplicidade.
Este Menino, de seu nome Jesus Cristo, que nasceu na Judeia, e que Herodes quis matar, é um enigma, um mistério de humildade e consolo, que ficou na História como símbolo de amor, piedade, compaixão, bondade e redenção. Por isso, muitas lendas e narrativas ficaram associadas ao nascimento e infância do Menino Jesus. A lenda do alecrim, é um exemplo da MEMORÁVEL narrativa de Jesus. Quando José e Maria, fugiram para o Egito, Maria levava nos braços o Menino Jesus, e as flores do caminho iam desabrochando à medida que eles transpunham o caminho. O lilás elevou os seus ramos orgulhosos e plumados, o lírio descerrou o seu cálice perfumado. Mas, o alecrim, sem pétalas, e sem formosura, entristeceu-se, lamuriando não poder contentar e agradar o Menino. Fatigada, Maria parou à beira de um rio. Enquanto Jesus dormia, aproveitou para lavar as suas roupinhas. Depois, olhou em volta à procura de um sítio onde as pudesse estender. Observou as flores e refletiu que o lírio iria quebrar com o peso da roupa, o lilás era demasiado alto, e que talvez, o alecrim fosse o local ideal para estender as roupinhas do Menino. Colocou então as roupinhas sobre o alecrim. A pequena planta suspirou de júbilo, reconhecida pela escolha, sustentou-as ao sol durante toda a manhã. Maria agradeceu a amabilidade do alecrim e, a partir de então, o alecrim foi louvado: passou a ostentar flores azuis para recordar o manto azul que Maria usava, e os seus ramos passaram a ser aromáticos. Votos de Feliz Natal!
