“Poema de Natal”
“Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos…
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.”

Neste Poema de Vinícius de Moraes, deixo-vos os meus votos de Feliz Natal. O Natal é o período mágico do ano, em que as luzes das cidades brilham mais intensamente, em que os cheiros têm outra intensidade, em que os pequenos gestos de amizade fazem todo o sentido e onde os atos de amor nos tocam.

As alegrias mais simples da época preenchem o nosso coração e por vezes irradia- se felicidade, com uma lágrima que recorda as alegrias do passado, mas como uma enorme vontade de continuar a enfrentar o futuro

Um sorriso partilhado, um abraço apertado, uma palavra de carinho e o desejo de ajudar a concretizar sonhos, são por vezes a maior prenda que se pode dar.

Que a magia do Natal vos abrace, repleto de momentos especiais e memoráveis.

Feliz Natal!

Leia também...

Como um Skatepark pode revelar o que de pior há na autarquia… Por Ricardo Segurado

Corria agosto e a abertura de um Skatepark no Campo Emílio Infante…

Projetos diferenciadores… Por Ricardo Segurado

A Escola Secundária de Sá da Bandeira, o “Liceu”, é uma instituição…

Valorizem a Celestino Graça… Por Ricardo Segurado

A Monumental Celestino Graça é a praça de touros de Santarém, sendo…

SNS de Excelência… Por Ricardo Segurado

Valorizar pouco o que temos. Ter o hábito de dizer mal. Muitas…