O mês de Janeiro começou como todos os meses: com boas e más notícias.

Ao nível da imprensa escrita temos de dar os parabéns ao ‘Diário de Notícias’ pelo feliz regresso enquanto jornal de todos os dias, pese embora os avisos vindos de dentro que reclamam mais meios para colocar o ‘DN’ no nível a que nos habituou.

Depois… bem, depois temos também aquelas notícias que não são boas nem más, apenas… estranhas.

Já é conhecido o boletim de voto que os portugueses vão receber quando se deslocarem às urnas no próximo dia 24 para eleger o Presidente da República.

Apesar de terem sido aceites sete candidatos, nos boletins de voto, da responsabilidade da Comissão Nacional de Eleições, constam oito nomes. O primeiro, segundo o irónico sorteio, é o de Eduardo Baptista.

Todos sabemos que para uma candidatura presidencial são necessárias 7500 assinaturas. Eduardo Baptista apresentou 11. As que bastaram para o seu processo de candidatura ser admitido para avaliação no Tribunal Constitucional que posteriormente lhe solicitou a regularização das múltiplas falhas que o mesmo continha.

Com a pressa toda (à guarida de um decreto-lei de 1976 que o permite) o Ministério da Administração Interna procedeu à impressão dos boletins de voto com o cidadão Eduardo Baptista sorteado à cabeça.

Para a história fica a imagem de organismos do Estado numa desarticulação perfeita e o bem português: “agora vai assim porque não há tempo para fazer melhor”.

Nos boletins vamos ter um candidato que não o é e quem lhe depositar a cruzinha está a contribuir para um voto nulo.

Estranho…

As más notícias vieram mesmo da TAP.

Eu gosto da TAP.

Chegou a ser uma companhia de referência na Europa pela sua segurança e pontualidade. Perder a TAP, para mim, não é a mesma coisa de perder o Novo Banco que é um caso perdido há muito tempo, habituado a altos voos, sem asas para voar.

Pelo contrário, a TAP faz-nos falta. O que não nos faz falta é saber que ao mesmo tempo que os portugueses estão lá a pôr (para já) mil e duzentos milhões de euros, perto de dois mil trabalhadores em diferentes sectores vão para o olho da rua e que no âmbito da “reforma” da empresa foi decretado o aumento de salários dos seus administradores. Um deles passará a ganhar qualquer coisa como 35 mil euros por mês!

Se não é gozar com a nossa cara de contribuintes é o quê?

João Paulo Narciso

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