Os problemas internos que a corporação dos Bombeiros Municipais de Alpiarça tem enfrentado nos últimos tempos têm começado a afectar a prestação de socorro em Alpiarça, tendo-se já registado várias recusas de emergências pré-hospitalares por não haver elementos suficientes para responder às chamadas.
A informação foi confirmada ao Correio do Ribatejo por alguns elementos da corporação, que manifestaram algumas preocupações em relação à organização das escalas de serviço. Um dos elementos que falou ao Correio do Ribatejo, preferindo manter o anonimato, referiu que a falta de elementos se deve à má organização das escalas de serviço e pela falta de motivação que alguns elementos apresentam devido ao mau ambiente que se vive no seio da corporação, resultado de uma má relação entre comando e bombeiros. “Por norma há sempre uma equipa de serviço, mas se houver uma segunda emergência é preciso chamar bombeiros que não estão de serviço, e muitas vezes acabam mesmo por não aparecer”, refere o mesmo elemento, havendo assim a necessidade de recorrer a meios dos concelhos vizinhos. A mais recente situação aconteceu durante o fim da manhã de sábado, 18 de Fevereiro, quando um homem sofreu uma queda de um telhado, acabando por ser assisitido pela corporação do concelho vizinho de Almeirim. O acidente ocorreu por volta das 13h15, quando todos os meios disponíveis estavam alocados à realização de uma prova desportiva no concelho de Alpiarça, não restando qualquer meio para responder a uma emergência. Ainda que estas situações estejam previstas pelos subcomandos regionais, “o tempo de resposta não é o ideal e pode pôr em causa a vida das vítimas pelo elevado tempo de resposta”, referiu um dos bombeiros da corporação ao Correio do Ribatejo.
Questionada pelo Correio do Ribatejo, a presidente da Câmara de Alpiarça, Sónia Sanfona, rebateu as acusações de falta de socorro, embora, registe-se, garanta que é normal as corporações de outros concelhos serem chamadas a intervir em Alpiarça, “todas as corporações de bombeiros asseguram serviços dentro e fora do respetivo concelho, com uma abrangência distrital” referiu Sónia Sanfona. Já o comandante da corporação, Hugo Teodoro, garante que esta falta de resposta é apenas pontual, dando como exemplo quatro ocorrências que aconteceram em simultâneo, sendo apenas necessário recorrer aos bombeiros da Chamusca para dar resposta a uma delas.
Relembre que recentemente foi entregue uma carta anónima ao município, alegadamente subscrita por 27 elementos da corporação, que denunciava problemas no seio da corporação, especialmente na relação entre comandante e bombeiros, assim como a falta de empenho do próprio comandante, acusado de nunca estar no quartel e de não resolver os problemas e necessidades da corporação. Na sequência desta carta, Sónia Sanfona reuniu com a corporação e coma estrutura de comando. Após essas reuniões a autarca reiterou a confiança em Hugo Teodoro, garantindo que continuaria a comandar a corporação.
Segundo comandante não teve “confiança reiterada” e espera-se o afastamento da estrutura de comando
Quem não viu a “confiança reiterada”, desta feita pelo comandante Hugo Teodoro, foi o segundo comandante, Fábio Dias. O afastamento do antigo braço direito de Hugo Teodoro prende-se com motivos de quebra de confiança, segundo adiantou Hugo Teodoro ao Correio do Ribatejo, confirmando que é um cenário que está em cima da mesa.
Leia a notícia completa na edição impressa de 3 de Março do Correio do Ribatejo.