Alguns profissionais de saúde do Hospital Distrital de Santarém (HDS) denunciaram esta segunda-feira, 27 de Abril, falta de material de protecção individual, nomeadamente luvas de latex. Alguns deles terão mesmo recusado continuar o serviço até a situação ser resolvida.
Uma fonte revelou ao Correio do Ribatejo que quando chegou ao seu posto de trabalho, durante a manhã, não tinham “luvas para proceder ao serviço de forma segura”.
Perante a falta deste material, tanto a fonte que denunciou a situação, como outros profissionais, recusaram-se a continuar o serviço até que a situação fosse resolvida.
Os mesmos afirmam que fazem pedidos de material ao armazém do HDS e que o mesmo não chega aos serviços.
Questionada pelo Correio do Ribatejo, Ana Infante, presidente do Conselho de Administração do HDS, garante que “não há falta de material na unidade hospitalar”.
“Ninguém nos informou da falta de material e para já não temos conhecimento de tal situação”, adiantou a administradora ao Correio do Ribatejo.
O HDS está durante este período de pandemia a gastar três vezes mais material de protecção individual, comparativamente com o período normal.
“Todos os dias vamos buscar material deste tipo à Reserva Logística Nacional”, conclui Ana Infante.
Recorde-se que no final do mês de Março, o HDS alertou para a circulação de “pelo menos um e-mail com pedido de alimentos e equipamentos para os funcionários” desta unidade de saúde que rotulou de “falso”.
Na altura, o Conselho de Administração do HDS pediu em comunicado “a todos para confirmarem sempre com o HDS, antes de tomarem qualquer iniciativa de ajuda”.
Um desses e-mails afirmava que, devido às medidas impostas pelo plano de contingência accionado em virtude da pandemia da covid-19, nomeadamente redução de horário e limitação de entradas no bar e refeitório do hospital, não estaria a ser garantida a alimentação a todos os profissionais.
O mesmo email dizia que “muito em breve” os equipamentos de protecção individual, como máscaras, viseiras, fatos e luvas iriam entrar em ruptura e não ser suficientes para todos os profissionais em funções.
O e-mail concluía com um pedido de bens alimentares, produtos de higiene pessoal e equipamentos de protecção individual.
Na mesma altura, o HDS sublinhou tratar-se de um “falso e-mail” e alertou para a necessidade de confirmação de pedidos deste género.