Os agricultores do Ribatejo e Oeste que ontem se concentraram em protesto na ponte da Chamusca, no distrito de Santarém, começaram a desmobilizar cerca das 20:00 horas.
“A concentração terminou cerca das 20:15, depois de dos dois lados das pontes [uma no concelho da Chamusca e outra no concelho da Golegã], os agricultores começarem a retirar os tratores e a desmobilizar o protesto”, disse à Lusa um dos agricultores, António Falcão.
O agricultor, do Tramagal, afirmou desconhecer ainda “o resultado da reunião que estava agendada” com a ministra da Agricultura, mas “face às informações que foram divulgadas por alguns organismos, os agricultores [do Ribatejo e Oeste] decidiram desmobilizar e ver o que vai acontecer nos próximos dias”.
O protesto no Ribatejo e Oeste mobilizou cerca de 800 agricultores e mais de 100 tratores que desde as 06:00 concentraram-se na ponte da Chamusca, que liga este concelho ao da Golegã.
Os agricultores tentaram, cerca das 14:00, cortar um dos acessos à autoestrada 23, mas acabaram por fazer uma arruada no local, tendo depois regressado à ponta da Chamusca, onde se mantiveram durante o resto do dia, condicionando a circulação naquela via.
O protesto, uma iniciativa do Movimento Civil de Agricultores, aconteceu um dia depois de o Governo ter anunciado um pacote de mais de 400 milhões de euros, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC).
O pacote abrange entre outras, medidas à produção, no valor de 200 milhões de euros, assegurando a cobertura das quebras de produção e a criação de uma linha de crédito de 50 milhões de euros, com taxa de juro zero.
Segundo um comunicado divulgado na quarta-feira pelo movimento, os agricultores reclamam o direito à alimentação adequada, condições justas e a valorização da atividade.