O PS foi o único dos quatro partidos que elegeram deputados no distrito de Santarém a conseguir subir em relação a 2015, com mais 1.931 votos (quatro eleitos), e PSD e CDS registaram a maior queda.

A quebra da votação nestes dois partidos (somados perderam 19.610 votos) não impediu o PSD de manter os seus três deputados, mas, desta vez sozinho, o CDS-PP acabou por perder a deputada que havia eleito em coligação, Patrícia Fonseca.

O resultado da votação no distrito de Santarém, que elege nove deputados, revelou uma subida do Partido Socialista, que obteve 37,1% dos votos, contra os 33% de 2015, e a descida de PSD e CDS, que passaram dos 35,8% que obtiveram coligados há quatro anos para 25,2% e 4,7%, respectivamente.

Também a CDU registou uma quebra significativa, com menos 6.279 votos, passando de 9,6% para 7,6%, mesmo assim suficiente para manter o seu deputado, o comunista António Filipe, e permanecendo como quarto partido mais votado no distrito.

O resultado do Bloco de Esquerda no distrito de Santarém ficou ligeiramente abaixo do alcançado em 2015, passando de 10,8% para 10,2%, o que representou menos 3.348 votos, mas mantendo uma representação – elegeu Fabíola Cardoso, a candidata imposta pela direcção nacional do partido contra a vontade da distrital, que queria ver renovado o mandato de Carlos Matias.

Sem esquecer que o distrito perdeu, nestes quatro anos, 12.338 eleitores, a descida de votos dos partidos com eleitos (menos 30.865), à excepção do PS, foi em parte canalizada para partidos como o PAN, que conquistou mais 2.649 do que há quatro anos (teve agora 5.364, correspondentes a 2,6%, destronando o PCPTP-MRPP como quinto partido mais votado), mesmo assim longe da eleição de um deputado.

Outros votos foram para partidos que se apresentaram pela primeira vez, com o Chega a ser escolhido por 4.210 eleitores (2%), tornando-se no sexto partido mais votado no distrito. O Aliança recebeu 1.698, a Iniciativa Liberal 1.605 e o RIR 1.266.

Num distrito que está a envelhecer e a perder população, o número de votantes baixou dos 227.620 em 2015 para os 206.918 no domingo (menos 20.702), atingindo a abstenção os 45,6% (42,1% em 2015).

O PS elegeu as secretárias de Estado da Educação, Alexandra Leitão, e do Desenvolvimento Regional, Maria do Céu Albuquerque (números um e três da lista) e manteve os deputados António Gameiro, presidente da distrital, e Hugo Costa.

Do PSD apenas se mantém o deputado Duarte Marques, nome imposto pela direcção nacional num processo que mereceu a contestação da concelhia de Santarém. Esta estrutura não participou na campanha eleitoral, dada a exclusão do nome proposto que propôs, Ramiro Matos.

Entram na bancada social-democrata Isaura Morais, até aqui presidente da Câmara de Rio Maior, que foi colocada pela nacional como cabeça-de-lista, empurrando para segundo lugar o presidente da distrital, João Moura (também eleito), que desafiou as instruções da liderança do partido ao apresentar uma lista ordenada em que surgia em primeiro lugar.

Segundo dados do EyeData, uma ferramenta de análise de dados estatísticos criada pela Social Data Lab para a agência Lusa, o distrito de Santarém apresenta um saldo populacional natural por mil habitantes (que contrapõe os nascimentos aos óbitos) significativamente mais baixo que a média nacional (-67,38 contra -25,26), revelando uma elevada perda de população.

A população residente no distrito – o EyeData baseia-se em dados da Pordata para estimar a população média em 2018 – era de 431.277 pessoas.

Nem o saldo migratório contraria a perda populacional, continuando negativo – menos 4,6 por 1.000 habitantes, contra os 11,3 positivos da média nacional -, sendo que, no distrito, os estrangeiros legalmente registados representam 2,7% da população (contra os 4,6% da média nacional).

À perda de população junta-se o envelhecimento, com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), de 2013, a mostrarem no distrito índices de envelhecimento (número de pessoas com 65 e mais anos por cada 100 pessoas menores de 15 anos) que vão dos 440,9 em Mação aos 93,2 em Benavente (único concelho do distrito que apresentava mais jovens do que idosos), passando pelos 165 da capital de distrito.

Segundo o EyeData, em 2018, 12,5% da população residente no distrito de Santarém tinha menos de 15 anos (contra os 13,77% da média nacional) e 24,8% tinha 65 ou mais anos, suplantando os 21,7% da média nacional.

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