O PSD acusou hoje o Governo de “falta de transparência e competência” na resolução dos problemas do Hospital de Santarém, por, ao contrário do afirmado, o reforço de capital realizado ficar aquém do exigido pelo Tribunal de Contas.
Os deputados do PSD eleitos por Santarém, Nuno Serra, Teresa Leal Coelho e Duarte Marques, reuniram-se na quarta-feira com a administração do Hospital Distrital de Santarém (HDS) e “ficaram a saber que a recapitalização feita pelo Governo ficou aquém das necessidades exigidas pelo Tribunal de Contas e que Governo só autorizou a contratação de 18 dos 49 enfermeiros pedidos pelo Hospital para fazer face às 35 horas” semanais, afirmam em comunicado.
Os deputados lembram que, para resolver o problema dos fundos negativos, que levou o Tribunal de Contas (TdC) a negar visto à segunda fase das obras no bloco operatório e ao fornecimento de refeições, o Governo antecipou receita do HDS no valor de 16,8 milhões de euros e procedeu a um reforço de capital de 18,7 milhões de euros.
Contudo, este valor, de cerca de 36 milhões de euros, “é insuficiente, já que o saldo negativo do HDS é superior a 50 milhões de euros, e, portanto, não é suficiente para ultrapassar os sucessivos vetos do TdC”, afirma o comunicado.
Os sociais-democratas afirmam que esta informação contraria “o que foi dito pelo ministro da Saúde” na Comissão de Saúde do parlamento, em resposta a uma interpelação de Duarte Marques, bem como na resposta a uma pergunta entregue pelos deputados social-democratas.
Segundo o comunicado, Nuno Serra “lamenta a situação e a falta de transparência e competência do Governo em mais esta matéria, pois já por três vezes o Ministro da Saúde garantiu que esta situação estava resolvida e afinal não está”.
Para os deputados, só o aumento de capital permitirá resolver o problema, pelo que criticam o recurso à antecipação de receita, que apenas cria “um outro problema mais à frente, ou seja, empurrando com a barriga”.
O comunicado lamenta ainda que o Governo só tenha autorizado a contratação de 18 dos 49 enfermeiros pedidos pela administração do HDS para fazer face à alteração das 35 horas de trabalho semanais e por, “mais uma vez, ter deixado para a última hora a contratação de pessoal para fazer face à redução do horário de trabalho”.