O PSD disse hoje que a situação da ferrovia em Portugal é “caótica” e que o serviço “perde qualidade de dia para dia”, tendo questionado o Governo sobre se os concursos para aquisição de material “já foram efetivamente iniciados”.

Na pergunta parlamentar, os deputados eleitos por Santarém afirmam que a situação da ferrovia em Portugal “é cada vez mais caótica” e que “o serviço perde qualidade de dia para dia”, sublinhando que “os passageiros veem a sua vida afetada pelas cada vez mais degradantes condições dos comboios, pelos atrasos frequentes e pelos serviços suprimidos”.

Tendo lembrado que, “logo após a posse do atual Governo, o ministro da tutela mandou cancelar um concurso previsto de aluguer de material circulante a Espanha com a justificação que era preferível e política do atual governo comprar em vez de alugar”, o PSD, através do deputado Duarte Marques, primeiro signatário da missiva, pergunta ao ministro Pedro Marques se “está o Governo arrependido de ter impedido a anterior Administração da CP de prosseguir os seus esforços para aluguer de material circulante para fazer face às necessidades previstas pela operação da CP”.

No mesmo documento, o PSD refere ainda que, “apesar de diversas vezes anunciado desde 2016, apesar das promessas dezenas de vezes repetidas, só recentemente o Governo anunciou que a CP tinha aberto, finalmente, o concurso para aquisição de material circulante”, tendo feito notar que, “pelo que é do conhecimento público, além de ficar aquém em cerca de metade das necessidades reveladas pela empresa pública, esse concurso não terá ainda de facto sido lançado”.

O PSD, no sentido de “esclarecer esta situação”, questiona a tutela se “os concursos para aquisição de material circulante anunciados já foram efetivamente abertos/iniciados”, e “quando exatamente”, e, “se ainda não foram efetivamente abertos quando o serão”.

Em declarações à agência Lusa, o deputado Duarte Marques deu conta que, “face ao adiamento da aquisição de material circulante bem como do seu aluguer, era expectável que o Governo apostasse na recuperação e manutenção do equipamento” existente na CP, “reforçando decisivamente a capacidade operacional EMEF”, Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário.

“Isso também não aconteceu”, afirmou o deputado social democrata, tendo acrescentado que “o reforço do pessoal ficou muito aquém do prometido e do necessário, ou seja, apesar das carências verificadas e previsíveis, o Governo não comprou, nem alugou, nem recuperou o equipamento existente e ainda boicotou o que estava previsto”.

Os deputados do PSD eleitos por Santarém [Duarte Marques, Nuno Serra, e Teresa Leal Coelho] afirmam que “este quadro negro da ferrovia traduz claramente o corte no investimento público feito pelo atual governo nesta área” e que, “apesar dos constantes anúncios, de constantes promessas de futuro a verdade é que a ferrovia está hoje muito pior do que em 2015”.

“Chegámos ao cúmulo de verificar que se concretizou mais investimento público em período de resgate e austeridade do que se tem feito desde 2015”, critica o PSD, que manifesta ainda, “além das dificuldades do material circulante”, preocupação com o “estado da infraestrutura que está envelhecida e a precisar de urgente renovação”.

O conjunto de oito perguntas sobre a ferrovia questiona ainda o Governo se “tem previstos novos investimentos na infraestrutura ferroviária, em particular na linha do Norte e no percurso que atravessa o distrito de Santarém”.

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