Gabriel Palhais Silva, natural de Abrantes, é apaixonado pelo mundo das artes, em especial a representação, iniciando a sua carreira profissional

como actor em 2016. O jovem, com apenas 23 anos, apresenta um vasto currículo na área do teatro. Estudou na Escola Superior de Teatro e Cinema, em Lisboa, mas actualmente vive em Santarém.

Entre os muitos projectos que realiza é também professor no curso de Artes do Espetáculo/Ator-Atriz na Escola Secundária Dr. Ginestal Machado. Fundou a sua própria associação cultural “Caneta100Borracha” que nasceu da necessidade de poder implementar projectos e criações próprias, funcionando também como produtora de eventos. A associação tem como propósito permitir que jovens recém-formados se fixem em Santarém.

Como é que surgiu o gosto pela representação/ artes?

O primeiro “bichinho” lembro-me que foi quando via morangos com açúcar em miúdo, mas lembro-me de achar que era um sonho impossível de alcançar. No entanto no 8° ano comecei a fazer teatro em Vila Nova da Barquinha, interpretando o Calibã da “Tempestade” de Shakspeare,

com um grupo chamado Fatias de Cá e aí a vontade e o gosto pela representação cresceram. Mas diria, que o momento em que percebi que era ligado ao mundo das artes que queria estar foi depois de fazer um espetáculo chamado “Chamem os Palhaços “com o veto teatro oficina e “A Princesa de Galochas” com a Área de serviço do Cartaxo.

Quando é que foi a primeira vez que subiu a um palco?

Não consigo ter memória da primeira vez que subi a palco, mas lembro-me de fazer várias peças, na escola quando ainda era criança. No entanto sei que quando comecei a pisar os primeiros palcos sentia um turbilhão de emoções, misturado com muita magia, adrenalina, nervosismo, medo de errar e ao mesmo tempo orgulho em mim!

Qual foi para si o palco mais importante que já pisou?

É uma resposta difícil, tendo em conta que já estive no Teatro D. Maria II e no Teatro Nacional de São Carlos, cada palco e cada espectáculo tem a sua importância e de facto foi muito importante e especial para mim estar no Teatro Nacional D.Maria II, mas contrariamente ao que se pode pensar, apesar de serem teatros nacionais e a concretização de um sonho, considero que até hoje o palco mais importante que pisei foi o Centro Cultural do Cartaxo.

Que trabalho que lhe deu mais gosto?

Esta é mais uma daquelas muito difícil, mas diria que em teatro foi fazer o Salgueiro Maia nos espetáculos organizados pela comissão 25 de Abril em Santarém. Em publicidade um anúncio gravado recentemente para televisão. Cinema, a participação na série “O Americano”.

Em 2017 foi convidado pela Comissão 25 de abril a interpretar Salgueiro Maia. Como foi interpretar um nome tão importante para o nosso país?

Está entre os papéis mais desafiantes da minha vida e sem dúvida o que mais me marcou até hoje, justamente não só por ser uma figura importante e conhecida em Santarém, como também é alguém que mudou o curso da nossa história. Tinha muito medo de não fazer justiça à sua figura, principalmente porque eu ainda era muito novo.

Tem outros projectos em carteira que gostaria de dar à estampa?

Estou numa fase da minha vida em que tenho vários projectos agendados, uns enquanto actor, outros como encenador e ainda algumas criações próprias. Alguns ainda não podem ser revelados, mas posso adiantar que vai acontecer uma peça de teatro ainda este ano em Santarém, e que vou estar a realizar workshops de teatro, de malabarismo e de andas com a comunidade, não só em Santarém, mas também em Lisboa na Casa do Artista.

Qual foi a personagem mais desafiante?

O personagem Cliff que fiz no ano passado em “Dá Raiva Olhar para Trás” foi um dos mais desafiantes, tanto pelas características do espectáculo, como o local de apresentação, o tempo de montagem e acima de tudo a forma de vida do Cliff. Foi relativamente difícil para mim lidar com a sua passividade perante várias situações, como por exemplo ver o melhor amigo a tratar mal a mulher e ele não ter coragem de fazer nada. Na altura fez-me reflectir muito sobre este tipo de situações e como é que é possível uma pessoa aceitar e não intervir.

Em que consiste a associação “Caneta- 100Borracha”? Qual é o seu propósito?

A sua missão acaba por passar também por dar oportunidade a outros jovens que queiram desenvolver as suas ideias e precisam de uma estrutura que os apoie. O grande propósito da associação é permitir que os jovens recém-formados se fixem em Santarém, espero que os jovens ligados às artes do espetáculo, multimédia e organização de eventos prossigam estudos fora de Santarém se assim o entenderem, mas acredito que se existirem oportunidades de trabalho para eles cá, podem regressar no fim de terminarem os estudos, tal como eu fiz.

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