O diretor regional da Conservação da Natureza e Florestas de Lisboa e Vale do Tejo, Rui Pombo, considerou hoje que o reconhecimento das Pegadas de dinossáurios de Ourém e Santarém pela UNESCO irá impulsionar o turismo na região.

“Estamos muito felizes com esta distinção e com aquilo que ela representa. É uma distinção que trará um aumento significativo de visitantes, principalmente do público estrangeiro. É um marco distintivo e um marco que canaliza muitos interessados para estes locais”, afirmou Rui Pombo, em declarações à Lusa.

O Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios de Ourém-Torres Novas e a Jazida com Pegadas de Dinossáurios de Vale de Meios, em Santarém, estão localizados do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC) e foram reconhecidos, em agosto de 2024, pela subcomissão dos geossítios da UNESCO e pela União Internacional de Ciências Geológicas (IUGS), como locais de elevada relevância científica internacional.

A distinção insere-se num grupo restrito dos 200 geossítios mais relevantes a nível global, sendo o segundo local na Península Ibérica a alcançar este reconhecimento.

A distinção foi atribuída na sequência de uma candidatura elaborada pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e por outras entidades públicas, entre as quais os sete municípios abrangidos pelo PNSAC.

Para o Rui Pombo, o reconhecimento internacional deve-se à qualidade das pegadas de dinossauros que existem nos dois locais e que estão muito bem conservadas, bem como aos trilhos que a área dispõe, que possuem uma extensão “muito pouco vulgar”.

“A particularidade que aqui temos é a qualidade das pegadas e a multiplicidade de trilhos. Um dos trilhos tem mais de 140 metros de cumprimento, o que é singular e muito pouco frequente. Estamos a falar de trilhos múltiplos com um conjunto muito significativo de pegadas no seu todo. Acima de tudo, estamos a falar da qualidade destes trilhos e das pegadas e da sua conservação”, acrescentou.

Segundo o responsável, ao longo dos últimos anos foram feitas várias intervenções para garantir a proteção e a conservação das duas áreas.

Entre as iniciativas desenvolvidas, foi feito um levantamento tridimensional das pegadas mais importantes, permitindo uma documentação mais detalhada, e a melhoria das condições de visitação, através da instalação de plataformas para circulação.

“A melhoria das condições de visitação e os trabalhos de geoconservação que foram feitos permitiram conservar as particularidades que estes sítios reúnem”, salientou o responsável.

Rui Pombo destacou ainda que a conservação dos dois locais deve-se igualmente às comunidades locais e aos exploradores, que nos últimos anos têm “tido o cuidado de fazer um trabalho de exploração cada vez mais sustentável e com preocupações ambientais”.

“É este trabalho, em articulação com as comunidades e com os exploradores, que tem permitido preservar estes locais e descobrir novas pegadas”, acrescentou.

O PNSAC é uma área protegida criada em 1979 e abrange uma área de cerca de 39 mil hectares espalhados pelos concelhos de Alcobaça e Porto de Mós (no distrito de Leiria) e Alcanena, Rio Maior, Santarém, Torres Novas e Ourém (no distrito de Santarém).

Leia também...

IP inicia obras de reabilitação dos pilares da Ponte Rainha D. Amélia

A Infraestruturas de Portugal (IP) deu hoje início às obras de reabilitação…

Tudo a postos para o Bons Sons 2018

Como chegar, onde ficar e o que fazer. Depois de meses de espera,…

Santarém vai testar membros das mesas de voto do concelho

Todos os membros das mesas de voto do concelho de Santarém vão…

Câmara de Santarém apoiou 314 consumidores em 2020

O núcleo de informação ao consumidor da Câmara de Santarém apoiou em…