Uma conferência com o responsável pelo Dicastério da Comunicação da Santa Sé, Paolo Ruffini, abre, no dia 28, a III Jornada de Comunicação do Santuário de Fátima.
Subordinada ao tema “O Mundo visto de Fátima”, a jornada é organizada no âmbito do centenário do Jornal Voz da Fátima, a mais antiga publicação regular do Santuário e que este ano se assinala.
Dirigida sobretudo a investigadores e profissionais da área da comunicação, em especial da Igreja, “visa debater a importância da imprensa de inspiração cristã na construção das sociedades”, informou o Santuário.
Segundo a instituição, “a partir da experiência da Voz da Fátima, que através dos seus editoriais e dos diferentes artigos contribuiu para relatar e difundir o acontecimento mas também interpretar o mundo contemporâneo a partir da mensagem, assumindo-se como a voz institucional deste Santuário, a Jornada de Comunicação procurará refletir sobre o futuro da imprensa cristã, os desafios da transição digital e a importância do jornalismo de proximidade, atento à escuta de pessoas e causas concretas”.
O programa da Jornada contempla a apresentação de um estudo comparado da Voz da Fátima, onde se apresenta o perfil do leitor do jornal e, “por correlação, do leitor da imprensa católica, através da participação de vários responsáveis das principais publicações da imprensa católica portuguesa”.
Também a antestreia da reportagem “Páginas de Fátima”, do jornalista Joaquim Franco, “que permitirá uma viagem que atravessa os cem anos do jornal, lendo as principais temáticas que ocuparam a atenção dos responsáveis pela linha editorial desta publicação”, marcará os trabalhos da Jornada.
O primeiro número do jornal foi publicado em 13 de outubro de 1922, “como meio de contacto com os peregrinos” e pela necessidade “de dar a conhecer a vida do Santuário, mas igualmente do desejo de difundir a mensagem de Fátima”, como reconheceu no número de outubro de 2021 o reitor do Santuário, padre Carlos Cabecinhas.
Segundo o reitor, “não é possível fazer a história de Fátima – mensagem, protagonistas e vida do santuário – sem passar pelas páginas do jornal”.
“Aí encontramos os relatos das grandes peregrinações, o testemunho dos grandes momentos de Fátima, a preparação e o acompanhamento das visitas dos Papas e de outras figuras relevantes da Igreja”.
A decisão de criar o jornal foi tomada em 04 de maio de 1922, por uma Comissão Canónica criada pelo então bispo de Leiria, José Alves Correia da Silva, e a publicação teria a finalidade de publicar todas as notícias e informações relativas aos acontecimentos de Fátima e, em concreto, as aparições.
O primeiro número da Voz da Fátima teve uma tiragem inicial de seis mil exemplares, que chegou a aproximar-se dos 250 mil em 1954. Atualmente, a tiragem situa-se nos 62 mil exemplares, estando também disponível na página ‘online’ do Santuário.
De distribuição gratuita, nunca interrompeu a sua publicação.
Além de Paolo Ruffini, a Jornada contará com a participação de investigadores da academia portuguesa, como Carlos Camponês (Universidade de Coimbra), Felisbela Lopes (Universidade do Minho), Pedro Jerónimo (Universidade da Beira Interior) e Jorge Pedro Sousa (Universidade Fernando Pessoa).
Uma mesa-redonda com responsáveis editoriais de jornais congéneres à Voz da Fátima noutras dioceses portuguesas integra, também, o programa da Jornada, que decorrerá no Centro Pastoral Paulo VI.