O presidente da Câmara de Santarém, o social-democrata Ricardo Gonçalves, que promoveu ontem um jantar de apoiantes da candidatura de Miguel Pinto Luz à liderança do PSD, defende o fim das “quezílias internas”, centrando as críticas no Governo socialista.
Ricardo Gonçalves disse à Lusa que o jantar que se realizou ontem, na Casa do Campino, em Santarém, onde decorre o Festival Nacional de Gastronomia, junta “muita gente nova” em torno de um projecto que quer “garantir um PSD mais forte e unido, preparado para liderar o país”.
Considerando que as “quezílias internas” só “fragilizam e diminuem” o partido, Ricardo Gonçalves prefere centrar as críticas no Governo que toma posse sábado e que considera representar “um retrocesso a 1976”, correndo “um sério risco de se tornar rapidamente ingovernável, tanto pela sobreposição de competências como pela dimensão”.
“Se o primeiro-ministro quiser despachar com todos os ministros vai precisar de 38 horas, isto se as reuniões forem de duas horas. Ou seja, quase dois dias sem comer ou dormir”, exemplificou, declarando-se “certo” de que muitos dos 50 secretários de Estado “nunca terão sequer oportunidade” de reunir com António Costa.
Ricardo Gonçalves criticou ainda “a partidarização do Governo” e a não correcção de “erros de ‘casting’, como a ministra da Saúde, aliás, forçada a integrar dois elementos claramente do aparelho, Jamila Madeira, ex-dirigente da JS, e António Sales, presidente da Federação Distrital de Leiria do PS”.
Vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, Miguel Pinto Luz é um dos três candidatos à liderança do PSD surgidos até ao momento, além de Luís Montenegro e de Rui Rio, que anunciou a sua recandidatura na passada segunda-feira.