Até há pouco tempo, o mundo global, estava formatado nas nossas percepções de uma forma tal que, uma situação de pandemia, só seria possível de imaginar num livro de histórias, ou num filme de ficção de fraca qualidade, mas infelizmente num ápice tudo isso mudou e a realidade é mais incerta do que a mundividência que qualquer um de nós podia prever.

Apesar desta incerteza, todos sabemos que não há mal que perdure para sempre e, nós portugueses, quando nos unimos em torno de desafios comuns, não há nenhum que não seja vencido. Vamos vencer e vamos ficar todos bem.

É também nestes tempos mais difíceis, que as nossas dissonâncias cognitivas, nos dizem que devemos abrandar e refletir e, aí chegados, o nosso foco muda e incide sobre a nossa família, sobre aqueles de quem mais gostamos e daqueles de quem estamos mais próximos.

E essa proximidade também é telúrica, também é feita da necessidade de sermos informados por aqueles que estão mais próximos de nós, de sentirmos a segurança na informação, sem estarmos a pensar que pode ser uma notícia falsa ou empolada e, aqui, a imprensa local, mais do que nunca, tem um papel muito importante, pois representa a confiança na notícia e no jornalista que a escreveu, com a total veracidade dos factos.

E neste aspecto somos uns privilegiados, pois em Santarém temos um dos poucos jornais centenários existentes em Portugal, o Correio do Ribatejo.
Foi desejo do destino que, no meio desta guerra contra um inimigo global e silencioso, a 9 de abril de 2020, o Correio do Ribatejo, celebrasse a profética idade de 129 anos.

A história do Ribatejo e muita da nossa percepção da região, é escrita desde 1891, há quase treze décadas, pelo Correio do Ribatejo. Arrisco a dizer que este nosso jornal é a voz e os olhos dos ribatejanos, é o jornal que liga várias gerações e várias mudanças nas maneiras de viver, é o jornal que leva a informação do Ribatejo aos Ribatejanos espalhados por Portugal e pelo mundo.

Para uns é o veículo da informação, para outros é a companhia que chega todas as sextas-feiras, para outros, ainda, é a forma de publicitarem os seus serviços. Enfim, a sua importância é inquestionável e, quando é feita de forma isenta e séria, como é no Correio do Ribatejo, temos realmente de nos orgulhar e de agradecer.

Há que exaltar quem, durante tantos anos, vive e publica as notícias desta ínclita região que é o Ribatejo e que tem o seu coração em Santarém, a cidade dos nossos sonhos.

O Correio do Ribatejo tem história e já está na história do nosso concelho, pois foi aqui que nasceu pela quimera e mão de João Arruda, sendo hoje um verdadeiro património imaterial de Santarém.

Assinalar os 129 anos do Correio do Ribatejo, é como já referi, reiterar a importância da imprensa local enquanto serviço público. Valores como a liberdade e a independência justificam a confiança na informação do Correio do Ribatejo, visível na antiguidade e, ao mesmo tempo, na renovação da rede de relações do jornal, dos parceiros, dos seus colaboradores, das assinaturas e dos leitores.

Enaltecer, também, a capacidade de, ao longo dos anos, ter acompanhado a evolução dos tempos. Falo por exemplo das alterações no grafismo no jornal impresso, na criação do jornal online e não menos importante na CR Tv. Ao longo destas décadas, o mundo pulou e avançou e o Correio do Ribatejo sempre o acompanhou.
Todos temos de fazer a nossa parte e a vossa é feita!

Um enorme bem-haja por, há 129 anos, inscreverem no campo mediático o Ribatejo real. Fazer 129 anos não é para todos e, na área de comunicação social, é ainda mais raro. Só a boa gestão dos proprietários, aliada à visão dos directores e, claro, aos jornalistas que constroem o jornal todas as semanas, é possível.

Os meus sinceros parabéns, em meu nome pessoal e em nome do Executivo Municipal da Câmara de Santarém, a todos os que fazem e fizeram parte da história do nosso Correio do Ribatejo.

RICARDO GONÇALVES
PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTARÉM

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