Abrantes acolhe na sexta-feira a 4.ª Feira Tecnológica Florestal, dedicada à robótica e digitalização na gestão da floresta, reunindo empresas, investigadores e técnicos para demonstrar como a tecnologia está a transformar a fileira florestal portuguesa.
“A floresta já não se gere apenas com machado ou motosserra. Hoje, a robótica, os drones e a digitalização permitem operações mais precisas, seguras e sustentáveis, desde a plantação ao controlo de pragas e prevenção de incêndios”, disse hoje à Lusa o presidente da Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais (FNAPF), entidade organizadora da feira nacional.
O evento, inserido no projeto TECNOFOREST 4.0 e financiado pelo Fundo Ambiental e pelo PRR, realiza-se na Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes (EPDRA), situada em Mouriscas, no distrito de Santarém, e está “a suscitar muita expectativa”, tendo já esgotado as inscrições, disse Luís Damas.
Subordinado ao tema “A Robótica ao serviço da Floresta”, o certame visa divulgar avanços tecnológicos e sensibilizar a sociedade para a gestão florestal inovadora.
“A tecnologia, através de satélites, drones e inteligência artificial, permite medir copas, calcular alturas do arvoredo, mapear o território, criar cercas virtuais, e até aplicar adubos apenas onde são necessários. Cada máquina gera dados computorizados que ajudam a avaliar a rentabilidade e eficiência das operações e é tudo isso que vamos demonstrar e ter nesta feira”, destacou Damas.
A sessão de abertura começa às 09h30, seguida do primeiro painel dedicado às Novas Tecnologias do Mercado Florestal, com destaque para LiDAR, drones e pastoreio de precisão.
A Bornio – Forest Intelligence demonstrará o uso de dados LiDAR para modelar tridimensionalmente os povoamentos florestais, enquanto a TerraGes mostrará a integração de LiDAR, drones e cartografia aérea na monitorização das florestas portuguesas.
A Quinta do Tabalião, representante da Digitanimal, irá apresentar pastoreio de precisão com vedação virtual, reduzindo combustível florestal e risco de incêndios.
O segundo painel abordará Projetos de Inovação, com o programa RI Forestry a explorar dados de satélite para monitorização e previsão de risco de incêndio, enquanto a associação Biond partilhará projetos de automação e digitalização da fileira florestal.
“Há soluções para plantar, conduzir povoamentos, controlar pragas e gerir incêndios de forma mais inteligente, e a robótica permite plantar, cortar, monitorizar e até gerir o pastoreio com precisão”, afirmou Luís Damas.
Para o representante da Federação Nacional, a robótica é “essencial para compensar a falta de mão de obra e tornar a floresta mais eficiente e sustentável”, tendo feito notar que o evento “pisca também o olho à juventude” no sentido de a “despertar e captar” para o mundo agrícola e florestal.
“A floresta está a passar da força bruta para operações inteligentes, e queremos mostrar aos jovens e à sociedade este futuro”, acrescentou o responsável.
Após as palestras da manhã, durante a tarde haverá exposição e demonstrações com simuladores, GNSS profissional, sensores LiDAR e instrumentos de dendrometria, permitindo aos participantes experimentar tecnologias que estão a redefinir o setor.
O evento conta com apoio da Associação dos Agricultores dos concelhos de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação, da EPDRA e da TAGUS, enquadrando-se na estratégia de desenvolvimento local TAGUS 2027, focada na inovação, digitalização e qualificação.
