Amigos e Familiares de Celestino Graça reuniram-se esta tarde em redor da sua campa, no Cemitério dos Capuchos, em Santarém, num preito de homenagem, durante a qual Ludgero Mendes, director do Grupo Académico de Danças Ribatejanas, promotor da iniciativa, notou a ausência das entidades oficiais da cidade para quem, afirmou, o nome de Celestino Graça é “propagandeado apenas por conveniência política”.
“Quando ouvimos a Câmara falar muito de Celestino Graça, no essencial vai à boleia do nome que tem prestígio, porque se porventura eles sentissem exactamente essa circunstância do ponto de vista interno não deixariam de estar aqui a render homenagem à pessoa de quem se servem. Outro tanto se poderia dizer em relação ao CNEMA. O que seria hoje se não fosse a obra de Celestino Graça na criação da Feira?”, admitiu Ludgero Mendes.
Cumpriram-se na passada quinta-feira, dia 9 de Janeiro, 111 anos sobre a data de nascimento de Celestino Graça.
No ano em que se assinala o 50.º aniversário sobre a data do seu falecimento – ocorrido a 24 de Outubro de 1975 – o Grupo Académico de Danças Ribatejanas, de Santarém, fundado por Celestino Graça e por si dirigido até à hora da sua morte, leva a efeito um vasto programa de homenagem a esta figura maior da nossa região.
Hoje, sábado, dia 11 de Janeiro, teve lugar, pelas 15 horas, uma romagem de saudade à campa de Celestino Graça no Cemitério dos Capuchos, cerimónia realizada anualmente por ocasião da data do seu aniversário natalício e que vale pela afirmação do preito de memória tão sentidamente vivido.
Na passada quinta-feira, durante a missa das 19 horas, celebrada na Igreja de S. Nicolau, foi evocada a sua figura, em preito de homenagem espiritual pelo tanto que Celestino Graça se deu às causas sociais, num testemunho de solidariedade sempre evidenciada em todas as suas iniciativas, e mais concretamente na organização de espectáculos cujos lucros revertiam integralmente para a Santa Casa de Misericórdia de Santarém.
Do mesmo modo, os Grupos Infantil e Académico de Santarém sempre estiveram disponíveis para actuar em iniciativas de benemerência. Celestino Graça, sendo católico não era praticante, mas sempre cooperou com a Igreja nas suas obras de misericórdia e até nas campanhas de angariação de fundos para a construção ou manutenção de templos de culto.
Na última edição do ‘Correio do Ribatejo’, na sua habitual coluna de opinião, Ludgero Mendes lembra Celestino Graça que para muitos “foi apenas o Homem que teve maior influência na construção da Praça de Toiros, inaugurada a 7 de Junho de 1964, ou que fundou o Festival Internacional de Folclore de Santarém, cuja primeira edição teve lugar em 1959, apenas pelo facto de tanto o tauródromo escalabitano como este prestigiado evento sócio-cultural manterem o seu honroso nome nas suas denominações. Mas não, a sua obra é muito mais vasta e diversificada! Vale a pena conhecê-la ainda que pela rama, embora ao longo do ano em curso se realizem algumas iniciativas onde a obra de Celestino Graça será devidamente exaltada”, refere Ludgero Mendes, num texto para ler na íntegra na edição impressa da passada sexta-feira do ‘Correio do Ribatejo’.
“Celestino Graça, pelo empenho posto em tudo o que se propôs realizar e pelo exemplo que constituiu a sua abnegada intervenção, exerceu grande influência a nível regional despertando Santarém para um período de expressivo progresso, colocando-a a par das cidades mais desenvolvidas do nosso país, pelo que é credor do máximo respeito e da mais profunda admiração”, conclui Ludgero Mendes no mesmo texto.