Rúben António Silva Marques nasceu em Louriceira, Alcanena em 1994. Formou-se em Gestão do Território pelo Instituto Politécnico de Tomar. Até ao momento, tem publicados quatro livros de poesia: ‘Segredos Despertados’, em 2013, ‘Um Pedaço de Viagem’, em 2017, ‘Navegações pelo Tempo’, em 2020 e, mais recentemente, ‘Quem somos quando ninguém nos vê?’, editado este ano, sob a chancela da Cordel D’ Prata. “Alguns pensamentos nos assaltam quando temos de lidar com a agudeza dos pormenores apenas revelados longe de olhares alheios. Quem somos nós quando ninguém nos vê? Esta é uma pergunta que tentamos responder, no entanto, nem sempre estamos confortáveis em partilhar essa busca, nem sempre sequer conseguimos encontrar uma resposta que satisfaça a nossa sede de identidade”, pode ler-se na sinopse desta obra.

Rúben Marques conta com várias participações em antologias de poesia. Amante da arte em geral, para além da poesia encontra também refúgio na fotografia. No entanto, é na poesia que, entre o quotidiano e os sentimentos, cria uma forma de experimentar, de buscar e talvez encontrar algo.

Em que altura da vida despertou para a escrita, em particular para a poesia?

Comecei a escrever poesia com cerca de 15 anos, como maneira de compreender os dramas inerentes a qualquer adolescente.

Com o chegar da vida adulta e para compensar a monotonia do trabalho, aos 22 anos, a escrita tornou-se algo mais presente e sério.

O que inspirou este seu livro?

O que me inspirou para este livro foi uma necessidade de me conhecer a mim próprio. Como o título indica “Quem somos quando ninguém nos vê?”, a maior parte dos poemas transmite um maior ou menor passo nessa busca. É o resultado de vários momentos de introspecção, sobre o que se foi, o que se é e o que se quer ser.

Como foi o seu processo criativo?

Para cada poema gosto de começar com algo concreto que sirva de ponto de partida, uma ideia, tema, imagem, frase… A partir daí faço uma nuvem de palavras e frases que derivem desse embrião e, se possível, tento ler algo que alguém já tenha escrito e se possa relacionar com a minha idealização, porque não nos podemos fechar sobre nós próprios, existe sempre a possibilidade de aprendermos algo com os outros. Quando me sinto confortável com o que tenho, tento criar uma estrutura com isso e é começar a escrever o poema propriamente dito.

O que representa para si a escrita?

Ao início era uma forma de expressar por escrito aquilo que não conseguia transmitir por palavras ditas. Com o passar do tempo, transformou-se, por um lado em um escape da rotina, por outro, uma forma de realização, de fazer algo só por mim próprio e através do qual me pudesse orgulhar, algo que me impeça de viver pelo básico.

Quais as suas grandes referências literárias?

A minha poesia preferida é a de Sophia de Mello Breyner Andresen, mas também aprecio David Mourão Ferreira, José Tolentino Mendonça e Eugénio de Andrade.

Tem outros projectos em carteira que gostaria de dar estampa?

Há cerca de um ano, quando terminei a escrita deste livro, senti necessidade de mudar um pouco aquilo que fazia e acabei por descobrir um género de poesia visual, a poesia blackout. Entretanto criei uma página de Instagram intitulada “Palavras Resgatadas”, com os trabalhos que produzo, e, nos próximos meses, irei realizar exposições em diversos espaços.

Considera que um livro pode mudar uma vida?

Pode, se a pessoa estiver predisposta a essa mudança. Se não quisermos mudar, somos as melhores pessoas para mentir a nós próprios.

Um título para o livro da sua vida?

Passo a passo.

Viagem?

Roma.

Música?

Image Dragons – Mad World.

Quais os seus hobbies preferidos?

Escrita, fotografia e caminhada.

Se pudesse alterar um facto da história qual escolheria?

Holocausto.

Se um dia tivesse de entrar num filme que género preferiria?

Comédia.

O que mais aprecia nas pessoas?

Honestidade.

O que mais detesta nelas?

Hipocrisia.

Acordo ortográfico. Sim ou não?

Não.

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