As obras de requalificação, modernização e expansão das Urgências Médico-Cirúrgicas no Hospital de Abrantes, do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), vão custar 2,9 milhões de euros e já têm autorização do Governo para avançar.

“O projecto e o financiamento estão todos aprovados pela tutela e agora é só começar a preparar o caderno de encargos para lançar o concurso e recebermos as propostas para a empreitada”, disse hoje aos jornalistas o presidente do conselho de administração do CHMT, na cerimónia de apresentação do projecto de requalificação na unidade hospitalar de Abrantes.

Carlos Andrade Costa destacou que o concurso público deve ser lançado até Junho e que o investimento a realizar ao longo do próximo ano vai permitir “adequar as Urgências Médico-Cirúrgicas às melhores práticas no âmbito do exercício de uma medicina segura, moderna e diferenciada, e com as melhores condições, quer técnicas, para os profissionais de saúde, quer para os doentes”.

Questionado sobre um alegado atraso no arranque de uma necessidade identificada há vários anos, o presidente do CHMT disse que o processo das obras de requalificação do Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica é “tecnicamente complexo, com diversas fases e projectos de especialidade em arquitectura e em engenharia hospitalar” e que os “quatro anos a trabalhar neste conjunto de investimentos está dentro dos prazos normais”.

Para o gestor, o dia de hoje significa um “virar de página” e “diferencia” de outros anúncios para esta empreitada, porque “há uma antevisão do resultado final, o financiamento está todo aprovado, quer pelo Ministério da Saúde quer pelo Ministério das Finanças”.

Diferencia ainda por existirem as “condições legais e as autorizações para lançar as adjudicações”, frisou.

“A empreitada de requalificação das Urgências Médico-Cirúrgicas vai durar cerca de um ano e a obra vai decorrer, essencialmente, ao longo do ano 2022, estando orçada em 2,9 milhões de euros”, reiterou, tendo adiantado que o projecto global inclui ainda uma segunda empreitada, a lançar posteriormente, para “requalificação do Serviço de Gastroenterologia e de Consulta Externa”, ainda em Abrantes, obra que irá implicar um investimento na ordem de um milhão de euros.

Acompanhado de profissionais de saúde, responsáveis do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) e do presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Carlos Costa disse ainda que esta obra “é uma pequena parcela do investimento global que tem sido feito nas três unidades hospitalares do CHMT nos últimos seis anos, preservando sempre o seu equilíbrio económico”, tendo defendido que a “sustentabilidade das organizações hospitalares não está na sua retracção”, antes “expandindo a sua resposta e indo ao encontro das necessidades” dos utentes.

Ainda sem ter as contas fechadas relativamente a 2020, o gestor avançou, no entanto, que “num ano muito severo e em que foi preciso fazer muitos investimentos”, aludindo à situação pandémica, “a dívida do CHMT”, que esteve em falência técnica em 2010, vai ser “ligeiramente inferior a 31 de Dezembro de 2020 do que a dívida a 31 de Dezembro de 2019”, e que se cifrava então na ordem dos 24 ME.

O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, realçou a intervenção hoje apresentada como um “dia importante” e “um investimento há muito tempo desejado”, tendo feito notar que estes melhoramentos permitem “afirmar a unidade hospitalar de Abrantes na região e no país” e dotá-la de “melhores condições para servir a comunidade e as pessoas”.

Constituído pelas unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, separadas geograficamente entre si por cerca de 30 quilómetros, o CHMT funciona em regime de complementaridade de valências, abrangendo uma população na ordem dos 260 mil habitantes de 11 concelhos do Médio Tejo, no distrito de Santarém, Vila de Rei e Castelo Branco, do distrito de Castelo Branco, e ainda dos municípios de Gavião e Ponte de Sor, ambos de Portalegre.

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