Foi em Dezembro de 1983 que foi constituído o Clube de Ténis de Santarém (CTS): nessa altura, a sede social do Clube era a casa de um dos sócios fundadores, e as instalações desportivas resumiam- se a dois campos de ténis e à ‘parede bate bolas’, pertença da Câmara Municipal.

Decorridas quatro décadas a sua constituição, muito já foi feito no clube, desde a construção da sede e restaurante/esplanada, dos três campos de ténis, o muro de contenção da barreira, a vedação da área envolvente, os três campos cobertos de padel, a repavimentação dos campos de ténis, a nova iluminação do Ténis e do Padel, a melhoria da sede social e as parcerias com a ATHLETIX e STAR Players.

Em termos desportivos, o CTS organiza um Torneio de Ténis Internacional de Séniores Femininos de USD25.000, torneios federados e sociais de Padel e Ténis e participa nas ligas de equipas de clubes de Padel e de Ténis com mais de oito equipas, representando com brio e desportivismo a Cidade de Santarém e alcançando alguns resultados desportivos de destaque tanto a nível individual como colectivo.

O apoio dos sócios e dos utilizadores, a par do Staff do CTS, Camara Municipal de Santarém, Federação Portuguesa de Ténis, Associação de Ténis de Leiria e das empresas parceiras, têm sido essenciais para que a dinâmica, Missão e Valores do Clube prevaleçam como nos diz Élio Cunha, actual presidente do Clube. Até à data, o CTS teve oito presidentes com direcções eleitas por triénios o que demonstra bem a dedicação e empenho de todos os que trouxeram o Clube até ao presente. Com mais de 250 sócios e utilizadores, actualmente são contabilizadas mais de mais de 2.000 entradas mensais.

Qual a realidade actual do clube e os seus principais objectivos?

Neste momento, o clube está numa situação estabilizada, com o número de atletas federados acima dos 150. Entre ténis e padel. Concretizamos a questão relativa à situação do padel, nomeadamente toda a parte de liga de clubes, sendo que esta é já uma modalidade com um certo nível de competitividade.

Temos, portanto, duas modalidades perfeitamente firmadas, e temos escola de ténis e padel.

Em Santarém, o padel tem sido uma modalidade em crescimento?

Claramente. Acompanha o crescimento que se verifica a nível nacional. Nós fomos o primeiro clube, em 2016, a contruir dois campos de padel. Entretanto, vieram outros, fala-se também de novos projectos, e é notório que o padel tem vindo a crescer.

Mas é preciso ter alguma cautela em relação à perspectiva de negócio. Por vezes chama-se clubes a situações que não o são. Aqui, no CTS, somos um clube, um clube para todos, todos os que querem ser sócios são. Somos uma associação sem fins lucrativos e, claro, que os recursos são escassos.

Está ligado à presidência há quantos mandatos?

Desde 2016. Mas já faço parte dos órgãos sociais desde 2007. Além disso, sou presidente da associação de ténis de Leiria e Santarém. São 28 clubes e cerca de 2000 atletas federados, neste caso só de ténis. Das 13 associações, a nossa é a quarta maior.

Nestes anos à frente da direcção do clube quais foram os principais marcos e projectos alcançados?

Nos fizemos agora 40 anos: o clube foi fundado em 1983, e fizemos recentemente uma festa para assinalar a data, uma festa desportiva e lúdica precisamente para marcar esta efeméride. Eu diria que o grande pontapé de saída do clube, que lhe deu uma grande projecção, foi a construção dos dois campos de padel: esta obra foi, decididamente, foi um marco que deu a volta à situação em que nos encontrávamos.

Permitiu alavancar todo o investimento que temos vindo a fazer, também no ténis. Temos, actualmente, os campos de ténis com iluminação led; lançámos o torneio internacional de ténis, e colocámos Santarém no mapa das competições internacionais, primeiro com 15.000 dólares, e agora com 25.000 de ‘prize money’. A questão da vedação do clube também foi crucial: o clube era completamente aberto, tínhamos situações de vandalismo, principalmente nos campos de cima. A requalificação dos campos de ténis foi também importante: os campos de cima estavam completamente gastos, e as pessoas não queriam jogar lá.

Destaco também as parcerias ao nível do bar e esplanada, tal como da fisioterapia, que também são grandes mais-valias, e que fazem com que o clube viva todos os dias de manhã à noite.

Antigamente, em Agosto, fechávamos para ferias. Não havia movimento, e isso já não acontece, temos um clube que funciona o ano inteiro. Sofremos, obviamente, de alguma sazonalidade devido ao tempo, mas isso esperemos que acabe brevemente, com o projecto que está em curso de termos campos cobertos de ténis.

A escola de ténis sofria uma quebra nos meses de Novembro e Dezembro, a chuva fazia com que algumas pessoas deixassem de treinar nesses meses. Com a pandemia de Covid-19, conseguimos uma linha de crédito especifica, para o terceiro campo de padel. Entre os apoios da Câmara, e os da federação para os courts de ténis e entre o apoio bancário, conseguimos levar todo este conjunto de projectos avultados a bom porto. Para os campos fechados que agora ambicionamos, fizemos o trabalho possível em Julho e Agosto, preparamos tudo, mas não pudemos finalizar porque o torneio [Ladies Open] já estava planeado como outdoor e mantivemos até agora. Acabando o torneio, podemos finalizar essa obra que será muito importante para a dinâmica do clube.

Mas faltam mais campos para o clube conseguir crescer e captar mais praticantes?

Sim, ou, em alternativa, a cobertura dos outros dois campos que temos no nosso recinto. Neste momento, como já referi, temos três campos de padel e quatro de ténis. Os de padel são cobertos. Mas, no ténis, coloca-se a questão de termos agora dois campos cobertos e dois não cobertos.

À partida, essa situação inviabiliza a organização deste torneio [Ladies open]. Há espaço para crescer, temos um terreno adjacente que está doado ao clube em termos de direito de superfície. Há a possibilidade de implementar ali um ou dois campos adicionais. Aqui, a questão é os custos: para mim, seria uma mais-valia porque teríamos um clube de média/grande dimensão em Santarém, com capacidade para receber provas nacionais e internacionais.

A outra hipótese seria cobrir os dois campos que ficam a faltar, e ficaríamos com os quatro campos cobertos. O ideal, na minha opinião, seria ficarmos com cinco campos de ténis e seis de padel.

Há praticantes em Santarém para tal? O ténis tem também vindo a crescer?

Quando assumimos, em 2007, a direção, o clube estava em vias de extinção, e colocamos como meta termos e desenvolvermos aqui um projecto de ténis de qualidade: não é, claro, ténis de competição, isto não é uma academia, mas sim um clube.

Claro que com a efectivação deste objectivo, de termos ténis de qualidade, aparecem alguns troféus. Há uns anos atrás, Leiria e Caldas da Rainha eram os grandes clubes fortes no ténis. Neste momento, temos Torres Novas, temos Santarém e Caldas e Leiria. Quase todos os anos conseguimos ter equipas de sub 12 campeões nacionais.

Tivemos já, neste curto espaço de tempo, também, três campeões nacionais, também nas camadas jovens.

Não é fácil fazer campeões numa cidade de media dimensão. Mas posso afirmar que os nossos técnicos são bons, e conseguem retirar o melhor dos jovens que escolhem o CTS para se desenvolverem desportivamente.

Para além deste torneio emblemático, o Torneio Internacional Feminino Santarém Ladies Open, que vai já na sua sétima edição, quais os grandes torneios em que o clube participa?

Desde sempre que temos a liga de clubes e provas de equipas de ténis. Agora, também as de padel. Participamos nessas provas que apuram para o campeonato nacional.

Este ano, fomos campeões regionais de mais de 55, de sub 16, e sub 12. Essas equipas foram ao campeonato nacional, ao Jamor. Aqui, além deste torneio [Ladies Open] fazemos 10 provas a nível nacional, desde as camadas jovens até aos veteranos.

Quais são os princípios fundamentais para o clube?

A nossa missão, que norteia a nossa actividade assenta na premissa de promover a prática da atividade física nas modalidades de Ténis e Padel junto dos seus sócios, praticantes e na cidade de Santarém através de um serviço completo e de excelência.

Ambicionamos ser um clube reconhecido a nível Regional e Nacional como um local altamente recomendado para a prática de desportos de raquete. Ser uma associação desportiva com reconhecimento por parte dos cidadãos de Santarém. Estamos abertos à comunidade. Temos trabalhado com a APPACDM e com a FARPA desde há dois ou três anos. É um clube ecléctico, que não fecha as portas a ninguém.

Sem pessoas, sem praticantes e sem amigos não seriamos o que agora somos.

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