epa06065949 Military personnel close a gate at the Tancos Military Base, in Tancos, central Portugal, 04 July 2017. On 29 June 2017 the thieves stole anti-tank grenades, plastic explosives and more than 1,400 rounds of ammunition from the Tancos military complex. EPA/PAULO NOVAIS

O Ministério Público (MP) pediu ao tribunal que seja declarada a especial complexidade ao processo das armas de Tancos, o que permitirá dilatar até ao final de Setembro o prazo para a conclusão do inquérito.Num despacho a que agência Lusa teve acesso, o MP alega que investiga criminalidade altamente organizada e que as diligências que considera imprescindíveis são impossíveis de realizar até dia 28 de Março, prazo inicial para a conclusão do inquérito.Para pedir o alargamento do prazo, o MP argumenta também com o número de arguidos, a dispersão territorial dos factos e a complexidade da análise dos meios de prova.Entre as diligências que o MP ainda pretende realizar, destaca-se a audição dos 20 arguidos e a inquirição de 15 testemunhas e reconstituição dos factos. 

O processo, ainda segundo o despacho do MP, aguarda também a junção de mais de cem relatórios de exames periciais realizados pela Polícia Judiciária.O processo de Tancos, que resulta da apensação do processo do furto das armas e do aparecimento das mesmas meses depois na chamusca, conta com 20 arguidos, dos quais nove estão em prisão preventiva e um em prisão domiciliária.Os crimes indiciados são terrorismo internacional, associação criminosa, tráfico de droga, furto, detenção e tráfico de armas, tráfico de influência, e denegação de justiça e prevaricação, falsificação de documento e abuso de poder.

Actualmente, o inquérito, segundo o documento, é composto por 37 volumes e mais 50 apensos.No final de Janeiro, o coronel Luís Vieira, ex-director da Polícia Judiciária Militar, um dos detidos preventivamente, contestou a apensação dos processos sobre o furto das armas de Tancos e a sua recuperação, alegando que há crimes “estritamente militares” que não são investigados.O caso do furto de armas, ocorrido em 2017, ganhou importantes desenvolvimentos em 2018, tendo sido detidos militares da PJM e da GNR, suspeitos de terem forjado a recuperação do material em conivência com o presumível autor do roubo, um ex-militar de nome Paulino.

O furto de material de guerra foi detectado pelo exército a 28 de junho de 2017 e o reaparecimento das armas, na região da Chamusca, a 20 quilómetros de Tancos, foi revelado quatro meses depois (18 de outubro) pela PJM, em colaboração de elementos do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé.Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.No parlamento decorre uma comissão de inquérito para apurar as responsabilidades políticas no furto de material militar em Tancos que tem previstas audições a mais de 60 personalidades e entidades e que vai decorrer até maio de 2019, podendo ser prorrogável por mais 90 dias.

Leia também...

Carteiros de Santarém em greve parcial de 13 a 30 de Março

Os carteiros do Centro de Distribuição Postal de Santarém vão entrar quarta-feira em greve parcial, à primeira hora da manhã até 20 de Março…

Um homem e duas mulheres detidos por furto de residência em Pernes

Um homem e duas mulheres, com idades entre os 29 e 34 anos de idade, foram detidos, no dia 10 de Janeiro, por furto…

Vitória empata com Leões de Porto Salvo em jogo alucinante

No passado sábado, o Vitória Clube de Santarém recebeu o Leões de Porto Salvo (AF Lisboa) na Nave Municipal, em embate a contar para…

Carlos Oliveira – O semeador de Teatro

Especial 130 anos do Jornal Correio do Ribatejo Aos 73 anos, Carlos Oliveira conta com uma vida dedicada ao teatro e à cultura. Carinhosamente…