Foto de arquivo
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De 20 a 22 de outubro a Câmara Municipal de Coruche leva ao Museu Nacional do Traje, em Lisboa, no âmbito da programação Portugal Imaterial: Convenção UNESCO 2003 – 2023, a exposição “Tiragem da Cortiça: antes e depois”, que esteve patente no Núcleo Rural de Coruche de 1 de Junho de 2021 a 31 de Agosto de 2022. Coruche marca também presença com oficinas de saber-fazer protagonizadas pelos artesãos Arlindo Pirralho e António Matias, que executam demonstrações ao vivo de artesania em cortiça e tiragem da cortiça à falca. São ainda exibidos os vídeos “Sabias Que… Coruche, Capital Mundial da Cortiça”, realizado por Tânia Prates e produzido em 2020 pela Câmara de Coruche, e “Rostos da Aldeia – Tiradores de Cortiça de Coruche”, realizado por Tiago Cerveira e produzido em 2022 pelo projeto Rostos da Aldeia.

O Programa “Portugal Imaterial” encontra-se a decorrer com o objectivo de assinalar o 20.º aniversário da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial (PCI) da UNESCO. Disseminada por todo o País, a iniciativa compreende três momentos: o Encontro (realizado a 3 de Abril), o Território (de Maio a dezembro de 2023) e a Festa (de 17 a 22 de Outubro), proporcionando concertos, performances, documentários, visitas guiadas, oficinas e demonstrações, debates e exposições que convidam à descoberta de lugares e patrimónios vivos.

A Festa acontece em todo o País com iniciativas descentralizadas em Portugal (Continente e Ilhas), mas é nos dias 20, 21 e 22 que o Museu Nacional do Traje, em Lisboa, acolhe uma programação repleta de actividades abertas ao público, entre as quais se destaca a presença de Coruche, desde logo com a exposição itinerante “Tiragem da Cortiça: antes e depois”, resultante da exposição temporária com a mesma designação, que esteve patente no Núcleo Rural de Coruche de 1 de junho de 2021 a 31 de agosto de 2022.

Em quatro painéis expositivos, a mostra aborda as práticas e o saber-fazer associados à tiragem da cortiça como parte do vasto património cultural imaterial da comunidade coruchense. As características dos sobreiros e da cortiça, os territórios de montado em Portugal e no mundo, o montado enquanto paisagem cultural e sistema de produção multifuncional, o processo da tiragem da cortiça, bem como os produtos em cortiça e o projeto do Observatório do Sobreiro e da Cortiça fazem parte do percurso expositivo.

Promovendo também a salvaguarda, a valorização e a divulgação do PCI em Portugal, os artesãos coruchenses Arlindo Pirralho e António Matias dinamizam oficinas de saber-fazer nos dias 21 e 22 de outubro, nas quais poderemos assistir à execução de artesanato em cortiça ao vivo e à tiragem da cortiça à falca. A 21 de outubro, das 10 às 12 horas e das 14h30 às 17 horas, Arlindo Pirralho dedica-se à criação de peças em cortiça inspirando-se no seu imaginário rural, onde o ecossistema do montado e atividades de exploração agrícola e florestal ganham vida em cortiça, havendo peças únicas de artesanato disponíveis para aquisição. Já a 22 de outubro, entre as 10 e as 12 horas, e depois em destaque às 14h30, António Matias procede à demonstração de tiragem da cortiça à falca – tecido misto de cortiça virgem, entrecasco e lenho, obtido dos despojos da poda.

Valorizando a prática secular da tiragem da cortiça e do saber fazer associado, que poucas novidades conheceu por via da evolução tecnológica, o tirador António Matias faz a tirada tradicionalmente com machado ou enxó a partir dos ramos podados dos sobreiros.

Ao longo do evento “A Festa”, Coruche exibe ainda no Museu Nacional do Traje dois documentos fílmicos associados à tiragem da cortiça no Concelho: a rubrica “Sabias Que… Coruche, Capital Mundial da Cortiça”, realizada por Tânia Prates e produzida em 2020 pela Câmara Municipal de Coruche, e o vídeo documental “Rostos da Aldeia – Tiradores de cortiça de Coruche”, realizado por Tiago Cerveira e produzido em 2022 pelo projeto Rostos da Aldeia. A rubrica “Sabias Que…” convida a embarcar numa jornada única pelo coração do Ribatejo e do Alentejo, dando a conhecer a riqueza natural e cultural de Coruche, Capital Mundial da Cortiça, tendo azinheiras, sobreiros, carvalhos e castanheiros como protagonistas, lembrando-nos que Coruche, epicentro da indústria corticeira, é parte essencial da identidade cultural e ambiental de Portugal, onde a natureza, a história e a indústria se unem para criar algo verdadeiramente extraordinário.

Também o filme “Rostos da Aldeia – Tiradores de cortiça de Coruche”, cofinanciado no âmbito do Portugal 2020 – Estratégia de Eficiência Colectiva PROVERE “Montado de Sobro e Cortiça”, versa sobre o tema, mas focando-se nos ranchos de tiradores, comunidades onde se perpetuam os saberes ancestrais e onde os mestres ensinam, campanha a campanha, sobreiro a sobreiro, um ofício que se mantém manual e tradicional. Ainda que existam equipamentos para o fazer, nenhum processo automático e mecanizado é capaz de tirar cortiça de modo tão rentável como o homem e a sua machada. É também nesse sentido que a exposição “A tiragem da cortiça: antes e depois” contribui para a salvaguarda de um património cultural imaterial fundamental para o exercício de uma das mais importantes fileiras da economia portuguesa: a cortiça.

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