O W Shopping, em Santarém, assinala hoje, dia 28 de Outubro, o 20º Aniversário da sua inauguração. Desde a abertura ao público, tem-se afirmado como um espaço plural e de portas abertas para a cidade.

Para Rui Rosa, Manager do W Shopping, o centro é um espaço comercial de excelência, que continua a atrair insígnias de referência nacional e internacional, sem perder a sua matriz, que é a de se assumir como “um local de lazer e de família”, ponto de encontro de gerações, que acolhe a solidariedade e apoia as forças vivas da região.

Quais considera terem sido os principais marcos nestes 20 anos do W Shopping em Santarém?

Desde logo, o principal, foi a própria construção do Centro Comercial, com uma localização excelente, diria, em parceria com o Centro Histórico de Santarém.

É um projecto de referência que atraiu, e continua a atrair, muitas marcas de referência nacional. Da nossa parte, creio, foi a consolidação do mix comercial do centro.

E este aspecto, é um desafio diário. É fundamental criar dinâmicas de comércio, de marketing que façam com que a experiência de quem nos visita seja positiva.

Quais os desafios de gerir uma estrutura destas?

O desafio é permanente, diário. O mais importante é manter a atractividade, mantermo-nos no ‘radar’ dos grandes operadores e eles verem Santarém e o W Shopping como um bom local para se instalarem.

Pode-se considerar que foi uma conquista o Centro neste local?

Tratou-se de um processo anterior à minha gestão. Eu entrei para este projecto em 2011. A minha leitura, e porque conheço outros projectos semelhantes em que os centros convivem com comércio de rua é que eles se complementam e há espaço para todos. Caldas da Rainha, por exemplo, tem um centro comercial com as mesmas características e tem um comércio de rua extraordinário.

Como vê a forma como o Shopping tem contribuído para o desenvolvimento económico de Santarém?

Há aqui dois aspectos sensíveis: como entidade empregadora, temos cerca de 300 colaboradores. Por outro lado, realço, também, a relação que temos com as forças vivas da cidade. Portanto, e falando de uma forma estritamente directa, diria que cerca de 300 famílias dependem do W. E esse, claro está, não é um factor de somenos importância.

Há evolução no número de visitantes e volume de negócios alcançado?

Se considerarmos que vamos atingir os 20 anos a uma média de 3 milhões de visitantes, isso significa que teremos cerca de 60 milhões de visitantes ao longo destes 20 anos.

A pandemia veio ditar uma alteração do comportamento do cliente. Reduzimos, nessa altura, o número de visitantes, mas continuamos a ser local de destino, e temos tido um comportamento de vendas a crescer em relação a 2019. A inflação condiciona um aumento de volume, mas mesmo considerando o valor da inflação, ainda assim, estamos a crescer em relação a 2019.

Está à frente deste projecto há 12 anos. Qual tem sido a sua marca diferenciadora?

Gosto imenso desta cidade: já tive projectos em várias cidades do país, mas aqui sinto-me um filho adoptivo. Sinto-me em casa. A primeira questão, em termos de gestão, é saber interpretar uma cidade, e eu vejo e reconheço muito potencial a Santarém. Agora, não depende só da autarquia, dos poderes locais, não depende da gestão do shopping: depende das próprias pessoas quererem ser dinâmicas e contribuírem para o sucesso da sua cidade.

Uma das marcas da minha gestão, além dos aspectos de dinamizar o mix do centro, é a proximidade com as forças vivas da cidade. Essa é uma marca de gestão da qual me orgulho. Estar ligado ao desporto, à cultura, à solidariedade. A dinâmica da cidade passa muito pelo associativismo. A integração de um projecto destes, que faz parte da cidade, só faz sentido se estiver envolvido com ela. O mais importante foi a criação desta cumplicidade com a cidade.

É fazer do Centro Comercial W Shopping um espaço de referência, e não só comercial, mas que oferece também cultura e apoia as forças vivas da terra. Essa é a nossa grande assinatura. Depois, foi todo um trabalho de retaguarda no sentido de conferir modernidade ao centro, com investimentos direccionados para esse fim, e depois, por último, mas muito importante foi o facto de termos conseguido atrair para o nosso espaço as grandes insígnias.

E que iniciativas tem o W para ajudar a dinamizar e envolver essas entidades?

Abrimos regularmente as nossas portas às mais diversas associações, para que o W Shopping seja palco das suas exposições, actividades e várias outras iniciativas. E as nossas portas abrem-se, de igual forma, a dinâmicas com entidades oficiais, como já tivemos, por exemplo com a Protecção Civil que envolveu a GNR, a SEPNA os Bombeiros Voluntários e Municipais. O W é, recorrentemente, palco privilegiado de apresentação de livros, de lançamento de eventos culturais e desportivos e é assim que eu entendo este espaço.

Na sua gestão, não se cria uma barreira entre o centro comercial e os comerciantes da cidade. Acha que do “lado de lá” há esse mesmo retorno, esse entendimento?

Julgo que sim. Efectivamente, os clientes são os mesmos. São ofertas que se complementam. A oferta que temos no W é distinta da que existe na rua e faz todo o sentido ser desta forma. O Centro Comercial teve uma integração harmoniosa, também devido às políticas que foram seguidas, assentes na ideia de não fazer deste Centro Comercial – como existem tipicamente – um espaço fechado à cidade. Aqui, a linha não é apenas ‘comércio, comércio, comércio”: este é um fórum da cidade, um ponto de encontro, por onde passa o quotidiano e a vivência da cidade.

Que ofertas há e quem procura hoje os centros comerciais?

A procura é transversal a todas as idades e gerações. Há sempre mudanças, que nós temos acompanhado. O grupo Inditex, por exemplo, expandiu a sua loja em cerca de 70%. O que demonstra bem a aposta no W e na cidade. Dizer a este respeito que a Inditex é um dos maiores grupos de distribuição de moda do mundo, com oito formatos comerciais: Zara, Pull&Bear, Massimo Dutti, Bershka, Stradivarius, Oysho, Zara Home e Uterqüe. Os consumidores procuram, também, segurança e conforto: valorizam o facto de chegar e, num espaço reduzido, terem tudo o que precisam: supermercado, lojas variadas e cinema.

Há projectos futuros que possa partilhar neste momento?

Estamos a fechar um contracto para uma insígnia que se instalou em Portugal recentemente. Penso que o processo irá ocorrer entre o final deste ano e o início do próximo. Estão bem definidas as áreas de intervenção, mas não posso, para já, adiantar mais pormenores.

O W Shopping, sempre que comemora uma data que lhe é querida, chama sempre a si a arte e a cultura locais. Vamos ter um aniversário, no sábado, dia 28 de Outubro, que programa vamos ter para assinalar estes 20 anos?

Ao longo dos anos temos tido a preocupação de, reforçando a nossa ligação à cidade, promover os seus recursos e, exemplo disso, é a APPACDM, a UTIS, o Círculo Cultural Scalabitano, o Rugby, a Académica, ou, mais recentemente, o Teqball. Este ano, para simbolizar a ligação do W à cidade elegemos a figura do António Júlio, o celebre ‘Pantufa’, que, desde o início, esteve ligado a este projecto: ele é uma referência incontornável da cidade.

Quisemos marcar este aniversário com um programa variado e dedicado às famílias, ao longo da semana de 21 a 28, que inclui Teatro, pinturas faciais para os mais novos, os palhaços do Veto, a Tuna da Utis, o grupo de dança Roda Vida da APPACDM, o saxofone de Pedro Santos Rosa e, também, Marco Horácio, com oseu Rouxinol Faduncho. No dia 29 encerramos as comemorações com a Orquestra Típica Scalabitana, com um concerto durante a tarde de domingo.

Uma percentagem grande desse elenco, cerca de 80 ou 90% são agentes locais…

Exactamente. Em relação à contratação de serviços sempre que possível é contratado em proximidade, na cidade. Fazemos esse esforço e é essa uma das marcas da minha gestão.

Qual a mensagem final que quer deixar?

Um obrigado à cidade. Uns parabéns à cidade e, naturalmente, ao W Shopping e a todos aqueles que, ao longo destes anos, passaram por cá. Quer sejam operadores, quer sejam colaboradores de loja ou equipas envolvidas na operação do centro.

Estamos com vontade de continuar e com “ganas” de manter esta dinâmica de potenciar, de querer fazer parte do quotidiano da cidade. Fazendo votos para que o sucesso seja transversal: que este seja um sucesso do W e da cidade, dos comerciantes, do Centro Histórico. Todos temos a ganhar se defendermos os nossos valores, se tivermos uma identidade. Temos uma cidade fantástica.

Leia também...

“Estamos a avançar às cegas para um futuro de escassez de água”

Fábio Antunes, 29 anos de idade, criou o ‘Movimento Luto Pelo Rio…

“A fotografia faz-se com a cabeça e não com os equipamentos”

Paulo Jorge de Sousa, nasceu no Sardoal em 1964. Licenciado em Fotografia,…

“Não se vai à AgroGlobal ver o que há de novo mas sim criar algo novo”

Entrevista a Joaquim Pedro Torres.

“Há futuro para as bandas filarmónicas em Portugal”

Jorge Lopes é o novo maestro da Banda Marcial de Almeirim. O…