As assinaturas dos transportes públicos no Médio Tejo vão ter uma redução da ordem dos 40%, a partir de 1 de Abril para os rodoviários e de 1 de maio para os ferroviários, anunciou a comunidade intermunicipal.
Anabela Freitas, presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), e o secretário executivo da CIMT, Miguel Pombeiro, anunciaram, em conferência de imprensa, em Tomar, que cerca de 90% dos 870.984 euros do programa de redução tarifária nos transportes públicos alocados à região se destinam a reduzir os custos dos passes sociais e dos bilhetes nos transportes a pedido.
A redução vai abranger não só os transportes públicos dentro da região, mas também na ligação a regiões vizinhas (Lezíria, Leiria, Coimbra e Beira Baixa) e os que são usados nas ligações pendulares a Lisboa, incidindo nos passes normais e jovens.
Um dos exemplos referidos por Anabela Freitas foi o do passe Tomar-Lisboa da CP, que actualmente custa 279,35 euros e que a partir da próxima segunda-feira já beneficiará da redução do passe da Área Metropolitana de Lisboa, passando para 247,10 euros, e a 01 de maio (tempo acordado com a CP para a entrada em vigor da redução de 40%) será de 164,25 euros, representando uma poupança de 115,10 euros mensais para cada utilizador.
A redução vai igualmente abranger os transportes urbanos nos quatro concelhos da CIMT que dispõem deste serviço – Abrantes, Entroncamento, Tomar e Torres Novas -, cabendo a cada um destes municípios anunciar os valores exactos que entrarão em vigor “no máximo até 1 de maio”, afirmou.
Anabela Freitas disse que até ao final do ano a CIMT vai lançar um concurso para a concessão das linhas de transportes urbanos, na sequência da decisão de criação de uma autoridade de transportes, o que permitirá nivelar os preços nos vários concelhos onde o serviço existe.
No caso do serviço de transporte a pedido, de que a CIMT foi “pioneira”, a redução tarifária atinge em alguns circuitos os 47% de redução, passando os escalões tarifários a ser de 1, 1,5 e 2 euros o bilhete, dando Anabela Freitas os exemplos dos circuitos Cardigos-Mação, onde o bilhete passa dos 3,8 para os 2 euros (seis viagens passam a custar 10,8 euros contra os 22,8 actuais), ou Avecasta-Ferreira do Zêzere (de 2,8 para 1,5 o preço unitário e de 16,8 para 7,8 as seis viagens).
A verba destinada a aumento da oferta vai ser aplicada na expansão do serviço a pedido, em concreto na zona sul do concelho de Tomar (Madalena-Beselga) e nas ligações de Vila de Rei a Abrantes, Tomar e Sertã (as primeiras intermunicipais deste tipo de transporte, num ensaio que poderá ser replicado), uma vez que esta solução de transporte flexível se tem revelado eficaz.
Haverá também investimento numa experiência piloto de uma ligação rápida entre as cinco cidades da região – Abrantes, Entroncamento, Torres Novas, Tomar e Ourém -, visando o fluxo turístico, mas também a diminuição do uso de viatura nos movimentos pendulares na região.
Miguel Pombeiro afirmou que existem cerca de 20.000 assinaturas de transporte rodoviário e ferroviário na região (dados relativos a 2018), sendo o movimento pendular em automóvel superior a 70%.
O transporte a pedido está a funcionar em 11 dos 13 concelhos da região, com 60 circuitos e mais de 1.100 paragens, movimentando mensalmente mais de 700 viagens, adiantou.
A verba alocada visa um período de nove meses, sendo este ano a comparticipação dos municípios da ordem dos 2,5% (21.775 euros), valor que subirá para os 10% em 2020 e para os 20% em 2021.
“Esperamos que seja um incentivo ao uso do transporte público. Quanto mais utilizadores houver, melhor será a nossa rede, não só no transporte escolar, que esgota agora grande parte da oferta, mas também no estímulo à própria mudança de hábitos”, declarou.