Fotos: Daniel Cepa

Cerca de duas centenas de pessoas marcaram presença, no passado sábado, no Centro Cultural das Fontaínhas e Graínho, num almoço solidário que serviu para angariar fundos para a pequena Maria Clara, de quatro anos de idade, com atrofia muscular espinhal tipo 1.

A ideia partiu de Pedro Corte Real que confeccionou uma paelha para cerca de 200 pessoas, num almoço cuja receita reverteu por inteiro para a Maria Clara que continua a necessitar de ajuda para fazer face às terapias diárias que tem pela frente.

Maria Clara, natural de Santarém, nasceu a 6 de Dezembro de 2020, aparentemente uma bebé normal. Aos quatro meses foi-lhe diagnosticada Atrofia muscular espinhal tipo 1, uma doença neuromuscular do foro genético que se agrava com o tempo e que afecta todos os músculos do corpo, à excepção dos do rosto, manifestando-se com maior gravidade nas pernas e nos braços.

A criança precisou de tomar um dos medicamentos mais caros do mundo, o Zolgensma, que ronda o valor de dois milhões de euros. Foi autorizado pelo Infarmed e Maria Clara fez a primeira toma, a 21 de Maio de 2021. A partir da segunda semana após a toma do fármaco, que produz a proteína em falta, a criança demonstrou diversas melhorias, começando a mexer as pernas e os braços.

Carina Mendes e Marco Madeira, pais de Maria Clara, mudaram as suas vidas para dar todas as condições necessárias à filha. Carina deixou de trabalhar e dedica-se a tempo inteiro a cuidar de Maria Clara, o único meio de sustento é o trabalho de Marco, que não é suficiente para todas as despesas face à doença.

A criança, para além da medicação, realização de fisioterapia, hidroterapia e terapia da fala, deve ainda usar diversos equipamentos especializados para atenuar a evolução da patologia, porém os valores monetários são muito elevados. Carina e Marco, não tendo possibilidade financeira de adquirir os equipamentos, criaram uma página no Facebook e Instagram, “A Guerreira Maria Clara”, onde contam com a solidariedade de todos para adquirir bens necessários para que a criança tenha uma evolução positiva. “A nível monetário deixa-nos de mãos e pés atados. Se não for a ajuda das pessoas não conseguimos. É tudo muito dinheiro”, refere Carina.

Carina Mendes alerta para o facto de que em Portugal não existem as melhores condições para doentes que sofrem desta patologia. “Não nos podemos queixar do nosso país, mas existem vários medicamentos para esta doença e Portugal não os tem. No hospital existem fisioterapeutas e médicos que não conhecem a doença e nem fazem força para conhecê-la. Por exemplo, no Canadá existe uma ala específica para doentes com Atrofia muscular espinhal tipo 1 e tem fisioterapeutas especializados nessa área”, explicou Carina ao “Correio do Ribatejo”.

Os interessados em ajudar podem efectuar a sua doação através de MBWay para o número 911770076 ou por transferência bancária para o NIB: PT50004552304033893680593.

A família conta com a ajuda dos seus seguidores, que através das redes sociais podem entrar em contacto com os pais de Maria Clara e auxiliar a pagar terapias, participar em sorteios e aderir a iniciativas que são divulgadas online em “A Guerreira Maria Clara”, como a venda de calendários e no passado sábado, através da iniciativa solidária de Pedro Corte Real, familiares e amigos, reuniram-se no Centro Cultural das Fontaínhas e Graínho, instituição que completa na próxima semana 50 anos de serviço à comunidade e que cedeu o espaço para este abraço solidário em forma de paelha.

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