O Vitória de Setúbal perdeu a licença para poder participar nas competições da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), mais concretamente na Liga 3, objectivo que tinha alcançado desportivamente.

Os sadinos não consiguiram cumprir os requisitos financeiros exigidos pela Federação Portuguesa de Futebol, sendo que o clube foi declarado insolvente e apresenta uma lista de dívidas aos credores na ordem dos 26 milhões de euros.

Esta semana, o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) rejeitou o recurso do V. Setúbal, que contestava os regulamentos da FPF e manteve o impedimento da inscrição dos sadinos na Liga 3.

Em particular, o ponto 2 do artigo 14º do regulamento, que regula a qualificação à Liga 3 refere: “A falta de inscrição, o incumprimento dos deveres de prestação de informação previstos no presente Regulamento ou não preenchimento dos critérios de participação de um Clube que tenha obtido qualificação que lhe permita subir à Liga III, determina a sua substituição pelo clube melhor classificado da mesma série do clube que estaria qualificado na edição anterior do Campeonato de Portugal”

Desta forma, a União Desportiva de Santarém (UDS) vai ser promovida ao terceiro escalão do futebol português, segundo confirmou ao Correio do Ribatejo fonte oficial do emblema escalabitano. O Vitória já foi notificado da decisão, tal como o U. Santarém.

Da direção do clube, recebemos o seguinte comunicado:

“Recebemos a confirmação da decisão final do Conselho de Justiça da FPF em “não atribuiu licença” ao Vitória FC para a Liga 3 e para o Campeonato de Portugal, mantendo a decisão da Comissão de Licenciamento, como tal, estamos a aguardar com serenidade a notificação da F.P.F para a União Desportiva de Santarém participar na Liga 3.
Temos a mesma convicção e serenidade desde o início do processo, porque conhecemos e cumprimos todas as premissas do regulamento disciplinar da FPF.

O Ribatejo e Santarém merecem esta oportunidade de se desenvolverem, enquanto região.
Temos uma localização geográfica privilegiada. Temos uma beleza natural ímpar. Temos uma história incrível. A partir de agora temos a oportunidade de desenvolver mais e melhor a articulação entre o Desporto, o Turismo, a Restauração, a Indústria, o Ensino, etc , para criar uma força no Ribatejo imaprável.
E temos o que faz toda a diferença: as pessoas. Podemos ajudar na construção da coesão social, o futebol tem também esse papel.

Esperamos contar com um apoio muito forte das entidades municipais, parceiros, sócios e adeptos para sermos muito competitivos. Santarém tem obrigatoriamente que ter equipa nas Ligas profissionais de futebol para os jovens ribatejanos que optem pela carreira de futebolistas não tenham que sair do concelho de Santarém aos 15 e 16 anos para irem jogar futebol profissional para Braga, Porto, Faro, Açores, etc.

Vamos ter poucos dias para preparar um plantel sénior para fazer uma equipa bem estruturada, mas estamos cá para as dificuldades e para a responsabilidades.

Há algum tempo que estamos a trabalhar juntamente com a equipa técnica, no planeamento do plantel sénior e da restante estrutura do futebol de formação, a qual estamos a profissionalizar, para dentro de poucas semanas, começar a época 24/25 na LIGA 3.

Finalmente, mas não menos importante, quero deixar uma palavra especial para os sócios e adeptos, e afinal também para todos os scalabitanos , que ao longo destas últimas semanas foram insultados , e muitas vezes mesmo vilipendiados, em especial nos canais digitais, palavra essa que é de admiração e, sobretudo, de solidariedade com todos”.

Setúbal lamenta decisão e diz-se alvo de injustiça

Entretanto, o clube Sadino já reagiu a esta decisão através de uma nota publicada nas redes sociais onde refere: “Lamentamos profundamente esta decisão, que consideramos injusta e desproporcional. O Vitória Futebol Clube SAD regularizou a sua situação contributiva junto da Segurança Social, conforme comprovado pela entrega das respetivas declarações. A impossibilidade de apresentar a certidão (razão invocada para a decisão) deveu-se exclusivamente à situação de insolvência do clube, facto que não invalida a regularização da sua situação contributiva.
Mais uma vez, salientamos que o Vitória Futebol Clube SAD apresentou a declaração comprovativa da regularização da sua situação contributiva, cumprindo todos os requisitos legais. No entanto, somos confrontados com uma decisão que, a nosso ver, se baseia em critérios extrafutebol e não na justiça desportiva.

Esta situação é mais um exemplo do retrocesso que o futebol português tem vindo a sofrer, com decisões obscuras e que beneficiam sempre os “mesmos” ou quem a eles está ligado/relacionado.
É do conhecimento público, “por coincidência”, que um dos diretores da FPF foi Presidente da União de Santarém, assim como também, uma vez mais “por coincidência”, que o “dono” da SAD da U. Santarém detém ligações fortes a uma equipa de Lisboa.
Estas coincidências levantam sérias dúvidas sobre a imparcialidade das decisões tomadas pela FPF.”

*Notícia em actualização

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