Os Utentes da Saúde do Médio Tejo criticaram o atraso no arranque das obras no serviço de urgência do Hospital de Abrantes, que serve a população dos 13 municípios da região, tendo feito notar a sua “necessidade premente”.
“Nos últimos quatro anos avançou-se no acesso e prestação de cuidados de saúde de proximidade, mas os Ministérios da Saúde e das Finanças não desbloquearam o processo das obras na urgência do Hospital de Abrantes e estas, a terminar mais uma legislatura, não começaram, prejudicando populações e profissionais, e colocando mesmo em causa a saúde pública”, disse à Lusa o porta-voz da Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo.
Para Manuel Soares, este é um problema que “tem de ser tratado” porque, alega, “o sítio por onde pode entrar uma pessoa estropiada (…) é a mesma urgência por onde qualquer um de nós pode entrar sem nos perguntarem absolutamente nada”.
O representante dos utentes insistiu que estão em causa não só as condições da prestação de serviço para utentes e profissionais, como também “questões de segurança, em termos de saúde”.
O porta-voz da CUSMT sublinhou que “a necessidade premente de obras é reconhecida por utentes, profissionais, autarcas e todas as entidades que têm responsabilidades na prestação de cuidados hospitalares” na região abrangida pelo Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), que abarca as unidade hospitalares de Abrantes, Tomar, e Torres Novas, e que “as necessidades de requalificação estão identificadas há cerca de 15 anos”.
Nesse sentido, a CUSMT anunciou que vai promover um abaixo-assinado e outras iniciativas públicas para exigir as obras na urgência de Abrantes e reclamou que as candidaturas distritais às legislativas de 6 de Outubro “expressem publicamente o compromisso de discriminar positivamente o sector da saúde em sede orçamental e, consequentemente, a inscrição de verba para as obras na urgência de Abrantes”.
As obras de requalificação, modernização e expansão das Urgências Médico-Cirúrgicas no Hospital de Abrantes, do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), vão custar 2,1 milhões de euros e deveriam ter começado na primavera deste ano 2019.
Questionado pela Lusa, o Conselho de Administração do Centro Hospitalar disse que o processo da obras de requalificação do Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica, instalado na Unidade Hospitalar de Abrantes, é “tecnicamente complexo, com diversas fases e projectos de especialidade em arquitectura e em engenharia e que se encontram em fase final de tramitação nos serviços do Ministério da Saúde e visando a autorização das respectivas obras de requalificação”.