A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) considerou hoje “lamentável” que as obras de requalificação da Urgência do hospital de Abrantes, do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), não avancem apenas por falta de uma assinatura.
“É lamentável que centenas de milhares de pessoas de toda a região do Médio Tejo sejam prejudicadas por uma evidente má gestão de prioridades e pouca eficácia na ultrapassagem das teias burocráticas dos ministérios”, disse hoje à Lusa Manuel José Soares, porta-voz da CUSMT.
Segundo o dirigente da CUSMT, as obras na Urgência do Hospital de Abrantes/CHMT, “prometidas e necessárias há anos e anos, têm projecto, financiamento, concurso feito e empresa escolhida para fazer a obra, mas apenas falta a assinatura de um membro do Governo numa portaria de extensão para que se concretize a adjudicação e o consequente início das obras” no hospital de Abrantes do CHMT, que agrega ainda as unidades hospitalares de Tomar e Torres Novas, todas no distrito de Santarém.
“Temos todos a ganhar que essas obras sejam feitas o mais depressa possível”, defendeu Manuel Soares, lembrando que “anúncios houve já muitos”, não se compreendendo os motivos de uma situação em que são as populações e os próprios profissionais de saúde que saem prejudicados.
Pois, acrescentou, todos os dias que passam estão a provocar atrasos e não se está “a respeitar minimamente os direitos a cuidados de saúde de qualidade das populações”.
Contactada pela Lusa, a administração do CHMT, presidida por Casimiro Ramos, confirmou que “aguarda-se a publicação da portaria de extensão de encargos pelo Ministério das Finanças”, escusando-se a adiantar mais pormenores sobre a situação.
Em 30 de Setembro, no anúncio do arranque das obras de construção das novas instalações das Consultas Externas e do serviço de Gastroenterologia do Hospital de Abrantes, Casimiro Ramos afirmou que os trabalhos estavam previstos decorrer em simultâneo com a requalificação do Serviço das Urgências Médico-Cirúrgicas.
A reorganização do Serviço da Consulta Externa “é temporária”, porque, disse então o responsável, “decorrerão em simultâneo com esta empreitada as obras de requalificação e ampliação do Serviço das Urgências Médico-Cirúrgicas da Unidade Hospitalar de Abrantes”, investimento na ordem dos 2,9 milhões de euros (já com IVA incluído) que se espera que se inicie “muito em breve”.
Na altura, o gestor referiu ainda que a “finalização do procedimento administrativo subjacente” deveria “estar brevemente concluído”.
Constituído pelas unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, separadas geograficamente entre si por cerca de 30 quilómetros, o CHMT funciona em regime de complementaridade de valências, abrangendo uma população na ordem dos 266 mil habitantes de 11 concelhos do Médio Tejo, a par da Golegã, da Lezíria do Tejo, também do distrito de Santarém, Vila de Rei, de Castelo Branco, e ainda dos municípios de Gavião e Ponte de Sor, ambos de Portalegre.