A Itália mudou.

Depois de 4 anos de governos altamente tecnocratas, liderados por Giuseppe Conte e por Mario Draghi, este último um histórico da política europeia, e beneficiando ambos de um forte apoio do Presidente Italiano, Sergio Mattarella, os italianos resolveram mudar a trajetória política do país.

Numa eleição com a maior taxa de abstenção da história eleitoral daquele país, Giorgia Meloni prepara-se para ser a primeira mulher a assumir os destinos da liderança do governo da República Italiana.

Numa aliança que juntou partidos da extrema-direita e da direita mais radical, os discursos populares, mas galvanizadores de Meloni seduziram os italianos votantes, nomeadamente contra a imigração, ao controlo sobre refugiados e à tecla eleitoral da redução de impostos.

Depois, há as promessas “do mundo ideal” em que, com o fim das medidas de apoio social e do apoio aos mais necessitados, será possível aumentar o poder de compra das famílias e ajudar as empresas.

Apresentou ainda um plano contra a burocracia, para uma justiça mais rápida e de investimento em infraestruturas modernas.

Tudo aquilo que uma parte da população daquele país queria ouvir, depois de anos em que as contas públicas italianas e a sua economia perderam parte do seu poderio em termos nacionais e europeus. Esta vitória em Itália deve servir como mais um “grito de alerta” para as democracias europeias.

A provável estagnação e recessão de algumas economias europeias, farão aumentar não só o poder de atração pelos discursos populistas, mas também aumentar nos cidadãos a critica aos governos e à democracia.

E não apenas em Portugal.

E este é o verdadeiro perigo. Não é o das alternâncias democráticas. O perigo para a democracia é a própria democracia. O seu funcionamento, ou funcionamento disfuncional, tem proporcionado o crescimento dos movimentos extremistas.

E a Itália revela agora que esse perigo é real.

As crises económicas e financeiras são um “bálsamo” poderoso para o radicalismo. Motivo pelo qual os governos, os parlamentos e demais órgãos políticos, têm cada vez maior responsabilidade com a alteração de pensamento dos cidadãos e o perigo que um dia corremos em que a sua consciência possa ditar que, afinal, até pode não ser mau ceder à democracia.

Ou mesmo alienando-a em troca de outro regime.

Todos devemos estar atentos. Para que um dia não acordemos em ditadura.

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