Nasceu na Índia, repartiu a sua vida por África, Europa e Ásia, fazendo de Santarém o seu local de trabalho e de Almeirim o seu refúgio. Deu duas voltas ao mundo e nunca se satisfez com uma única área do conhecimento: terminados os seus estudos em Educação Física e Desporto, mudou-se para os de História, doutorando-se na Universidade do Porto, depois de apuradas pesquisas nos campos de história e antropologia sobre a diáspora portuguesa oriental.
Mas Cândido de Azevedo não é só isto. Não é só o bom técnico que ensinou duas gerações de jovens ribatejanos a exercitarem-se nos ginásios e a voltearem-se em trampolins, trazendo para a cidade os primeiros campeões nacionais em ginástica, logo em 1975, lançando Santarém, pela mão de seus antigos alunos, na ribalta internacional.
Em 1976 já como responsável pela Direcção Geral dos Desportos, percorria o Ribatejo materializando, de forma notável, o direito de todos ao desporto. Fê-lo ao longo de 12 anos, e a pedido de 11 governos constitucionais que o país teve nesse período, autêntico “caso de estudo” de dirigentes em área governativa, pelo que convidado para outros “vôos” recusou.
Foi um dos dirigentes da Feira Nacional da Agricultura, funções que desempenhou ao longo de 9 anos de 1977 a 1986, e por inerência de funções membro da Região de Turismo do Ribatejo e do Gabinete para a Educação de Adultos.
E porque se batia em prol do desporto educação e seus valores, criava o Panathlon Clube de Santarém, um dos dois existentes ainda em Portugal.
Em Abril de 1988, convidado, parte para Macau. Previa-se a sua ausência por 6 anos. Durou 30. Aí, novamente num cargo de chefia do desporto, inovou projectos que passados duas décadas ainda se cumprem anualmente. Em simultâneo, qual experiente militar “comando”, que foi, é solicitado pelo Governador para preparar física e psicologicamente os jovens oficiais chineses das Forças de Segurança de Macau, o que faz ao longo de muitos anos. Com a criação da Escola Superior do Desporto de Macau, assume a sua coordenação e, a convite de instituições desportivas de mais de 20 países, percorre-os abordando a temática da importância do desporto e do lazer. Após o seu doutoramento e provas públicas, agora como Professor Universitário, fala com propriedade sobre a História e Cultura Portuguesas por algumas Universidades do Oriente, vindo a ser por 6 anos, professor da Universidade de Pequim. Mas mesmo distante, sempre dispensou algum tempo para a sua colaboração com o Correio do Ribatejo, de uma forma mais continuada, o que faz ainda hoje.
Cândido Azevedo tem já alguma obra literária: 8 livros publicados, dois com 2ª. edição e outro traduzido em chinês, pela Universidade de Comunicação da China. Tem 2 livros distinguidos com prémios literários: Prémio Camilo Pessanha, 1994, do Instituto Português do Oriente e Prémio Obra Excelente 2012, atribuído por 3 instituições: a Fundação Macau, a China a Social Science in China Press e GuangDong Social Sciences Association. É também co-autor de três livros editados por três instituições universitárias em Portugal, Macau e Brasil.
Curioso, aventureiro da vida, decidido, emotivo e porque não, vaidoso, “a sua praia” é viajar, procurando sentir a real beleza da humanidade e da natureza, como as 6 das “7 maravilhas do mundo”, que conhece, e o de viver aventuras e emoções enquanto humano. É para aqui que canaliza as suas poupanças. Para tal por duas vezes circundou o globo, percorrendo dezenas de países dos cinco continentes: desceu em canoa durante dois dias as gélidas e revoltosas correntes dos Himalaias no Nepal; mergulhou nos fundos de Palawan, nas Filipinas; cavalgou horas a fio pelas estepes da Mongólia; trepou os picos de Chengdu até Shangrilá, na China; escalou as escarpas dos Cliff Ranges na Austrália; chorou nos campos de morte no Cambodja; emocionou-se com o querer dos portugueses de então em Diu, Chaúl e Baçaim.