A edição de Aniversário Comemorativa dos 130 Anos do Jornal Correio do Ribatejo – o mais antigo da região – começa hoje a ser distribuído em vários pontos do distrito.

O “Jornal de todos e para todos os Ribatejanos” assinala, na próxima sexta-feira, dia 09 de Abril, os 130 anos da sua fundação, chegando às bancas, e à casa dos leitores, com mais páginas, convocando a sua história, que se cruza com a da região, ao mesmo tempo que projecta o futuro depois de um ano atípico e que deixou marcas que se farão repercutir, ainda, por um longo tempo.

Fundado a 9 de Abril de 1891, pelo ribeirense João Arruda (1868-1934) sob o nome de Correio da Extremadura, mas com o olhar na criação de uma nova região, o Ribatejo, o Jornal, ao longo destas 13 décadas, resistiu sempre: foi testemunha de revoltas, mudanças políticas e movimentos sociais, defendendo sempre os interesses da sua região e do seu distrito. Este, será, certamente, só mais um desafio.

Escrito por dezenas de mãos, e que tem marcado gerações, nesta edição comemorativa dos 130 anos do ‘Correio’, reunimos os 52 rostos de Homens e Mulheres que fizeram a contracapa deste Jornal, aos quais se juntam outros sete: os dos homenageados deste ano.

O ‘jornal de Santarém’ traz agarrado a si um património histórico e das suas gentes que nenhum outro tem condições de reivindicar. Nesse sentido, este ano, a administração do jornal decidiu distinguir publicamente sete personalidades e instituições que se têm destacado na região: Carlos Oliveira, Maria Martins, Hospital Distrital de Santarém, Taberna do Quinzena, Luís Stoffel, Orquestra Típica Scalabitana e Bombeiros Voluntários de Santarém.

É precisamente na sede dos Bombeiros Voluntários de Santarém, na Av. Prof. Doutor Joaquim Veríssimo Serrão, que decorrerá, sábado, 10 de Abril pelas 15h00, uma cerimónia simbólica de entrega destas distinções. A sessão terá, ainda, transmissão em directo nas redes sociais e página.

“Pretendemos, com estas homenagens a personalidades ilustres, associar todos os Ribatejanos, mostrando-lhes a nossa gratidão e reconhecimento”, refere o director do Correio do Ribatejo, João Paulo Narciso.

“O nosso caminho tem sido o do fortalecimento da nossa presença em concelhos mais distantes da nossa sede, afirmando-nos como um jornal de uma região Ribatejo que continuamos a defender, muito embora saibamos que para muitos a expressão Ribatejo já não passe  disso mesmo, uma visão cultural e quem sabe romântica de um território banhado por um rio que tanto inspirou os homens que me antecederam na direcção deste Jornal, os ribeiristas João Arruda, Virgílio Arruda e Bernardo de Figueiredo”, acrescenta.

“A história deste Jornal é indissociável da História da Região e do País. Mas os laços que unem o Correio do Ribatejo à comunidade não são puramente históricos e sentimentais. Existe uma ligação mais forte, que vai para além destes aspectos: une pessoas e lugares e ajuda a formar identidade”, refere ainda.

É precisamente nesse sentido que a administração do Jornal decidiu distinguir publicamente, em dia de Aniversário, personalidades que se têm destacado na região.

Nos seus 127 anos, o ‘Correio’ deu relevo à acção de Arlindo Consolado Marques, João Gomes Moreira (a título póstumo), César Marinho, José Júlio Eloy, José Manuel Nogueira Gonçalves e “Os Três Bairros”. No ano seguinte, distinguiu Pedro Canavarro, Jorge Justino, Miguel Castanho, Cândido de Azevedo, Rui Rosa, Rodrigo Castelo; e uma instituição, o Veto – Teatro Oficina e, no ano passado, homenageou Bernardo Santareno (a título póstumo), Rui Manhoso, Salomé Rafael, Vítor Serrão, Jaime Carvalho e Inês Henriques.

Homens e mulheres das mais diversas áreas e quadrantes, mas que têm um denominador comum: todos (as) ajudaram a construir e a dar identidade a este vasto território cultural que é o Ribatejo.

Por isso, mais do que celebrar a efeméride, a comemoração destes 130 anos do Jornal é o renovar do contrato de fidelidade com os valores que sempre nortearam este projecto editorial.

Uma homenagem sentida aos ‘homens e mulheres’ da Linha da Frente

O mundo mudou há um ano com a Covid-19. As imagens de doentes Covid pelo mundo multiplicam-se. Uns nos Cuidados Intensivos, outros em repouso. E foram, na maior parte das vezes, os profissionais de saúde que tentaram manter a esperança. Assim, neste Aniversário, o Jornal decidiu prestar a sua homenagem aos Homens e Mulheres da ‘Linha da Frente’ do Hospital de Santarém – desde os assistentes operacionais aos médicos – que trabalharam em condições extremas e se empenharam, todos, em salvar vidas. Foi no HDS que, oficialmente, a 18 de Março de 2020, foi detectado o primeiro caso de infecção pela Covid-19 no concelho. Numa altura em que se começa gradualmente a desconfinar, o HDS apela à comunidade que continue a manter todos os cuidados e recomendações da DGS, considerando ser fundamental “ter consciência de que a pandemia não está ainda ultrapassada e apenas com o esforço de todos será possível regressar à normalidade.

“A nossa missão é, e sempre será, prestar cuidados de saúde de qualidade, acessíveis em tempo oportuno, num quadro de desenvolvimento económico e financeiro sustentável”, escreve Ana Infante, presidente do Conselho de Administração do HDS, acrescentando: “Cumprir tal missão está nas nossas mãos e no empenho que todos teremos diariamente de colocar no que fazemos, não desperdiçando a credibilidade que nos é transmitida pelos nossos utentes quando questionados quanto à qualidade da nossa prestação e dando respostas aos desafios que nos vão sendo colocados”.

“Estamos convictos que os valores positivos que sempre nos nortearam de bem-fazer em prol das populações que servimos e a determinação que nos caracteriza, permitirá continuar a colocar os doentes e utentes deste Hospital na primeira linha das nossas prioridades de acção”, vinca ainda.

Carlos Oliveira, o “semeador de teatro”

Aos 73 anos, Carlos Oliveira, conta uma vida dedicada ao teatro e à cultura. Carinhosamente tratado por “Chona”, sempre se dedicou à produção e realização de eventos culturais, com particular destaque no teatro, onde durante 57 anos tem desempenhado funções de encenador, actor e dramaturgo. 

Foi ainda jovem, na sua vida de estudante em Santarém em 1964/65, que começou a interessar-se pelo teatro, integrando elencos de récitas académicas, orientadas pela Dra. Madalena Tavares e Dra. Mariana Viegas, suas professoras, que muito o incentivaram.

Aos conhecimentos empiricamente adquiridos em Portugal junta-se-lhe a aprendizagem feita no estrangeiro, onde frequentou o “Teatro Internacional para Jovens” em vários países.

Os contactos estabelecidos, nomeadamente com o presidente da Associação Internacional do Teatro de Amadores (AITA), com sede em Amesterdão, motivaram-no a realizar em Santarém, juntamente com outros amigos, aquele que foi um dos maiores acontecimentos de sempre na história do teatro da cidade – o TIP 78, e que juntou em Santarém jovens oriundos de 18 países, movimentando cerca de 150 actores e técnicos, com o apoio do Poder Local.    

A partir de então, apoiado pelos grupos a que pertencia, passou a organizar várias oficinas de teatro em Santarém e no concelho.

Juntou grupos de teatro do Ribatejo em encontros anuais, designados por “Teatro de Mãos Dadas”. Depois descentralizou o evento para Rio Maior, Cartaxo e Almeirim, provocando transformações na vida interna dos grupos e na qualidade das suas produções cénicas.

Sempre que se deslocou a outros países, o “Chona” estabeleceu pontes que possibilitaram intercâmbios com grupos portugueses, dos quais resultaram relevantes trocas de experiências e saberes.

Com a sua facilidade de fazer amigos, foi sempre fácil rodear-se de boas equipas de trabalho, circunstância que permitiu formar a APTA – Associação Portuguesa do Teatro de Amadores, e, a nível regional, a Associação de Teatro de Santarém – ARSTA, que chegou a ter 50 grupos associados. 

O “Chona” promoveu o funcionamento de uma biblioteca regional de teatro, o que ajudou a melhorar o repertório dos grupos amadores. Complementarmente, publicou através da ARSTA 20 boletins mensais com o título “De Mãos Dadas”, edição que tinha por objectivo manter os grupos unidos e divulgar eventos, artigos de opinião sobre crítica de teatro, e biografias de dramaturgos portugueses. No dizer do crítico Fernando Midões, este “semeador de teatro” criou 10 grupos em diversas localidades.

Faz questão de salientar que a colaboração de outros amigos foi tão importante como a sua acção. “Sem eles esses grupos não teriam existido.”    

O FITIJ – Festival Internacional de Teatro de Santarém, e a Bienal Luso-Brasileira de Teatro-Circo, que são importantes marcos na história cultural da cidade, têm no “Chona” o seu mentor e impulsionador incansável, que só os Cuidados Intensivos do Hospital Distrital o fizeram parar.

Uma atleta cheia de pedalada

Maria Martins, natural da Moçarria, concelho de Santarém, tornou-se a primeira ciclista portuguesa a ser medalhada num europeu e num mundial de pista, em provas de scratch. ‘Tata’, alcunha pela qual é também conhecida, conquistou o bronze europeu em Apeldoorn, Holanda, em Outubro passado e voltou a fazer história, no passado dia 26 de Fevereiro, ao conquistar o bronze no Campeonato do Mundo de Pista, em Berlim, Alemanha. Desde de muito cedo que começou a praticar BTT nos passeios pelo campo com um tio e os trilhos em BTT que fazia com os amigos foram o início. Aos 15 anos integrou a equipa de BTT do Moçarria Aventura Clube, federou-se, começou a fazer provas. Hoje é uma das atletas a representar Portugal nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Foi durante umas férias no Algarve que a jovem ‘Tata’ recebeu a sua primeira bicicleta: “os meus pais chegaram a casa com uma bicicleta para mim e para a minha irmã. Lembro-me perfeitamente como era! Compraram-na no supermercado, era da marca era Team. Era preta e vermelha, sem rodinhas. Foi o presente que me deixou mais feliz! Era muito pequenina e nunca tinha andado numa bicicleta, daí o entusiasmo”, relata ao Correio do Ribatejo.

Desde então, a paixão correu sobre rodas: a atleta conquistou a medalha de bronze no Campeonato Mundial de Ciclismo em Pista no ano de 2020 na prova de Scratch e, nesse mesmo campeonato, alcançou 4.º lugar na disciplina de Omnium, que lhe garantiu apuramento para os Jogos Olímpicos.

Em 2019, também conquistou medalha de bronze no Campeonato Europeu de Pista na disciplina de Scratch, e foi 8ª na corrida de Omnium.

A Atleta Ribatejana foi também medalhada em duas Taças do Mundo, em Hong Kong onde alcançou prata na disciplina de Omnium e bronze na disciplina de Scratch. Uma semana depois, na Nova Zelândia, ficou às portas do pódio alcançando um 4.º lugar na disciplina de Omnium.

Em 2019, Maria Martins tornou-se Vice-Campeã da Europa de Sub-23 na disciplina de Eliminação, no mesmo dia que completou o seu 20 aniversário.

Em 2018, nos seus primeiros campeonatos da Europa de Sub-23 conquistou a medalha de bronze na prova de Scratch.

Em 2016, Maria Martins tornou-se, no seu primeiro ano de Júnior Vice-campeã da Europa na prova de Scratch. Passado 1 ano, nos Campeonatos Europeus em Anadia, Portugal, Maria volta a repetir o feito alcançando a Prata, mas na disciplina de Eliminação.

“Os resultados são apenas o fruto de todo um longo e exigente processo que vem de trás. É um processo onde passamos por muitas fases, altos e baixos constantes, mas que independentemente disso não paramos porque temos os olhos postos num determinado objectivo”, afirma Maria Martins.

“Taberna do Quinzena”: a ‘Catedral’ da boa comida Ribatejana

Com uma decoração típica que o caracteriza e ajuda a contar a sua história, o ‘Quinzena’ cresceu a ver passar os toiros para as corridas em plena Avenida Laurentino. Cresceu com as feiras no campo fora de vila e a espera de toiros era “regada” de pé ou a cavalo à sua porta – um género de ancoradouro de paixões exacerbadas pelas causas mais nobres de um Ribatejano que sempre foi muito mais do que uma região traçada no mapa de Portugal.

Os “petiscos e copinhos” que José “Quinzena” e, mais tarde, Fernando Batista “Quinzena” herdaram acompanham os últimos 150 anos da cidade. E vão marcando gerações. As paredes forradas de cartazes tauromáquicos, capotes, farpas e barretes de campino fixam no tempo dezenas e dezenas de anos de touradas.

Em 2006 o Quinzena abriu um novo espaço em Santarém mais pequeno, mas com a mesma simpatia e com a mesma qualidade de sempre que nos habituou na sua outra casa, a Taberna do Quinzena II.

Desde o dia 1 de Junho de 2011 que o Restaurante “Taberna do Quinzena” também se encontra no Santarém Hotel, além da sala do restaurante que se encontra todos os dias aberta para almoços e jantares, também existem outras três salas, Lezíria/Alvarás Cabral/Ribatejo, que podem ser utilizadas para diversos eventos de grandes dimensões como casamentos, baptizados, comunhões, empresas ou simples grupos de amigos.

Neste percurso, que Fernando Batista diz ter corrido bem, “tentámos sempre trabalhar com bons preços mas com qualidade, simpatia para cativar o cliente, e é isso que nós temos vindo a fazer”.

“Ser ribatejano é um estado de espírito e não há ‘religiões’ sem os seus ‘templos’ mais sagrados”, refere esta casa centenária que tem no cardápio os sabores e sabores mais tradicionais do Ribatejo: naco de toiro bravo avinhado, magusto com bacalhau assado, coelho à caçador, arroz de peixe ou borrego assado no forno.

Luís Stoffel: um criativo dos pés à cabeça

Luís Stoffel é um caso sério de sucesso: começou o seu percurso na dança, com apenas quatro anos, no Grupo Académico e Infantil de Danças Ribatejanas de Santarém e, anos mais tarde, iniciou a sua formação em Dança na FMH – Faculdade de Motricidade Humana, na Companhia de Dança de Lisboa e na Universidade de Marly Le Roi em Paris.

Depois de muitos anos de dedicação ao palco a dar aulas, formações e em espectáculos no Algarve e em todo o país, em 2002, decidiu dar uma volta de 360 graus na sua carreira e inicia a sua actividade profissional como aderecista “autodidacta” no Teatro Politeama em Lisboa.

“Este tipo de trabalhos sempre me acompanhou desde criança. Desde miúdo, na escola básica, sempre fiz os trabalhos manuais e tinha muito jeito. Na altura, em Santarém, não havia nada nesta área”, começa por contar.

“Como gosto muito de musicais, era eu que confeccionava toda a parte de figurinos e adereços. Quando fui para Lisboa trabalhar, deixei a dança e vocacionei-me para adereços. A chapelaria, surge na minha vida quase de um momento para o outro. Porque me foi requisitado por Filipe Lá Féria, com quem trabalho. E tem sido assim a minha experiência até agora, a fazer chapéus, a coleccionar e a expor também”, conta ao Correio do Ribatejo.

Logo após o seu primeiro grande trabalho no musical” My Fair Lady “, encenado por Filipe La Féria, foi reconhecido devido ao seu trabalho na área da Chapelaria e convidado pelo mesmo, para trabalhar no Teatro Politeama.

Desde então, tem trabalhado como Aderecista e “Millinery” em todas as produções de Filipe La Féria, assim como, com outros Encenadores, Figurinistas, Estilistas e também na área da Moda, tanto em produções editoriais como em desfiles, sendo reconhecido e destacado pela revista Vogue como o melhor Designer português na área da Chapelaria.

Para Luís Stoffel o sucesso, em qualquer área, advém da dedicação e do muito trabalho: “as peças que mais gosto são as que são mais difíceis de executar, precisamente porque são desafiantes. Alguns levam muito tempo para serem feitos… podem levar dois dias, depende da minha vontade e criatividade”, conclui.

“Vida por Vida”

Em 1871, nascia a Real Associação dos Bombeiros Voluntários de Santarém, tendo mais tarde, passado a chamar-se Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Santarém.

Senhora de um historial invejável, fruto do trabalho de todos os que por ela têm passado, ostenta orgulhosamente a denominação de ser, a 2ª Associação Humanitária detentora de um Corpo de Bombeiros, mais antiga do país.

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Santarém, foi fundada em 29 de Outubro de 1871 e considerada Pessoa de Utilidade Pública por Decreto-Lei publicado em 21 de Novembro de 1932.

Ao longo da sua vida esta Associação foi distinguida, entre outras, com o Grau Oficial da Ordem Militar de Cristo, a Medalha de Ouro da Cidade de Santarém e Crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses

Esta Associação viveu os seus primeiros anos de vida em vários locais do Centro Histórico da cidade de Santarém, tendo em 1914 adquirido 903 m2 do terreno pertença do antigo Palácio da Mitra, mediante uma indemnização anual de 12$00, para ali construir um edifício destinado à sua sede, conforme consta do Decreto nº 818, publicado no Diário do Governo de 2 de Setembro, do referido ano.

Em 1931, fazendo-se sentir a necessidade de aumentar a área até então ocupada com o edifício sede a Associação solicitou que lhe fosse cedido mais espaço, o que veio a acontecer através da publicação do Decreto nº 20 078 no Diário do Governo de 17 de Julho de 1931.

Depois de vários anos naquele local do Centro Histórico da cidade de Santarém, esta secular Associação encontrou, em finais dos anos 90, o local para a construção do seu novo Quartel.

Para que tal fim fosse atingido, muito contribui a boa vontade do Grupo SONAE e a Câmara Municipal de Santarém. O Grupo SONAE pela oferta do terreno, a Câmara Municipal de Santarém pela possibilidade que deu à Associação em obter tal doação.

Assim, o sonho tornou-se realidade e no dia 24 de Novembro de 2007, foi possível inaugurar as novas instalações, dotando o Corpo de Bombeiros com as condições para que possa continuar a honrar a divisa de todos os Bombeiros Portugueses: “Vida por Vida”.

Prestes a assinalar os seus 150 anos de actividade, a Associação Humanitária promete continuar a lutar para que o INEM atribua um posto PEM ao Corpo de Bombeiros.

“Hoje, como há vinte cinco anos, a única coisa que me move enquanto presidente da direcção desta Associação é possibilitar que os homens e mulheres que nela servem diariamente tenham as melhores condições possíveis para desempenharem a sua missão, o socorro das pessoas e bens do nosso concelho”, afiança ao Correio do Ribatejo Diamantino Duarte.

Um grupo bem afinado

A Orquestra Típica Scalabitana formou-se em 1946, mas foi em Março de 1947 que se integrou no Orfeão Scalabitano, como uma das suas secções. O maestro António Gavino, jovem músico amador e autodidacta, de 23 anos de idade, portador de um filão criador inexplorado até então, foi o seu fundador.

Criador da famosa “Marcha Ribatejana”, António Gavino imprimiu à orquestra o seu cunho pessoal, a filosofia de um estilo, tendo conseguido a continuidade da música popular e regional do Ribatejo. Em 1996, a Câmara Municipal de Santarém atribui-lhe a Medalha de Ouro da Cidade, no seu 50.º aniversário.

Hoje, a Orquestra Típica Scalabitana é constituída por orquestra e coro misto; tem cerca de quarenta elementos, com idades compreendidas entre os 12 e os 65 anos

Em palco, ouvem-se bandolins, flautas, acordeões, violas, violões e bateria. Todos se apresentam em público com trajes típicos do Ribatejo desde 1948.

Realizou concertos em todo o território português, incluindo a Região Autónoma da Madeira e, internacionalmente, actuou em diversos festivais de música em Espanha, França, Bélgica, Alemanha e Macau.

Em 1997/98, iniciou uma actividade didáctica com ateliers de Bandolim, Viola e Coro Infantil, com o objectivo de facilitar o acesso aos instrumentos e o gosto pelo canto, numa tentativa de garantir a continuidade da Orquestra.

A Orquestra Típica Scalabitana celebrou no passado dia 19 de Março os seus 75 anos de vida, num ano em que a pandemia obrigou a uma “travagem a fundo” no trabalho que estava a ser desenvolvido.

Contudo, Luís Rodrigues, director da OTS, está confiante no futuro, sendo que está na calha, para breve, o lançamento de mais um CD: “queremos chegar o mais longe possível e “gritar” bem alto: “Continuamos Aqui”.”

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