Nova semana, novo aumento nos combustíveis.
Desde o início do ano, a gasolina já aumentou 18 vezes e o gasóleo 15 vezes. A 6 de junho iniciou-se a semana 23 do ano de 2022.
Se somássemos as vezes que os combustíveis aumentaram até agora, um total de 33, teríamos quase 1,5 aumentos por semana.
É obra.
E o problema central dos combustíveis, e da relação do seu preço com o preço do barril de petróleo, numa equação que em nada nem nunca beneficia o consumidor, é que não se prevê que o cenário venha a mudar. Antes pelo contrário. A situação poderá tender a agravar-se.
Antigamente, sempre que ocorria uma crise petrolífera, e de modo a controlar os preços do petróleo, a Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) permitia o aumento da produção do número diário de barris de crude.
Nos dias de hoje, as regras ou ausência delas são de tal ordem, que este auto mecanismo de regulação quase não tem impacto no preço. Acrescido do facto do Euro estar a perder valor face ao Dólar. E o Dólar ainda é a principal moeda de referência para as transações deste bem. Desde logo do barril e depois nos próprios combustíveis.
Esta situação tem obrigado os países a encontrar mecanismos jurídicos, dentro das regras comunitárias, para tentarem atenuar os custos junto dos consumidores.
Só no nosso país, e desde 1 de janeiro, em média o litro de gasolina aumentou 54 cêntimos e o litro de gasóleo aumentou 42 cêntimos. O Governo tem tentado atenuar o custo, tendo para isso baixado em 20 cêntimos o Imposto Sobre os Combustíveis (ISP).
Aos nossos olhos e bolsos, a redução do preço proporcionada pelo Governo fica aquém do aumento registado desde o início do ano. Ainda assim, implica uma redução das receitas públicas.
A agenda de descarbonização tem contribuído para este impacto e a carga fiscal tem sido um reflexo, permitindo o investimento em energias alternativas e menos poluentes. Importará, mais cedo ou mais tarde, tomar uma decisão.
A inflação está aí e já se sente nos orçamentos das famílias. De uma maneira geral, regista-se um aumento generalizado dos preços dos bens essenciais, bem acima da inflação. Importa por isso estar atento, quer do lado das políticas orçamentais quer económicas.
Para não pormos muita coisa em risco. Quer a estabilidade das contas públicas, mas também as contas das famílias portuguesas.