Henrique Arraiolos, Luis Arrais e Vítor Varejão

Foi no Ribatejo, há cinquenta anos, que a ginástica de competição encontrou em Santarém um berço fértil para crescer e inspirar gerações. Com início marcado pela chegada do professor Cândido de Azevedo à cidade, a modalidade evoluiu de uma prática meramente educativa para um movimento competitivo que viria a projectar ginastas ribatejanos para os palcos nacionais e internacionais.

O que começou com exercícios rudimentares num mini-trampolim no Ginásio do Seminário transformou-se, ao longo das décadas, numa tradição sólida, alimentada pelo espírito de camaradagem e dedicação de jovens que não só sonhavam em competir, mas também em construir algo maior. Entre esses pioneiros, destacam-se figuras como Luís Arrais, hoje presidente da Federação de Ginástica de Portugal, que relembra com entusiasmo os primeiros dias: “Era tudo novidade. Criámos uma comunidade em torno da ginástica e, aos poucos, fomos ultrapassando as dificuldades.”

As adversidades logísticas e a falta de recursos não desmotivaram os jovens ribatejanos. Pelo contrário, serviram de catalisador para a criatividade e resiliência. Treinando com equipamentos improvisados, este grupo foi responsável por levar Santarém às competições nacionais e, mais tarde, a brilhar em arenas internacionais. “O professor Cândido foi o grande motor desta mudança, alguém que nos ensinou a importância do rigor, da disciplina e do trabalho árduo”, recorda Henrique Arraiolos, um dos primeiros ginastas da cidade.

Hoje, a ginástica em Santarém é sinónimo de excelência: “Ver como a modalidade cresceu e continua a inspirar jovens é algo que nos enche de orgulho”, afirma Vítor Varejão, presidente da Associação de Ginástica de Santarém.

Foi há cinco décadas que a ginástica de competição deu os primeiros passos em Santarém, e Luís Arrais, actual presidente da Federação de Ginástica de Portugal, testemunhou em primeira mão o surgimento e evolução desta modalidade na região. Recordando os primórdios, Arrais sublinha o papel central do professor Cândido de Azevedo, que, após o 25 de Abril de 1974, chegou à cidade com o entusiasmo necessário para transformar a ginástica numa disciplina competitiva.

“O professor Cândido de Azevedo apareceu em Santarém em Setembro, no início do ano lectivo, e foi a partir daí que tudo começou”, relembra Luís Arrais. Antes disso, já existia ginástica na cidade, mas sem um foco competitivo. “A ginástica em Santarém teve início nos anos 50, na Associação Académica de Santarém, liderada pelo professor José Gameiro, mas era uma ginástica meramente educativa”, explica.

Com o dinamismo de Cândido de Azevedo, rapidamente se formou um grupo de jovens que aderiram à novidade da ginástica de competição. “Na altura, o equipamento era básico — um mini-trampolim e algumas paralelas. No entanto, o entusiasmo era imenso, e criámos uma verdadeira comunidade em torno da modalidade”, refere Arrais. Esta paixão levou o grupo a treinar no Ginásio do Seminário, um espaço que se tornou um ponto de encontro diário para os jovens, onde passavam “dias inteiros a treinar e a conviver”.

Os Desafios do Crescimento 

A evolução da ginástica de competição em Santarém não foi um caminho fácil. Segundo Luís Arrais, após um início promissor, o grupo enfrentou vários desafios logísticos. “Quando tivemos de abandonar o Ginásio do Seminário, perdemos acesso ao material de treino. Tentámos manter a modalidade viva em diferentes espaços pela cidade, recorrendo ao mini-trampolim e mais tarde ao duplo mini-trampolim”, relembra.

Apesar das dificuldades, o movimento gímnico na região continuou a crescer, com a criação de novos núcleos em localidades como Alpiarça, Torres Novas e Salvaterra. “O professor Cândido de Azevedo foi o grande catalisador deste movimento, criando raízes que se estenderam por todo o distrito. Hoje, podemos ver o impacto desse trabalho nas competições nacionais e até internacionais, onde atletas ribatejanos têm conquistado medalhas e títulos”, destaca.

O percurso da ginástica em Santarém tem sido brilhante, com ginastas locais a serem medalhados em competições internacionais e até representarem o País nos Jogos Olímpicos. “É impressionante pensar que dois dos nossos ginastas olímpicos nos trampolins são oriundos do distrito de Santarém”, sublinha com orgulho o presidente da Federação.

Desafios Actuais e as Perspectivas para o Futuro

No seu papel como líder da Federação de Ginástica de Portugal, Luís Arrais tem uma visão abrangente dos desafios que a modalidade enfrenta actualmente. “Portugal é um dos países com menor taxa de prática de actividade física e desportiva, o que representa um desafio enorme. Além disso, as novas tecnologias têm vindo a afastar os jovens da prática desportiva”, alerta.

Apesar disso, mantém uma visão optimista para o futuro da ginástica, tanto a nível distrital como nacional. “Temos conseguido alcançar resultados impressionantes. Batemos recordes de filiados na Federação e temos atletas que são campeões do mundo em várias disciplinas”, revela. Para o futuro, a Federação aposta no desenvolvimento de várias disciplinas da ginástica, com o objectivo de alcançar resultados ainda mais sólidos nos próximos ciclos olímpicos.

Encerrando a conversa, o dirigente destaca a importância do espírito de camaradagem e persistência que sempre marcou a ginástica em Santarém. “Foi essa união que nos permitiu crescer e enfrentar os desafios. É uma lição que perdura até hoje e que nos continua a guiar no desenvolvimento da modalidade”, conclui.

A Visão de Vítor Varejão

No panorama desportivo do distrito de Santarém, a ginástica de competição desempenha um papel preponderante, e Vítor Varejão, presidente da Associação de Ginástica de Santarém, tem sido uma figura-chave na dinamização e crescimento desta modalidade. Na sua visão, o sucesso da ginástica na região é resultado de uma conjugação de esforços ao longo de várias décadas, onde se destacam a formação de treinadores, o apoio aos clubes e a implementação de estratégias de proximidade.

“Cabe à Associação de Ginástica do Distrito de Santarém regulamentar, organizar e fiscalizar toda a competição ligada à ginástica no distrito. Em articulação com os nossos 22 clubes associados e cerca de dois mil ginastas, trabalhamos para desenvolver um calendário competitivo que conta já com cerca de 50 torneios e campeonatos anuais”, explica Vítor Varejão. Este crescimento é sustentado por um esforço contínuo na formação de treinadores e juízes, assegurando que todos estão devidamente qualificados, de acordo com as normas do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).

Uma Revolução na Ginástica Distrital

Reflectindo sobre o impacto do professor Cândido Azevedo, Vítor Varejão não hesita em afirmar que há um “antes e depois” desta figura “marcante” na história da ginástica em Santarém. “O professor Cândido foi um visionário que trouxe uma nova dinâmica à ginástica no distrito, numa época em que o desporto ainda era pouco praticado em Portugal. Ele conseguiu não só mobilizar recursos, mas também criar uma base sólida para o desenvolvimento da modalidade”, recorda.

Cândido de Azevedo, que chegou a Santarém com uma visão inovadora, influenciou não só os seus alunos, mas também formou uma geração de treinadores e dirigentes que continuaram o seu trabalho. “Muitas das figuras que hoje estão envolvidas no desporto tiveram o seu início na ginástica, motivados pelo professor Cândido”, acrescenta Vítor Varejão.

O Crescimento da Ginástica no Distrito

Actualmente, a Associação de Ginástica de Santarém enfrenta novos desafios para continuar a expandir a prática da modalidade. “Nos últimos anos, registámos um aumento significativo de clubes e atletas. Passámos de 600 ginastas para mais de dois mil, e conseguimos expandir a prática para novas disciplinas, como a ginástica rítmica e a ginástica para pessoas com deficiência”, sublinha Vítor Varejão.

Um dos grandes trunfos da Associação tem sido a criação de parcerias com clubes e a aposta em disciplinas diversificadas, como trampolins, ginástica acrobática e artística. “A entrada da ginástica rítmica foi um marco importante para nós, permitindo-nos completar o leque de disciplinas e chegar a novos públicos”, refere.

Para Vítor Varejão, a chave do sucesso tem sido a proximidade com os clubes e o apoio constante à sua evolução. “Temos um papel de proximidade que permite que a ginástica cresça a partir da base, apoiando os clubes nas suas necessidades e garantindo que todos os atletas e treinadores tenham as condições necessárias para se desenvolverem”, destaca.

Esmeralda Silva, Teresa Noronha, encarnação noronha e Vítor Murta

A Génese da Ginástica Competitiva em Santarém

Henrique Arraiolos é uma das figuras que marcou os primórdios da ginástica de competição em Santarém. Nos anos 70, em pleno período pós-revolução, o jovem Arraiolos deu os primeiros passos no mundo da ginástica, impulsionado pela “visão e entusiasmo” do professor Cândido Azevedo. “Tudo era novidade para nós, jovens de 15 anos, que estavam a descobrir um mundo novo”, recorda.

A ginástica era mais do que um simples desporto — tornou-se uma comunidade, uma família. Henrique descreve como o grupo de jovens se uniu em torno da modalidade, transformando o Ginásio do Seminário na sua segunda casa. “Treinávamos praticamente todos os dias. Muitas vezes, com o tempo, passámos a treinar-nos uns aos outros, quando o professor Cândido tinha outras responsabilidades. Criámos um espírito de camaradagem e dedicação que nos impulsionou a competir a nível nacional”, destaca.

Os Primeiros Passos da Ginástica Competitiva

Para Henrique Arraiolos, a entrada no mundo da ginástica competitiva trouxe consigo um misto de desafios e descobertas. “Lembro-me de um campeonato em Lisboa, no Sport Lisboa e Benfica, onde competimos sem conhecer muitas das regras. Estávamos a aprender na prática, a improvisar. Era um período em que a ignorância era atrevida, mas o espírito de equipa e a paixão que tínhamos permitiram-nos superar obstáculos”, revela, entre risos, ao recordar episódios em que ele e os colegas se viam forçados a adaptar-se às exigências das provas.

Um dos momentos mais marcantes foi a participação em competições nacionais, onde a falta de conhecimento técnico não os impediu de dar o seu melhor. “A ginástica é uma modalidade cheia de regras. Eu, por exemplo, fui penalizado por ultrapassar o tempo num exercício de solo, simplesmente porque não sabia que havia um limite”, partilha. Essas experiências, apesar das dificuldades, moldaram a resiliência e o espírito competitivo que caracterizaram esta geração.

Inspiração para as Novas Gerações

Henrique Arraiolos não esconde o orgulho ao falar da evolução da ginástica em Santarém. “O que começámos há 50 anos, com a ajuda do professor Cândido Azevedo, cresceu para algo muito maior do que alguma vez imaginámos. Hoje, temos atletas do distrito que são campeões mundiais e europeus. É incrível ver o impacto que esta modalidade teve, não só em Santarém, mas também a nível nacional”, afirma.

Ao longo das últimas décadas, Arraiolos manteve-se ligado ao desporto, tendo desempenhado vários papéis, incluindo a criação de clubes e a sua participação na Direcção-Geral dos Desportos. No entanto, é a ginástica que permanece no seu coração. “A ginástica é uma modalidade fundamental para o desenvolvimento das crianças. Sempre aconselhei os meus filhos e outros jovens a experimentarem várias modalidades, mas acredito que a ginástica é uma base essencial”, enfatiza.

Celebrar o Passado, Enfrentar o Futuro

Ao celebrar este marco de 50 anos de ginástica competitiva em Santarém, Henrique Arraiolos sente um orgulho profundo por ter estado envolvido desde o início. “A ginástica no distrito está de boa saúde. Ver o crescimento em termos de clubes e atletas é algo que nos enche de satisfação. Ainda há muito a fazer, mas chegámos a um ponto de estabilidade que nos permite olhar para o futuro com optimismo”, conclui.

“A ginástica criou laços que se mantêm até hoje. Celebrar estas conquistas com aqueles que fizeram parte do percurso é algo que nos deixa a todos orgulhosos”, afirma, com um sorriso nostálgico.

O Legado dos Pioneiros

Esmeralda Silva, Vítor Murta, Teresa Noronha e Encarnação Noronha são alguns dos atletas ‘pioneiros’ que marcaram os primórdios desta modalidade na região e ajudaram a cimentar as bases da ginástica competitiva.

Esmeralda Silva entrou no mundo da ginástica de forma inesperada. “Tinha cerca de 10 anos quando uma amiga me desafiou a experimentar. Acabei por ficar, mesmo depois dela desistir”, recorda com um sorriso. 

Com uma dedicação vincada desde tenra idade, Esmeralda rapidamente se destacou na modalidade. “Na altura, havia muito rigor nos treinos, uma disciplina imposta pelos nossos professores, o professor Cândido Azevedo e mais tarde o Luís Arrais. Nós, mesmo sendo tão jovens, estávamos totalmente focados na perfeição dos exercícios”, partilha.

Apesar das dificuldades, como a falta de recursos e equipamentos adequados, a paixão pelo desporto mantinha a motivação em alta. “Fazíamos milagres com o que tínhamos. Hoje, as condições são muito melhores, mas na nossa altura tudo era mais rudimentar”, relembra Esmeralda.

Os treinos no Ginásio do Seminário eram famosos pelo seu rigor, algo que todos os antigos ginastas recordam com um misto de respeito e saudade. “Havia uma exigência enorme em termos de disciplina e perfeição”, afirma Esmeralda Silva. “O professor Cândido incutia-nos um espírito de trabalho árduo. Não era apenas sobre ganhar competições, era sobre ser o melhor que podíamos ser.”

Esmeralda Silva acabou por seguir uma carreira na área da educação especial, mas nunca esqueceu o impacto que a ginástica teve na sua formação. “O professor Cândido foi uma inspiração. Quando era mais nova, cheguei a sonhar em seguir uma carreira desportiva, mas a vida levou-me por outros caminhos. Ainda assim, o desporto foi essencial para moldar a minha ética de trabalho”, reflete.

O Espírito de Superação

Vítor Murta também começou cedo, treinando inicialmente na Casa do Benfica sob a orientação do professor Gameiro. No entanto, foi com a introdução do mini-trampolim, dinamizado pelo professor Cândido de Azevedo, que a sua paixão pela ginástica de competição ganhou um novo impulso. “Passámos a treinar no Ginásio do Seminário e rapidamente nos tornámos federados pela Associação Académica de Santarém, o que nos permitiu competir a nível nacional”, explica Vítor.

A camaradagem entre os atletas era um elemento crucial que ajudava a superar as dificuldades. “Treinávamos juntos, apoiávamo-nos mutuamente e até passávamos o tempo livre uns com os outros, fora do ginásio”, recorda. Para Vítor, o ano de 1977 foi particularmente marcante: “Foi um ano de grandes vitórias para Santarém. Lembro-me de como os clubes da capital ficaram surpreendidos ao ver uma equipa da ‘província’ a dominar as classificações”, partilha. 

Para ele, esse espírito de superação foi alimentado pela competição saudável entre os clubes da região, como a Casa do Benfica de Santarém e o Clube Desportivo de Torres Novas.

A Paixão que Transcende Modalidades

Com uma história que começou em Moçambique, onde praticava patinagem, Teresa Noronha encontrou na ginástica uma nova paixão ao regressar a Portugal. “Acabei por me envolver tanto que continuei até aos 25 anos, especialmente nos trampolins”, conta.

Teresa destaca o impacto que o professor Cândido Azevedo teve no seu percurso, não apenas como treinador, mas também como um verdadeiro mentor. “Ele era muito rigoroso, mas também extremamente dedicado”, partilha. 

Teresa Noronha conta como a disciplina imposta pelos treinos influenciou outras áreas da sua vida. “Eu estava tão empenhada em ser a melhor que, muitas vezes, a minha mãe levava comida ao ginásio para que eu não perdesse tempo a sair. A ginástica ensinou-me a ser rigorosa e focada, características que levei comigo para outras áreas, como a minha carreira na Educação Física e, mais tarde, na gestão de recursos humanos”, explica.

Para Teresa Noronha a evolução da modalidade tem sido extraordinária: “Os saltos e movimentos que vemos hoje são muito mais avançados. A técnica evoluiu bastante, e as condições de treino são incomparavelmente melhores. Ainda bem que é assim, porque isso permite que os jovens alcancem patamares que, na nossa altura, seriam impensáveis.”

A Ginasta que Sempre Desafiou os Limites

Encarnação Noronha, por outro lado, sempre foi uma atleta destemida, pronta a desafiar os seus próprios limites. “Eu queria fazer o que os rapazes faziam e, muitas vezes, fazia mesmo”, diz, entre risos. Foi descoberta pelo professor Cândido Azevedo durante as tardes desportivas na escola e rapidamente se destacou nas competições de trampolins e ginástica artística.

“Treinávamos até tarde, muitas vezes sem sequer termos tempo para jantar”, relembra. Apesar do rigor dos treinos, Encarnação Noronha tem uma visão descontraída e divertida sobre a sua experiência: “Para mim, era sempre um prazer treinar e competir. Nunca encarei aquilo como uma obrigação.”

“A ginástica ensinou-nos a ultrapassar medos e a desafiar limites. Treinávamos horas a fio, mas fazíamo-lo com gosto. Era a nossa vida”, conclui.

O Papel Transformador do Professor Cândido Azevedo

Todos os ex-ginastas são unânimes em reconhecer o papel fundamental do professor Cândido de Azevedo na promoção e desenvolvimento da ginástica em Santarém. “Ele não era apenas um treinador, era um verdadeiro líder que nos motivava a superar-nos”, afirma Vítor Murta. O professor Cândido não só introduziu novos aparelhos e técnicas, como também criou um ambiente de apoio e camaradagem entre os jovens atletas.

“Sem ele, a ginástica em Santarém não teria chegado onde chegou. Ele foi o motor que fez tudo acontecer”, sublinha Teresa Noronha. A influência do professor Cândido de Azevedo estendeu-se além do desporto, moldando as vidas dos jovens que passaram pelas suas mãos, muitos dos quais seguiram carreiras ligadas à educação física e ao desporto.

Filipe Miguel Mendes 

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Leia também...

“Existem muitos profissionais de excelência na região que merecem uma aposta de exclusividade”

Marco Crespo, enólogo.

“A região continua a marcar passo”

Entrevista a Rui Anastácio, presidente da Câmara de Alcanena.

“Há campinos hoje que nem o barrete sabem pôr”

António Vardasca Júnior, nasceu a 19 de Maio de 1929, em Vale…

Custódio Castelo e o Festival Guitarra d’Alma: Onze Anos a Celebrar a Guitarra Portuguesa

A 11.ª edição do Festival Guitarra d’Alma regressa a Almeirim, de 1…