500 congressistas “de palmo e meio” vão participar, na próxima terça-feira, 8 de Outubro, em Alcanede, num congresso científico em que crianças dos 5 aos 12 anos vão apresentar e debater projectos por si desenvolvidos.
Inserido nas comemorações dos 40 anos do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC), o congresso vai reunir alunos da escola básica de Alcanede, parceira no projecto, e conta com a presença de estabelecimentos de ensino de outros pontos da região e do país.
“Em tudo idêntico – na estrutura e procedimentos – a um congresso científico padrão, as comunicações (orais e posters) serão apresentadas e moderadas por crianças sendo que os conteúdos resultam de trabalhos de índole pedagógica e científica, desenvolvidos no meio escolar (ensino básico), reflectindo diferentes processos de estimulação do interesse das camadas juvenis para a investigação científica e para a conservação da natureza”, afirma uma nota do PNSAC.
Como qualquer congresso científico, haverá um Conselho Científico-Pedagógico, presidido pela investigadora Ana Sofia Reboleira e com elementos do Instituto da Conservação da Natureza (ICNF), da Câmara de Santarém, do Agrupamento de Escolas de Alcanede e dos Institutos Politécnicos de Santarém e de Leiria, que ião analisar a qualidade das comunicações propostas.
A ideia do congresso surgiu em Agosto de 2018, durante o 24.º Congresso Internacional de Biologia Subterrânea que trouxe ao Centro de Interpretação da Gruta do Pena, em Alcanede, mais de 100 cientistas de todo o mundo.
Neste local está instalada a Estação Subterrânea de Monitorização da Fauna Cavernícola de Portugal Continental (Troglobiário), coordenada por Ana Sofia Reboleira, professora associada da Universidade de Copenhaga que foi responsável pela descoberta, para a ciência, de mais de setenta novas espécies da fauna cavernícola, refere a nota do PNSAC.
A investigadora tem contado com a colaboração de um grupo de alunos do Clube de Ambiente da escola básica de Alcanede, cabendo a estes “jovens investigadores” a tarefa de zelar pela manutenção do equipamento que alberga as espécies em estudo, bem como assegurar a sua alimentação.
Para além do ICNF e da escola de Alcanede, este projecto envolve ainda a Junta de Freguesia de Alcanede e o Núcleo de Robótica do Instituto Politécnico de Leiria.