No rescaldo da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o Correio do Ribatejo esteve à conversa com o padre Rúben Figueiredo que nos fala da importância que este evento teve e que projectou a imagem de Portugal no panorama internacional. Nesta entrevista, o jovem sacerdote que, curiosamente, solidificou a sua vocação na JMJ de Roma, em 2000, faz uma leitura da realidade actual da Igreja, considerando que esta Jornada poderá marcar uma nova fase da sua presença na sociedade portuguesa.

Rúben Marques de Figueiredo passou a ser o padre Rúben no dia 16 de Julho de 2021, quando recebeu a ordenação na Sé de Santarém. Foi responsável pelas paróquias de Ulme, Parreira, Chouto e Vale Cavalos, no concelho da Chamusca, antes de rumar ao Vaticano para aprofundar os seus estudos.

Licenciado em enfermagem e adepto de ‘cross fit’, considera que, actualmente, o papel do padre não é viver “fechado no seminário”, mas sim ter uma vida “dentro daquilo que é espectável ter”.

“Também se diverte, vai a uma esplanada, gosta de estar com os outros. É dar a conhecer também esta realidade humana”, revela.

Na sua opinião qual foi a grande mais-valia para o país de ter acolhido a Jornada Mundial da Juventude?

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é, com certeza, o maior evento de cariz religioso e, no nosso caso português, é muito mais que isso. Acho que foi o único evento em Portugal que concentrou, pelo menos, um milhão e meio de pessoas. E foi, de facto, uma concentração muito significativa, com múltiplas leituras. Trata- se de um evento de âmbito religioso, porque é a igreja católica que convida e dinamiza e há aqui uma expressão muito relacionada com a vertente evangélica, a vertente fé, mas, depois, mobiliza outros elementos que considero importantes, nomeadamente os culturais. Não apenas por ser padre, noto aqui uma certa projecção para a nossa matriz cultural cristã enquanto europa e civilização que nos estruturou.

Há um ‘marketing’ muito grande da nossa cultura, da nossa expansão e da nossa presença no mundo e, muitas vezes, nós menosprezamos esse aspecto. Acho que a Jornada ‘vendeu’ muito bem esse produto, que é Portugal e as suas gentes, e daí, também o seu sucesso. Depois, há obviamente, outros elementos que são os económicos e os financeiros. Haverá, com certeza, proveitos para as economias locais e aqui, em Santarém, deu perfeitamente para constatar isso mesmo.

Em concreto para a região daquilo que viu e presenciou, o que é que ficou?

Foi muito contagiante. A presença dos jovens marca pela positiva, sobretudo quando se trata de uma presença pacifica e harmoniosa. Vi hoje num jornal que a JMJ foi o primeiro evento não alcoólico (risos), ou seja, de jovens divertiram-se genuína e espontaneamente. E isto marca também a diferença. É evidente que pode haver uma situação ou outra de algum deslize, mas o todo é que se trata de um evento pacifi co, harmónico, de encontro de culturas, de alegria, de muita festa e isso foi uma presença constante aqui em Santarém ao longo destes dias. E com as pessoas com quem tenho falado, até que não têm nada que ver com a igreja, e se calhar são um bocadinho críticos pela negativa, diziam-me que isto devia haver todos os dias. Houve esta marca pela positiva dos jovens e ainda bem porque isso também nos faz despertar.

Há um elemento muito engraçado, que é este âmbito religioso fora do âmbito sacro. Foi uma coisa que gostei bastante de ver e impressionou-me. Ver padres a confessar, noutra línguas que não a nossa, no Jardim da Républica, por exemplo, ou a confessarem na escadaria da Sé. Isto, para qualquer pessoa, causa uma certa interpelação.

Como é que isto é possível: haver até jovens que se queiram confessar, nestes tempos em que já se desvaloriza um pouco a confissão. Tudo isto são sinais que nos interpelam a todos.

Qual foi, para si, a grande mensagem que Papa Francisco transmitiu nestas jornadas?

O Papa Francisco marca por duas coisas. A sua presença fala por si, não é à toa que acompanhamos a aterragem do avião que o transportava e constatamos que, primeiro, saem os cardeais, pela escada da frente e o Papa, entretanto, sai por trás numa cadeira de rodas, apenas conduzido pelo enfermeiro que o assiste. É um homem que marca muito pela presença, pela sua estatura, que é frágil, evidentemente, ele tem 86 anos.

Francisco poderia valer-se de outro tipo de ferramentas, ou não se mostrar, mas não. Ele quer-se mostrar assim, frágil. É extraordinária também toda a sua efectividade. Gastou imenso tempo a cumprimentar as pessoas, tirou tempo, também, da sua agenda para percorrer as coxias onde estavam os jovens. Foi um homem que, apenas pela sua presença falou por si. Depois, em palavras, ele marca sobretudo pela sua simplicidade de diálogo.

Dizem-nos que a Igreja devia ser como a capelinha das aparições, em Fátima, que não tem portas, não tem muros, está sempre aberta. Ao contrário das outras igrejas, que têm um período de funcionamento.

Ele valeu-se dessa imagem, justamente, para tentar explicar que era assim que ele gostava que a Igreja fosse. Uma Igreja inclusiva, onde haja lugar para “todos, todos, todos” como ele bem referiu. O problema é operacionalizar isso, como nós bem sabemos.

Pode soar como cliché, mas penso que o Papa tem querido fazer alguma operacionalização dessa ideia. Falo por mim: tenho 40 anos, tenho amigos com esta idade, e na casa dos 20, 30 e oiço muita gente.

De facto, sobretudo para os jovens, e em Portugal, pelo menos, com a crise imobiliária, os ordenados baixos, licenciados com imensa competência académica e profissional a irem para o estrageiro à procura de novos futuros e rumos, foi uma mensagem muito agregadora. Vivemos sem esperança com muita instabilidade e o Papa, no seu discurso, de matriz cristã e humanista, vem segurar esta estrutura e dizer “não tenham medo”. Tal como disse o Papa João Paulo II tantas vezes: que a fé, não é um compartimento como tantos outros, que a pessoas possam escolher, mas que seja o fundamento da vida da pessoa e, sobretudo, dos jovens. Há aqui estas duas marcas. A sua presença fala por si e, depois o seu discurso, os seus gestos, as suas palavras.

Esta jornada vem mostrar que a juventude não está assim tão desligada da igreja como muitas vezes se diz?

Sem dúvida. É evidente que nós gostaríamos que ainda houvesse mais participação. Acho que em Portugal não houve assim tanta adesão dos jovens, mesmo assim.

Mas, na realidade, a Jornada mostra isso para o mundo: que temos uma juventude que está interessada, que tem outras preocupações que não aquelas que nós pensamos. Esta não é, definitivamente, uma juventude sem critérios, sem causas. Antes pelo contrário, e a Jornada vem dar essa reconfiguração.

É um sinal de esperança para Igreja, que há aqui um rejuvenescimento de fiéis e pessoas que se interessam pela espiritualidade?

Em primeiro lugar, os jovens são o futuro. Há uma grande expectativa nos jovens. O grosso das nossas assembleias dominicais, por exemplo, a grande maioria, se fizermos uma média, deve rondar entre os 60 e os 80 anos. Isto é preocupante. Há famílias que se vão encontrando, casais jovens, e, depois, não há uma marca significativa de jovens. No caso da Igreja em Portugal, nós vimos de um rescaldo em que a Igreja, no início do ano, foi muito hostilizada, e aconteceu porque também era necessário, com o escândalo dos abusos sexuais e o Papa tem feito sempre os encontros com as vítimas e aliás, é das primeiras marcas que ele faz como agenda. Foi isso que aconteceu logo nos primeiros dias da sua presença em Portugal. Ele recebeu as vítimas de abusos sexuais da parte do clero de uma forma discreta como o assunto tem de ser abordado. Nós vimos, portanto, de um rescaldo difícil, em que a Igreja perdeu confiança e prestígio. Agora, a relação da jornada, mesmo até a presença do Papa e dando também estes traços de que a Igreja é santa e pecadora ao mesmo tempo, porque é constituída por homens e mulheres que são fracos e pecadores, vem-nos dizer que, de facto, há esperança. Nem todos são pedófilos, nem abusadores, como todos sabemos. A grande maioria é gente de causas e de entrega e é uma Igreja que é, sobretudo, à semelhança daquela imagem tão bonita do Papa Francisco: Hospital de Campanha que cuida e está sempre aberto ao improviso, também altamente inclusivo.

Uma Igreja que cuida daqueles que são abusadores, dos abusados, sobretudo, das vítimas e tem uma palavra de ordem, isso sim, é o principal.

Como é que acha que se poderá atrair mais juventude para a Igreja?

O conteúdo [eucarístico] é aquele. Não vamos mudar o conteúdo da fé. As pessoas evangélicas são aquelas, as verdades são essas e isso não se muda. Podemos mudar a forma e o método, que é isso que a Jornada dá a conhecer. Por exemplo, eu acompanhei as missas e celebrações na presença de uma animação musical totalmente diferente. Essas formas mais atractivas poderão ‘puxar’ os jovens que, muitas vezes, queixam-se que a missa é um bocadinho uma repetição de coisas e que devia haver cânticos mais apelativos.

Depois, é difícil agarrá-los. Mas eles têm de trabalhar também, é nesse sentido que, depois, há ali uma certa dificuldade quer da parte deles, quer nossa.

Os jovens têm necessariamente de se sentir bem, sobretudo acolhidos e sentirem que a igreja é deles. O Papa também falava disso, que a igreja não é só daqueles que estão mais próximos do padre e a monopolizam um pouco. A igreja tem de ser de todos, no sentido em que todos têm de sentir parte na participação, na expressão e é isso que eu acho que temos de trabalhar.

Por exemplo, temos movimentos católicos e cristãos, como são as equipas de Jovens de Nossa Senhora, como são os escuteiros e existem diversos na cidade. Aqui, acontece uma coisa crónica: cada qual trabalha por si, cada qual tem a sua ilha e vive no seu polo e têm imensa dificuldade em trabalhar em comum.

Agora, com a jornada, através do Comité Organizador Paroquial começaram a interagir uns com os outros. Será uma mais-valia se for bem aproveitada e pode significar uma espécie de lançamento de propostas e diálogo.

O que é que o levou, pessoalmente, a abandonar a sua carreira em enfermagem e seguir pelo caminho do sacerdócio?

Não é fácil responder a esta pergunta… porque, para mim, já é uma coisa natural. Este é um caminho que tem sempre beleza e também entrega. Por exemplo, a minha vocação nasce de uma Jornada [Mundial da Juventude]. Aliás, nasce da minha família e da minha formação, enquanto cristão, mas nasce com mais firmeza na Jornada de Roma, em 2000, há 23 anos em que diante de nós estava o Papa João Paulo II, muito mais fragilizado do que o Papa Francisco e com uma presença e carisma completamente galvanizante e eu lembro-me como se fosse hoje as palavras dele em que dizia “não tenham medo de ser as sentinelas do amanhã”, ou seja, aqueles que estão a anunciar o nascer do sol e a aurora: ele diz isto em relação ao nascimento do novo milénio. Dava a conhecer a pessoa de Jesus Cristo vivo, ou seja, Jesus não é uma ideia, nem um conceito, é muito mais do que isso. E é este encontro com o ressuscitado que, entretanto, me faz despertar e é isso que deve despertar em primeiro lugar as vocações. Do ponto de vista social e humano, tempos houve em que ser da hierarquia da Igreja era, porventura, apelativo.

Agora não. Só vai para padre ou freira, religioso ou religiosa, quem tiver uma certa dose de ‘loucura’ e de entrega. Como diz um padre amigo meu tem de ter uma boa dose de pancada (risos). É deixar tudo. Eu trabalhei como enfermeiro e é uma vocação que não está esquecida, porque acho que é compatível exercer as duas coisas.

O cuidar dos outros, na carne, e também cuidar dos outros humanamente foi uma coisa quase espontânea para mim. Eu vi que pela fé e pela vida que ia assumindo e amadurecendo, via que a minha vida passava por aqui. É uma decisão que nunca é tomada sozinho, ou seja, eu não sou padre porque quero. Sou padre porque, entretanto, pus-me à disposição do Bispo e daqueles que me acompanhavam e eles viram que eu tinha sinais vocacionais. Uma marca de ser padre é que o padre também não é para si mesmo. O padre não é para benefício próprio, mas sim dos outros e do serviço, com as minhas fragilidades e insuficiências que são tantas, mas é uma vocação sem horários e sem agenda, muitas vezes. Mas é um horizonte belo.

Quais diria serem os principais desafios que enfrenta?

Existem vários. Em primeiro lugar, que a mensagem que eu anuncio, que eu celebro e rezo, seja significativa e represente alguma coisa para os outros, isto é: tenho de ter sempre essa capacidade, não apenas espiritual, mas humana. Que isto se traduza no meu modo e relação de estar com os outros, não apenas dentro da igreja, mas em todos os domínios em que eu viva. Há muita coisa que eu posso e devo trabalhar enquanto padre e tenho que estar vigilante para que não me instale, que é isso que muitas vezes acontece em todas as profissões. Eu tive a vantagem, ao fim de quatro anos de padre, de poder ir para Roma prosseguir os meus estudos e aprofundar- me na Fé.

Como foi essa experiência de estar em Roma?

É uma experiência muito interessante e um bocadinho como a Jornada. É estar no berço da Igreja, onde o Papa vive e há essa presença e essa marca muito evidente, com toda a hierarquia ali presente, a estrutura da instituição e todo o sentido de comunhão.

Estive na Universidade com padres e freiras oriundos de todos os continentes e tendo em vista uma formação temporária, dependendo dos cursos, mas todos irão regressar às suas proveniências para pôr em prática aquilo que também receberam.

Foi uma experiência rica e difícil, porque remete sempre para a aprendizagem de uma outra língua, de uma cultura, viver fora do nosso país e família. É tudo novo e foi difícil e ousado ao mesmo tempo, mas graças a Deus, tudo correu bem e neste momento estou a fazer a minha tese de especialização.

Quais foram os momentos mais significativos que já viveu como padre?

É uma pergunta difícil, porque todos os momentos são importantes. Quando fui para Vale de Cavalos não conhecia aquela zona. A Chamusca eu conhecia, mas aquela zona da Charneca não. Fui conhecer uma nova realidade, uma zona também um bocado esquecida, não só pela Igreja, mas também pelas instituições, o que não é só de agora. Tudo aquilo que eu vivi lá foi significativo, desde as coisas mais simples, que era visitar um doente, não apenas por ser enfermeiro, mas era uma coisa que eu gostava de fazer e acho que é necessário da parte do padre. Desde estar com as crianças na catequese, desde fazer baptismos, casamentos e até um funeral… às vezes de casos mais difíceis. Tudo isso para mim marca-me e vejo isso tudo como um leque… É evidente que não me esqueço do dia em que fui para lá, do acolhimento com que fui recebido. Os jantares e ir às festas das terras, que era uma coisa muita engraçada. Foi aí que tive a clara noção que padre não vive destacado, num pedestal, mas vive inserido no meio das pessoas e é assim que deve ser.

Qual é a sua perspectiva relativamente ao diálogo intereligioso?

É importante, porque a Igreja já não é do tempo em que se colocava na cúpula. A Igreja funciona, ao mesmo tempo, como aquela que desperta, também esse diálogo, não apenas com a sua visibilidade nas sociedades. Acho que também não tem a intenção de converter à força, que é aquilo que nós chamamos proselitismo.

Não é isso que acontece. Mas que haja harmonia, comunhão. Sobretudo, o diálogo religioso devia promover a paz. É isso que eu acho que é uma das concretizações do diálogo intereligioso, ou pelo menos assim deveria ser. É essa também a principal preocupação do Papa Francisco: promover a paz, comunhão e a liberdade entre os povos.

Que mensagem gostaria de transmitir a um jovem que estivesse a considerar o sacerdócio, por exemplo?

Se sentir essa voz interior, é sinal de que há qualquer coisa. E não deve descartar. Não chutar para canto, antes pelo contrário. Falar disso com um padre, com a família e se tiver essa dificuldade falar com um amigo, ou seja, aconselhar-se. Depois, também, aproveitar a frase do Papa, que a mim disse-me muito: “Não ter medo”. Nós podemos viver com medo de avançar e, sobretudo, neste passo, que é difícil, mas não devemos ter medo. Ter essa boa dose de loucura, acho que é isso que também nos acompanha. Não para o imprevisto, mas para uma vida bela e de entrega. Eu vivo isso. Gosto muito de ser padre.

Que mensagem que gostaria de transmitir aos seus fiéis e à cidade?

Gostava, sobretudo, que não houvessem bairrismos. A cidade é muito pequena. Há bairrismos e ainda trabalhamos assim, um pouco dispersos, à imagem, ainda, do tempo do Seminário antigo, mas já não há Igreja do Seminário… há Igreja Catedral, que é a Igreja mãe de todas as dioceses. Inicialmente, e começando pelos padres, gostaria que houvesse um trabalho de unidade, que vai existindo, mas tem de ser reforçado. E que isso, depois, se molde e se transforme no modo de trabalhar das pessoas e das comunidades cristãs porque, todos juntos, os resultados são muito mais benéficos.

Nós ainda trabalhamos no sentido da Vila de Santarém. As igrejas ainda estão inseridas na Vila de Santarém, na antiga.

Temos bairros, por exemplo o Sacapeito, São Pedro, Portela das Padeiras e São Domingos onde há eucaristia, como é o caso da Capela de São Domingos, mas está tudo polarizado aqui na cidade. As pessoas para virem à missa têm de se deslocar desses bairros que estão na periferia para o centro.

O papa também chama a atenção das periferias e, se calhar, há que pensar como chegar também a esses locais, que é onde também vivem as gerações mais novas. E beneficiar, porque é uma estratégia pastoral e de inteligência, desta efervescência da Jornada, não apenas eclesial, mas civil.

Acho que está muito presente ainda toda esta dinâmica que foi criada e não se deve perder. Antes pelo contrário: deve marcar uma nova fase da presença da Igreja na sociedade portuguesa.

Já alguma vez se arrependeu de ter enveredado pelo sacerdócio?

Arrepender, acho que não, mas já me irritei algumas vezes. Quando surgem aqueles primeiros problemas… o facto de não sermos aceites também. Lidamos com a própria solidão. Acho que é um dos grandes problemas dos padres, e, se calhar alguma falta de acompanhamento. Os afectos têm de estar muito bem desenvolvidos. Caso isso não aconteça, a solidão, o isolamento, a não aceitação por parte das pessoas pode desembocar em problemas graves. Tive algumas dificuldades a nível da solidão, no início. Aqui, [em Santarém] também estou em fase de readaptação, apesar de eu ser de cá, mas como padre é a primeira vez. Estou na fase de criatividade e desafio. Mas não deixo de estar com os amigos, de praticar desporto, “faço cross fit, e acho que um padre católico é a primeira vez que vêm ali a treinar e a suar e a transpirar exatamente como os demais. Isso acaba por ser também uma presença interpelante, ou seja, o padre não vive fechado no seminário, mas também tem uma vida dentro daquilo que é espectável ter. Também se diverte com os outros, vai a uma esplanada, gosta de estar com os outros. É dar a conhecer também esta realidade humana. Jesus era homem e Deus ao mesmo tempo. Nós temos esse carácter humano e ao mesmo tempo também divino, mas harmonicamente. Alguém que tenha alguma vocação vê que os padres ou freiras também se divertem, vê-se que são felizes e celebram a missa com alegria. O

Padre, para além de se procurar com o saber estar ou viver bem, tem de estar com harmonia entre aquilo que diz e aquilo que faz.

Filipe Mendes

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