O Polo Museológico do Combatente, situado nas instalações da Liga dos Combatentes de Santarém, na Rua Miguel Bombarda, n.º 12, será inaugurado na próxima quinta-feira, dia 10 de Outubro, pelas 18h00, com a presença do ministro Defesa Nacional, Nuno Melo, que presidirá à cerimónia.

O Polo Museológico foi concebido para homenagear e preservar a memória dos feitos militares portugueses, a evolução da nossa nacionalidade através de bandeiras, símbolo da nossa identidade e independência, passando pelas lutas liberais que moldaram o rumo da nossa história, e pela Primeira Guerra Mundial, Índia Portuguesa, a Guerra do Ultramar, o papel da Escola Prática de Cavalaria de Santarém no 25 de Abril de 1974, até às mais recentes missões internacionais de Apoio à Paz, realizadas pelas Forças Armadas Portuguesas.

São ainda esperadas na cerimónia as presenças do presidente da Câmara Municipal de Santarém, João Teixeira Leite, do presidente da União de Freguesias de Santarém, Diamantino Duarte, presidente da Direcção Central da Liga dos Combatentes, Tenente-General Joaquim Chito Rodrigues, presidente do Núcleo de Santarém da Liga dos Combatentes, Sargento-Chefe de Cavalaria, Carlos Pombo, entre outras autoridades civis e militares, bem como forças vivas da cidade e do distrito.

Este novo espaço museológico, inserido no renovado “Espaço Galeria”, resulta de um esforço colectivo que, superando dificuldades financeiras e materiais, conseguiu restaurar as antigas instalações para criar um local dedicado à memória militar portuguesa. 

Para o Núcleo de Santarém da Liga dos Combatentes este evento representa “um momento e um dia muito significativos para a nossa cidade, para a nossa história e, em particular, para a Liga dos Combatentes de Santarém” e decorrerá “na sequência da comemoração, tida já em Fevereiro deste ano, do centenário da fundação deste Núcleo da Liga dos Combatentes de Santarém. São 100 anos de história, de serviço e de memória que culminam com a inauguração deste Polo Museológico do Combatente”.

Quando nasceu a Liga dos Combatentes e quais os seus propósitos?

A Liga dos Combatentes, foi fundada após a I Grande Guerra no ano de 1923, com o nome de Liga dos Combatentes da Grande Guerra, em que actualmente conta com 125 Núcleos constituídos em território nacional e no estrangeiro, onde se encontra também inserido nesta grande família o Núcleo de Santarém. Instituição com os propósitos de apoiar os Combatentes pertencentes ao Corpo Expedicionário Português que regressados das duas frentes de combate: Flandres e África, onde se tinham batido ao serviço de Portugal e se viram abandonados ou insuficientemente apoiados pelo Estado. Nomeadamente mutilados, cegos, gaseados e afectados psicologicamente originado pelo stress pós-traumático de guerra, incluindo também o apoio às viúvas e órfãos. 

A Liga dos Combatentes atravessou assim todo o Século XX no cumprimento dos seus objectivos, tendo sido uma autêntica “misericórdia” dos Combatentes e suas famílias. Assim continuando com a mesma força, agora no apoio aos que fizeram face à Guerra nas ex-Províncias Ultramarinas (Angola, Guiné e Moçambique), nomeadamente: mutilados, stressados, cegos ou sem abrigo. Abrangência que fez renomear o nome desta grande Instituição para Liga dos Combatentes, uma vez ter passado a incluir os Combatentes da Guerra do Ultramar. 

Mais recente na nossa História, a abrangência passa a incluir os Militares ao serviço de Portugal nas Forças Nacionais Destacadas, como resposta a compromissos no âmbito internacional, se bateram ou batem, na Bósnia, Kosovo. Iraque, Afeganistão, Timor, Líbano, Somália, Mali, Roménia e África.

Quem é que se pode associar a esta Instituição?

A Liga dos Combatentes é considerada uma Instituição Nacional perene, uma vez que está e estará aberta à inclusão de todo o cidadão nacional ou estrangeiro que tenha servido o nosso país numa missão de segurança ou de defesa nacional, assim como a todo o cidadão português que tenha efectuado o respectivo Juramento de Bandeira e prestado Serviço Militar nas Forças Armadas ou de Segurança. 

Sendo também a Liga dos Combatentes transversal à sociedade portuguesa, uma vez que qualquer cidadão do sexo masculino ou feminino, mesmo não tendo cumprido serviço militar nas Forças Armadas, mas que se reveja nos objectivos da Liga dos Combatentes e pretenda associar-se, poderá fazê-lo passando a ser membro desta Instituição Particular de Solidariedade Social, como apoiante. Sendo assim natural encontrar desde sócios sem-abrigo desejando pagar as suas cotas, até aos mais altos responsáveis políticos e militares. 

A Liga dos Combatentes exerce a sua actividade sob a tutela do Ministério da Defesa Nacional, sendo uma instituição democrática autónoma, cujos dirigentes são todos voluntários, sem qualquer remuneração, sendo eleitos em Assembleias Gerais. A Liga dos Combatentes mantém, como sempre, o respeito e o princípio de honrar os mortos e dignificar os vivos, sendo também sempre fiel ao seu grito que decidiu adoptar: Liga dos Combatentes, Valores Permanentes, Liga dos Combatentes em Todas as Frentes. 

Como surgiu a fundação do Núcleo de Santarém?

O Núcleo de Santarém foi fundado em 1924, tendo já celebrado no passado mês de Fevereiro a fasquia dos 100 anos ininterruptos de fundação e existência na cidade de Santarém. Tem vindo a desenvolver o seu profícuo trabalho e cabal missão, focado no cumprimento dos seus objectivos primordiais: Promoção da nossa História, exaltação do amor à Pátria e a divulgação do significado dos símbolos nacionais, bem como a defesa intransigente dos valores morais, patrióticos, sociais e cívicos, transmitindo-os à sociedade civil em geral que tão valiosos são, com a especial atenção às gerações mais jovens, por forma que a nossa História de Portugal nunca por eles, venha a ser desvalorizada ou mesmo esquecida. 

Núcleo de Santarém que se encontra localizado, desde 2014, na Rua Miguel Bombarda, com a sua nova Sede, ocupando um edifício constituído por dois pisos que paulatinamente tem vindo a sofrer melhoramentos de requalificação do seu espaço, com o objectivo de se criar melhores condições aos nossos associados. 

Tendo sido concluída recentemente a última fase de requalificação num dos espaços pertencente ao piso térreo, tendo-lhe sido atribuído a designação de “Área Galeria”, sendo a mesma contígua ao novo posto de atendimento e apoio aos nossos associados, assim como outras pessoas que nos procurem com o fim de se associarem a esta enorme família denominada de Liga dos Combatentes. 

Neste novo espaço térreo, destaca-se uma decoração original, com símbolos da nossa História e homenagem aos seus Combatentes, permitindo uma maior acessibilidade aos nossos associados e reunindo melhores condições no atendimento. 

Referiu-se a um espaço designado como “Área Galeria”. A que se destina?

As diferentes fases de intervenção na requalificação do espaço não tiveram somente o propósito da criação de um novo posto de atendimento aos associados, mas também na conquista do nosso “Núcleo Museológico do Combatente” que irá ocupar a referida Área Galeria, a ser inaugurada já no próximo dia 10 de Outubro. 

Espaço Museológico do Combatente que se encontra totalmente integrado numa determinada área interior, encontrando-se o mesmo também envolvido por uma área exterior, com o propósito dum espaço de convívio tipo esplanada destinado a apoio ao “Polo Museológico do Combatente”. 

A actual Direcção do Núcleo de Santarém da Liga dos Combatentes, com a criação do seu acervo museológico visitável, pretende que este passe a ser visitado pelos vários grupos de turistas em visita a Santarém, como por alunos e docentes dos diversos graus de ensino pertencentes aos estabelecimentos de ensino desta região ribatejana, entre outros visitantes que assim o pretendam fazer. Dinâmica que pretendemos transmitir à sociedade civil em geral, através de um Polo de divulgação da nossa História e do Combatente Português, de uma forma viva. 

A Direcção do Núcleo de Santarém da Liga dos Combatentes, no âmbito da vertente museológica, pretende também agregar toda a comunidade, por forma a que nos façam chegar, por empréstimo e ou doação, objectos e espólio pertencentes ao próprio combatente ou seu familiar, por herança.   

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