O músico, compositor e videógrafo do Entroncamento, Pedro Dyonysyo, nasceu para a música com apenas 12 anos. Aprendeu a tocar guitarra e a primeira actuação aconteceu no Hollyday Bar. Tinha 16 anos. Desde então, tem-se desdobrado em vários projectos, cruzando uma variedade de sonoridades e influências. “Gosto muito de escrever sobre a vida. Penso que o faço pois gosto da ideia de deixar um “álbum de recordações” de acontecimentos marcantes, inspirado no que me rodeia e não consigo ignorar”, revela, nesta entrevista, ao Correio do Ribatejo.
Como é que apareceu a música na sua vida?
Posso considerar que o bichinho da música entrou-me ao ver dois amigos de família a tocar viola em convívios.
Quando é que decide ser músico?
Por volta dos 12 anos comecei a aprender a tocar viola e depois gradualmente foram aparecendo os primeiros projectos musicais.
Quando foi a primeira actuação em público?
Talvez aos meus 16 anos no Hollyday Bar no Entroncamento.
Em que é que se inspira para produzir as suas músicas?
Gosto muito de escrever sobre a vida. Penso que o faço pois gosto da ideia de deixar um “álbum de recordações” de acontecimentos marcantes, inspirado no que me rodeia e não consigo ignorar.
Quais são as suas referências musicais?
Eu tenho gostos um pouco ecléticos. Passam por Jorge Palma, Rui Veloso, Ornatos Violeta, Pearl Jam, Pedro Abrunhosa, Virgem Suta, Diabo na Cruz, Sting, Amy Winehouse, Salvador Sobral, HMB, Sean Riley & the Slowriders, Kings of Convenience, Metallica, Days of the New, The Devil Makes 3, Poor Mans Poison, The Beatles, Elton John, Bob Dylan, Chuck Berry, Frank Sinatra, Johnny Cash, The Black Keys, entre muitos outros.
Que impactos está a ter a pandemia no seu trabalho?
Como a todos: uma agenda de espectáculos mais reduzida.
Qual é a expectativa que tem para o pós-pandemia?
Espero que haja sensibilidade por parte das entidades competentes para ajudar e compensar a área da cultura pelo tempo que esteve parada. É certo que quase todos os sectores precisam de ajuda, mas a cultura foi particularmente penalizada com toda esta situação. Para isso será preciso muita coragem e vontade política.
Que objectivos tem para o futuro?
O grande objectivo é ter um espectáculo montado que articule várias vertentes artísticas. No passado mês de Junho já conseguimos colocar em prática este conceito no concerto realizado no Museu Nacional Ferroviário no âmbito do Rail Fest. Apresentamos um espectáculo que combinou música, teatro (Meia Via) e audiovisual com o apoio de um grupo coral (Jovens Concórdia). O espectáculo aborda uma viagem pela vida de um avô e de um neto, simbolicamente num comboio, fazendo assim também alusão às raízes ferroviárias da cidade que me viu crescer – Entroncamento. A história é inspirada em episódios da minha vida e a forma como eu vou interpretando o seu curso.
Qual é a sua vertente da música que mais gosta?
A forma como ela dá sentido à minha vida, como um dos pilares que a sustenta. O privilégio de fazer nascer canções que depois sinto já não serem minhas, mas de todas as pessoas que com elas se identificam. São já alguns os exemplos de canções lançadas onde senti esse tipo de afecto e ligação por quem as ouve do lado de lá da net. O convívio, partilha e as amizades que se vão criando ao longo do caminho como são exemplo os meus companheiros de banda, todos os amigos que têm colaborado na produção dos nossos vídeoclips, técnicos de som, etc. Costumo dizer que o melhor de criar uma nova obra está no seu processo, pelo desafio em si mas também por toda a socialização a que processo está associado.
E a que mais detesta?
As rivalidades, as competições mesquinhas que existem na música bem como as intrigas que são muito frequentes nesta classe que de vez em quando consegue unir-se em torno de causas nobres, mas que acabam por ser projectos fugazes derivado a esses problemas que refiro. É fundamental as pessoas perceberem que a arte não se compara e que é preciso saber respeitar as diferenças de gostos de cada um. Substituir a expressão “isto é muito bom” e “isto é muito mau” por “gosto muito disto” e “não me identifico com isto” seria um bom princípio quando se aprecia arte, seja ela qual for.
Quais são os seus hobbies favoritos?
Precisamente compor e idealizar/realizar videoclips, isto porque sou professor de educação física de profissão, o que torna a música e o audiovisual como os meus hobbies. Gosto também de fotografia e praticar desporto.
Qual é para si uma viagem de sonho?
Hollywood e Ilha Maurícia.
Se pudesse participar num filme, qual escolheria?
Braveheart.
Se pudesse alterar um facto na história, qual seria?
Tentava explicar à mãe do Hitler a importância da contracepção.