Rúben Loureiro dirige o Serviço de Aprovisionamento e Logística do HDS desde setembro de 2022. Questionado sobre os principais projetos para o futuro, o responsável realça, entre outros, a necessidade de planear todo o circuito de compras e repensar toda a organização logística face à realidade atual.
Como foi o seu percurso profissional até ao momento?
Cheguei ao HDS em Maio de 2021, ainda durante a pandemia, com a responsabilidade da gestão da área Logística, depois de ter passado vá rios anos em funções idênticas noutros Hospitais do Serviço Nacional de Saúde. Em Setembro de 2022, assumi a direcção do Serviço de Aprovisionamento e Logística. Paralelamente à minha atividade profissional nos Hospitais, tenho vindo a acumular funções de professor e investigador em instituições do ensino superior (Politécnico e Universitário), contribuindo não só para o desenvolvimento das áreas de Logística em Saúde junto da academia, como também para a transferência de conhecimento entre as instituições do ensino superior e os Hospitais.
Quais os maiores desafios que se colocavam quando assumiu a direção?
Existem duas áreas cruciais na gestão de um Serviço desta dimensão: a qualidade dos produtos e Serviços adquiridos e a gestão dos Stocks.
No caso da qualidade dos produtos e serviços adquiridos contamos com a colaboração de diversos profissionais (desde técnicos, enfermeiros, médicos e outro pessoal) que definem e selecionam o material utilizado no HDS, em estreita cooperação com o Serviço de Aprovisionamento e Logística.
Relativamente à gestão de stocks, pretende- se um nível de stock que permita responder à s necessidades do Hospital mas também que minimize as ruturas de Stocks. Os problemas de fornecimento (ruturas de stock) tem sido um problema transversal aos hospitais (influenciado inicialmente pela pandemia e atualmente pela escalada de preços resultados dos diversos acontecimentos geopolíticos), o objetivo tem sido acompanhar de forma mais efectiva os fornecimentos assim como despoletar o pedido por parte dos nossos serviços internos com a antecedência necessária para permitir toda a gestão da aquisição de forma eficiente.
De que forma está organizado o Serviço?
O Serviço está organizado em três grandes áreas: a Logística que assume a receção, armazenagem e distribuição interna de todos os materiais; a gestão de encomendas, que processa todas as necessidades de compra ao exterior, articulando-se com os fornecedores e com os respetivos serviços internos; e a área de contratação pública, que planeia a gestão de todas as aquisições (de bens e serviços) desenhando de forma detalhada, com base nos planos previamente definidos, o processo de compra.
Como é constituí da a equipa que gere?
É uma equipa multidisciplinar, com 21 profissionais empenhados na aquisição e fornecimento de todo o hospital, divididos por assistentes operacionais e assistentes técnicos, na sua maioria com conhecimentos avançados e formação superior na área.
Dos 21 profissionais, oito estão afetos à área Logística e 13 afectos à área de Compras com um Coordenador em cada uma das áreas que trabalham diretamente com o Diretor do Serviço.
Relativamente ao futuro, quais os principais projectos?
Existem diversos projectos em desenvolvimento e previstos para o futuro. Por um lado, a atual especialização das técnicas, a inerente diferenciação dos artigos e a absorção de novos serviços e novas áreas, tem vindo a aumentar o custo médio de cada procedimento, o que, associado a um aumento generalizado da atividade, tem reflexos evidentes nos gastos realizados.
Esta nova realidade obriga a planear todo o circuito de compras e a repensar toda a organização logística. Assim, e numa perspetiva estratégica, é importante não só implementar os consumos através de leitura ó tica nos serviços, como iniciar o consumo ao doente em diversas áreas – permitindo uma aná lise detalhada das necessidades e das previsões futuras.
Outro desafio é a necessidade de adequar as nossas compras à crescente preocupação a sustentabilidade ambiental.