O anúncio de abertura do procedimento de classificação do espólio do túmulo do rei D. Dinis (1261-1325), no Mosteiro de Odivelas, distrito de Lisboa, que coloca estes bens em inventário, vem hoje publicado em Diário da República.

O anúncio é assinado pela subdiretora-geral do Património Cultural Rita Jerónimo, assinalando que “a proteção e valorização [do espólio do túmulo] representam valor cultural de significado para a Nação”.

Com este anúncio de abertura do procedimento, e no quadro da lei, o bem móvel fica “em vias de classificação”.

O túmulo do rei D. Dinis foi encerrado a 28 de junho no Mosteiro de Odivelas, e na altura, a arqueóloga Maria Antónia Amaral, uma das responsáveis pelo estudo em curso sobre o monarca e o seu espólio, indicou à agência Lusa que propôs a classificação do manto e da espada ali encontrada como tesouros nacionais.

Em 2016, foi iniciado um processo de restauro e intervenção multidisciplinar ao túmulo, com os restos mortais do rei D. Dinis, no quadro de um projeto mais alargado de intervenção do próprio mosteiro, e que permitiu um estudo forense do monarca, uma investigação ao manto que o cobria, e a descoberta de uma espada medieval dada como desaparecida.

“Acho que é um tesouro nacional, por tudo. Pelo conjunto, pelo contexto, pela importância nacional e internacional. O processo está em curso, está a ser analisado, são processos muito demorados. Um processo de classificação pode demorar dois anos”, disse a arqueóloga, em junho, aos jornalistas.

Segundo a arqueóloga, os restos mortais do rei foram estudados por uma equipa de Antropologia, e há ainda o espólio associado ao monarca e ao infante – um dos netos de D. Dinis, que também está sepultado no mosteiro – que precisa de ser estudado, e serão produzidas ainda análises, datações, inventários, relatórios e artigos científicos.

A espada do monarca, que morreu com 64 anos, depositada no Laboratório José de Figueiredo, em Lisboa, será ainda alvo de um trabalho de intervenção e conservação, bem como os têxteis retirados do túmulo.

O rei D. Dinis morreu a 07 de janeiro de 1325, em Santarém, mas, para que se cumprisse a disposição do último testamento, datado de 1322, o monarca foi sepultado no Mosteiro de Odivelas, que fundara em 1295.

Em 2019, a gestão do Mosteiro passou para a Câmara Municipal de Odivelas, através de um acordo de cedência com um prazo de 50 anos, e que implica um investimento previsto por parte da autarquia de cerca de 16 milhões de euros em obras de requalificação, bem como o pagamento de uma renda mensal de 23 mil euros, anualmente atualizável.

Com a requalificação, a autarquia prevê a criação de um novo Centro Interpretativo do Mosteiro de Odivelas.

Leia também...

Músico dos Santos & Pecadores morre vítima de acidente de trabalho em Tremez

Rui Martins, um dos músicos da banda Santos & Pecadores, morreu na…

Médico detido por abuso sexual de menores

Um homem de 27 anos foi detido esta manhã no Bairro de…

Alterações ao Código da Estrada entram em vigor amanhã com multas agravadas

As alterações ao Código da Estrada aprovadas em Novembro entram na sexta-feira,…

O amargo Verão dos nossos amigos de quatro patas

Com a chegada do Verão, os corações humanos aquecem com a promessa…