Mais de 70% da população do concelho de Abrantes passou a ser abastecida de água a partir da albufeira de Castelo do Bode, um aumento de 24% concretizado pela inauguração de um novo reservatório na freguesia do Pego.
“Este novo reservatório da Burra (…), assim como a reabilitação de outros três reservatórios – de S. Miguel, de Tramagal e de Concavada -, e a construção de mais 24 quilómetros de conduta representaram um investimento global de cerca de três milhões de euros, apoiado pelo POSEUR, que beneficiará cerca de 10.000 pessoas de quatro localidades do nosso concelho: São Miguel do Rio Torto, Tramagal, Pego e Concavada”, destacou o presidente da Câmara Municipal de Abrantes na cerimónia de inauguração, momento que contou com a presença da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.
Para Manuel Jorge Valamatos (PS), esta intervenção “reveste-se de grande importância para o sul do concelho e teve como objectivo primordial servir melhor os cidadãos, através do aumento da qualidade e fiabilidade do serviço prestado, ao mesmo tempo que contribui de forma decisiva para o aumento dos níveis de racionalidade económica e eficiência operacional da exploração”.
O autarca sublinhou ainda o “respeito pelo ambiente” e o “legado” para as gerações futuras.
“Hoje foi dado um passo muito relevante na estratégia iniciada no ano 2000 para o abastecimento de água no concelho”, considerou, lembrando o ano em que foi decidido que Abrantes deveria realizar o abastecimento a partir da Albufeira de Castelo do Bode e investido na construção da captação de água, na Estação Elevatória Intermédia (EEI) e Estação de Tratamento de Água (ETA) da Cabeça Gorda, na zona norte do concelho, confinante com o maior espelho de água potável nacional.
Desde então, lembrou, “foram executadas as condutas adutoras para abastecer a generalidade das localidades da zona norte do concelho de Abrantes, num investimento continuo que representou mais de 10 milhões de euros, suportado, essencialmente, por fundos próprios”, e que culminou, em Outubro de 2002, com a activação da captação de água na albufeira de Castelo do Bode, em Cabeça Gorda, tendo a água chegado à cidade em 06 de Junho de 2003.
Até agora, o sistema da Cabeça Gorda abastecia cerca de 18.000 habitantes dos mais de 35.600 residentes no concelho de Abrantes (dados de 2015), cerca de 46% da população e 56% de toda a água consumida no concelho de Abrantes, passando hoje a servir cerca de 25 mil cidadãos residentes, cerca de 70% da população, tendo o autarca feito notar o objectivo de alcançar os 100% da comunidade servida por água daquela albufeira “até ao centenário dos Serviços Municipalizados de Abrantes” (SMA), que se assinala em 2028.
Composto por 19 freguesias, algumas delas agregadas em União de Freguesias, o sistema implementado na Cabeça Gorda irá abastecer todo o concelho, num investimento global de 16,5 milhões de euros, à excepção das freguesias de Fontes, Souto e Carvalhal, abastecidas a partir da albufeira com sistemas próprios de captação de água.
Nesse sentido, o autarca anunciou novos investimentos na construção de troços adutores, reservatórios e estações elevatórias para dar continuidade ao processo de distribuição de água da albufeira de Castelo do Bode às freguesias de Bemposta, São Facundo, Vale das Mós e Mouriscas.
“Estes novos troços implicarão um investimento de cerca de 3,5 milhões de euros que queremos concluir até ao centenário dos Serviços Municipalizados de Abrantes, reforçando assim a qualidade do serviço, que deixará Abrantes com uma rede de abastecimento de água de excelência”, afirmou Valamatos.
A ministra Da Coesão Territorial, por sua vez, disse que o investimento efectuado numa “área fundamental” como é a “água de qualidade e saneamento” significa “cuidar do ambiente” e da “qualidade de vida das pessoas”, tendo destacado o volume de investimentos a este nível no âmbito dos quadros comunitários de apoio.
“Só no Portugal 2020, no ciclo urbano da água, já tinham sido investidos 600 ME de fundos comunitários que tinham permitido um investimento de mais de mil ME”, destacou Ana Abrunhosa, tendo feito notar que esta será uma área a que o quadro comunitário de apoio 2030 “vai continuar a dar prioridade”, tendo em conta as “necessidades ao nível do ambiente e florestas, gestão de resíduos e ciclo urbano da água”, exemplificou.