A Adega do Cartaxo assinalou ontem 70 anos de existência no decorrer de um jantar comemorativo que reuniu dezenas de convidados.
Jorge Antunes, presidente da Adega considerou, na sua intervenção, o ano de 2004, altura em que a Adega comemorava 50 anos, como um ano “de viragem, marcado por uma visão mais estratégica do negócio”.
“Nestas duas últimas décadas investimos na modernização da área produtiva, na renovação tecnológica e no cumprimento de rigorosos objectivos ambientais. Tudo isto em prol da crescente qualidade dos nossos vinhos, que se diversificaram e, cada vez mais, se diferenciaram positivamente”, afirmou.
Hoje, acrescenta, a Adega assume “um volume de negócios crescente” que atingiu os 11 milhões de euros em 2023, e uma gestão financeira “progressivamente mais sólida”.
“Na vindima de 2023, a Adega transformou quase 12 mil toneladas de uvas. Daqui resultaram cerca de 10 milhões de litros de vinho”, números que, segundo o presidente da Adega, “permitem olhar para o futuro com uma esperança reforçada”.
Um futuro onde o presidente da Adega do Cartaxo espera “continuar a aposta na inovação e na sustentabilidade, assegurando que a Adega do Cartaxo permaneça na vanguarda da produção vitivinícola”.
“Vamos continuar a investir em tecnologia de ponta, na formação contínua dos nossos colaboradores e na implementação de práticas ambientalmente responsáveis, que respeitem e preservem a nossa região”, sublinhou.
Jorge Antunes agradeceu a todos os que, ao longo de 70 anos contribuíram para o crescimento e sucesso da Adega: “Aos nossos fundadores, que tiveram a visão de iniciar esta cooperativa, aos nossos enólogos e viticultores, cujo trabalho árduo é fundamental para a qualidade dos nossos vinhos, e a toda a equipa administrativa que assegura o bom funcionamento da nossa organização”.
Deixou ainda o agradecimento aos colaboradores, clientes e aos parceiros estratégicos Instituto da Vinha e do Vinho, Comissão Vitivinícola Regional do Tejo e Câmara Municipal do Cartaxo, cujos representantes marcaram presença no jantar.
Luis de Castro, presidente da CVR Tejo, afirmou na sua intervenção que a Adega “está melhor do que nunca e isso deve-se a quem aqui trabalha”.
Já Bernardo Gouvêa, presidente do Instituto da Vinha e do Vinho, elogiou o investimento feito ao longo dos anos que permite à Adega oferecer aos mercados marcas de qualidade, sendo este “o operador que mais certificou na Região Tejo”, lembrou o responsável.
Já João Heitor, presidente da Câmara Municipal do Cartaxo lembrou a “sustentabilidade e boa gestão” que a Adega tem vindo a assumir ao longo dos anos, apontando-a como “exemplo de qualidade na valorização do produto”.
70 Anos de história…
A Adega do Cartaxo está a assinalar 70 anos de actividade com 1954 garrafas de um tinto especial. Um Blend das melhores barricas da colheita de 2015.
O Adega do Cartaxo 70 Anos – Edição Comemorativa (1954-2024) é um tinto especial, que resulta de um blend das melhores barricas da colheita de 2015 – com estágio de 12 meses em carvalho francês com grão extrafino –, seleccionadas pelo enólogo Pedro Gil de entre as que se destinavam aos vinhos Desalmado, Bridão Reserva, Bridão Private Collection, Bridão Alicante Bouschet, Bridão Touriga Nacional e Bridão Trincadeira. É, por isso, um vinho com uma grande panóplia de castas: Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Trincadeira, Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah e Tinta Roriz. As uvas foram totalmente desengaçadas, esmagadas e sujeitas a uma maceração prolongada durante cinco dias, com controlo de temperatura de fermentação a 25.ºC.
Um tinto de cor granada, quase opaco, e com aroma intenso a frutos silvestres maduros, groselha, compota, geleia, juntamente com notas de chocolate. Na boca, é igualmente intenso, com a fruta a sobressair. É fresco, profundo, complexo e de boa estrutura. Taninos presentes, mas sedosos e maduros, a conferir uma boa harmonia. Excelente evolução em boca, com retrogosto pronunciado com notas de chocolate. Óptimo para acompanhar pratos de sabor intenso, especialmente carnes, para consumir à temperatura de 16.ºC. Um vinho elegante e complexo, que enaltece o terroir do Cartaxo, sub-região situada na zona do Bairro, a norte do rio Tejo. Dedicação à terra e perícia na arte de fazer vinho, numa edição limitada a 1954 garrafas, com um preço de venda ao público de €70,00.
Com forte conhecimento da região e do Portugal vinícola, a equipa de enologia e a administração da Adega do Cartaxo estão convictos que é no Cartaxo que se encontram as uvas mais equilibradas do país – ao nível da acidez, o que é um factor chave para a criação de vinhos de elevada qualidade e potencial de guarda, como é o caso deste: produzido em 2015 e engarrafado em 2017.
A primeira reunião para se pensar na génese de uma adega cooperativa no Cartaxo remonta ao ano de 1951, mas a sua criação oficial viria a acontecer quatro anos mais tarde, a 05 de Maio de 1954. Passaram então sete décadas de história e de muitas estórias. Uma história, um legado, muitos desafios, conquistas e vitórias. Paixão, tenacidade e inovação, homenageadas num singular Vinho do Tejo.
Fundada em 1954, a Adega Cooperativa do Cartaxo tem raízes numa região com uma forte tradição vitivinícola. É hoje o segundo maior produtor da região dos Vinhos do Tejo.
Na sua história – em que o legado e a inovação se conjugaram –, teve como premissa o investimento no reforço dos seus recursos, humanos e tecnológicos, ao serviço de uma cada vez melhor produção vinícola.